Por Joedson Telles
Qualquer pessoa com bom trânsito no meio político de Sergipe já percebeu: cresce um sentimento entre aliados do governador Jackson Barreto (PMDB) no sentido de que ele deveria sepultar essa a ideia de tentar emplacar o seu secretário de Estado da Saúde, Zezinho Sobral, como candidato a prefeito de Aracaju, nas eleições 2016. Nem dentro do PMDB, a ideia agrada 100%.
Todavia, como é praxe no mundo político, poucos têm a coragem de falar abertamente e com sinceridade quando um assunto envolve quem porta a caneta que nomeia e exonera num governo de um Estado.
E, assim, parece que ninguém quer a missão de olhar nos olhos de Jackson – com ou sem óculos – e lhe dizer a verdade: sua bola não está alta como em outras eleições municipais. Seu governo é medíocre e as sequelas perpassam. Não atingem só a população: respingam no próprio pé e desgastam. Os números internos estão aí.
Em conversas reservadas, aliados demonstram a certeza que o projeto Zezinho Sobral, apesar de se tratar de um bom técnico, um homem honesto, a julgar pelas atuais pesquisas internas, terá sérias dificuldades em decolar. Acredito até que bem mais pela imagem do mentor intelectual junto ao eleitor que propriamente pelo produto a ser oferecido.
Atrelado a este sentimento sempre emerge um segundo: como líder do bloco, Jackson deveria ou reunir toda a força do grupo em torno de apenas uma pré-candidatura – a de Edvaldo Nogueira ou a de Valadares Filho, depois de uma discussão franca e fraterna entre aliados, que aponte o melhor nome – ou apoiar os dois projetos, apostando que pelo menos um deles chegue ao segundo turno.
Ajuízam perfeitamente. E devem estar embasados em pesquisas internas. O problema é conseguir persuadir o governador Jackson Barreto sem a coragem de abrir a boca e falar a verdade. Aí é “Freud”.