O líder do PSC, o deputado federal André Moura, rebateu na tribuna da Câmara dos Deputados a declaração do ministro da Educação, Cid Gomes, de que aquela Casa abriga mais de 400 “achacadores”. A fala do ministro, segundo o parlamentar, provocou indignação geral. Vários líderes de outras bancadas, aproveitando a fala de André Moura, também criticaram o ministro.
O episódio agrava as relações do governo com o Congresso na sua fase mais crítica, um dia após o presidente do Senado, Renan Calheiros, devolver uma Medida Provisória do Planalto, depois de se recusar a atender seguidos telefonemas do ministro da Casa Civil, Aloísio Mercadante, e posteriormente da própria presidente da República Dilma Rousseff.
Líderes do PSDB, PP, PSD fizeram coro e exigiram que Cid Gomes fosse convocado ao Parlamento para prestar esclarecimentos. No início da noite, foi protocolado e votado requerimento do DEM convocando o ministro, sendo aprovado por 280 votos favoráveis — 102 deputados votaram contra e houve duas abstenções. Pelo requerimento, o ministro fica convocado a comparecer, sob pena de responder por Crime de Responsabilidade.
Segundo André Moura, não tem como haver uma pátria educadora, desejo manifestado pela presidente durante a campanha em 2014 e transformado em slogan do governo, se o ministro da pasta é mal-educado. “Trata parlamentares eleitos pelo povo brasileiro de forma desrespeitosa, agredindo esta Casa. Mas, como tudo vai mal no País, tal fato não causa qualquer surpresa”, ponderou.
Ainda em seu discurso, o líder do PSC disse que “ele [Cid Gomes] deve aprender a respeitar aqueles que nos conduziram através do voto para representá-los. Chega de ficarmos subservientes e de joelhos ao Poder Executivo. Temos de mostrar nossa altivez, e exigimos respeito”, concluiu.
Entenda o caso – O ministro Cid Gomes, durante visita a Universidade Federal do Pará na sexta-feira, 27, afirmou: “Tem lá [no Congresso] uns 400 deputados, 300 deputados que, quanto pior melhor para eles. Eles querem é que o governo esteja frágil, porque é a forma de eles achacarem mais, tomarem mais, tirarem mais dele, aprovarem as emendas impositivas”.