Por Joedson Telles
Esposa do presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, a sergipana Ângela Machado, que está a ganhar o chamado minuto de fama à custa de ter agredido verbalmente eleitores nordestinos que votaram em Lula, merece ser repudiada. E está sendo. Pisou na bola. Todavia, a ignorância é tanta que me permito velar o perdão. Misericórdia. Inteligência não se comercializa em farmácias. Cavou a própria cova.
Começa pelo fato de, na era da rede social, ficar conhecida como preconceituosa. E, como tal, estar sujeita a receber o tratamento que a maioria – de forma certa ou errada – confere a este tipo de pessoa. Certamente, ela também será reconhecida nas ruas por nordestinos e pode escutar “gentilezas”. Aliás, como é nordestina também, por certo, terá que se explicar junto a familiares e amigos.
Também arrumou problemas junto ao Flamengo. Como conceber que a esposa do presidente destine verbos preconceituosos contra nordestinos com o tamanho da torcida do clube na região? Como olhar nos olhos dos atuais jogadores nordestinos do time, a exemplo do goleiro Santos e do atacante Marinho? E o que dizer de ídolos como Júnior e Nunes?
Além de tudo, o juízo externado não se sustenta. Revela a senhora Ângela como ignorante frente à realidade do que representam os nordestinos para o Brasil. Sem falar que o grande colégio eleitoral de Minas, por exemplo, não é Nordeste, mas ali também deu Lula.
O nordestino é trabalhador e ponto final. É injusta qualquer argumentação contrária. Se algo precisa ser analisado é a região mais pobre ter preferido Lula, após comparar os dois governos vividos na própria pele. Aqui, sim, encontramos a chave para explicar a derrota de Bolsonaro.
Evidentemente, somado isso a uma análise inteligente do comportamento do presidente – em vários momentos, a um oceano de distância do que se espera do chefe de uma Nação. Mas a senhora Ângela Machado, infelizmente, parece não discernir tais fatos. Ao que tudo indica, agiu pela emoção.