Durante depoimento à CPI da Petrobras, na manhã desta terça-feira, dia10, o ex-gerente de Serviços da estatal Pedro Barusco confirmou afirmação feita anteriormente ao Ministério Público Federal no depoimento de delação premiada, de que passou a receber propina de empresas com contrato com a petroleira a partir de 1997 e 1998, como “uma iniciativa pessoal”. Porém, admitiu também que passou a participar do esquema de forma “institucionalizada” a partir de 2003.
Diante da afirmação do ex-funcionário, o sub-relator da CPI deputado André Moura questionou sobre quem era o presidente da empresa à época. Pedro Barusco respondeu tratar-se do ex-presidente do PT, o ex-senador por Sergipe José Eduardo Dutra, ainda hoje diretor da Petrobras.
Já o relator Luiz Sérgio (PT-RJ) perguntou insistentemente ao ex-gerente, por várias vezes, se havia algum esquema de pagamento de propina já no governo Fernando Henrique Cardoso. “Eu não tinha esse conhecimento. A partir de 2004, o pagamento de propina era meio que automático. Eu afirmei e reafirmo, agora não sei se nasceu ali”, disse Pedro Barusco. Em outro momento, ele afirmou que o dinheiro recebido antes desse período era uma coisa dele, que não compartilhava com ninguém, mas que a partir de 2004 (foi) de forma institucional.
Para André Moura, as afirmações de Pedro Barusco são “muito graves” e, por esta razão, ele decidiu, num primeiro momento, convocar o ex-presidente da estatal José Eduardo Dutra a depor na CPI, a fim de esclarecer se tinha conhecimento de ações lesivas aos cofres da estatal ou se, ao menos, tomou algum tipo de procedimento para evitar fraudes em contratos.
Vale lembrar que, após a passagem pela Petrobras, José Eduardo Dutra assumiu a presidência do Partido dos Trabalhadores, por indicação do ex-presidente Lula da Silva.
Enviado pela assessoria