Por Joedson Telles
Ao abordar o encontro que o ex-presidente Lula teve com o governador Belivaldo Chagas, na última quarta-feira, dia 26, o site do Jornal Correio Braziliense crava que o líder petista tenta atrair o PSD e construir uma aliança política.
“Fechar um acordo sobre quem encabeçará a chapa para a disputa do Palácio Governador Augusto Franco: se o deputado Fábio Mitidieri (PSD) ou o senador Rogério Carvalho (PT)”. lê-se no jornal.
Sem, obviamente, ter participado do encontro, sem ouvir uma só fonte ou ter bola de cristal, arrisco colocar a mão no fogo pelo jornal. Ou seja, a lógica faz todo sentido.
Pela vontade de Lula – e Lula é maior que o PT – haverá o acordo político que deixará a pré-candidatura de Rogério Carvalho com chances de se fortalecer, mas, por outro lado, com chances também de ser sepultada.
Pré-candidato a presidente da República, Lula trabalha na construção de um grupo robusto para a disputa. Não abre mão – e não poderia ser permitir ao luxo – de ter um palanque forte em cada estado do Brasil.
Dentro deste script, qualquer pré-candidatura a governador pode – e deve – ser sacrificada em nome de um apoio externo ao projeto maior. O PT só não vai para o sacrifício se a aliança não compensar.
Não creio, portanto, que seja um problema isolado do pré-candidato Rogério Carvalho. Aliás, é óbvio que, se o PT e o PSD fecharem o tal acordo, e se depender da vontade de Lula e do próprio PT, Rogério será mantido na cabeça.
Agora, o que o PT não pode fazer, e Lula sabe disso mais do que ninguém, é deixar de dar um passo no sentido de fortalecer a sua pré-candidatura à Presidência da República, em nome de projetos estaduais.
Até pela questão da idade, Lula, dificilmente, terá um cenário tão favorável como 2022. Não seria inteligente rejeitar adesões, subestimando adversários.