“Rogério está ajudando Iran? Márcio? Conceição? Ana Lúcia?”, indaga Jony Marcos
Por Joedson Telles
Pré-candidato a senador do grupo liderado pelo governador Jackson Barreto (PMDB), o deputado federal Rogério Carvalho (PT) está sendo acusado de provocar mais uma crise no agrupamento, ao priorizar a pré-candidatura do deputado estadual petista João Daniel à Câmara Federal e jogar para escanteio os demais pré-candidatos da aliança. A princípio, existia apenas uma “revolta silenciosa”, agora, contudo, um dos pré-candidatos a deputado federal, o vereador Jony Marcos (PRB) não disfarça mais a contrariedade e rasga o verbo. “Jackson Barreto não pode ter um candidato a deputado federal para ele apoiar. Se ele fizer isso estará descontentando os demais componentes do grupo. Da mesma forma, Rogério, que pretende uma candidatura majoritária, também não pode apoiar especificamente um candidato. Ele precisa respeitar os pré-candidatos dos demais partidos. É isso que nós cobramos”, disse ao Universo.
Jony avalia que, a partir do momento em que Rogério assume a responsabilidade de apoiar um só candidato, desprezados, os demais nomes não têm obrigação de apoiá-lo. “Se quer apoio do PRB, apóie o PRB. O que não pode é um pré-candidato a vaga majoritária querer viabilizar sua candidatura desprezando os outros partidos, apadrinhando apenas um pré-candidato, e mandando os outros não sei nem para onde. Dessa forma não aceitamos. Eu quero votar em Rogério para o Senado, quero que seja o meu candidato e que me ajude a consolidar os meus projetos. Me atrapalhando, trabalhando para tirar as minhas lideranças e empurrar para o candidato que ele quer, procurando ajudar só o partido dele, se é que está ajudando todos do partido porque me parece que ele está ajudando alguns do partido e outros não”, disse indagando em seguida.
“Rogério está ajudando a pré-candidatura de Iran Barbosa? Está ajudando na pré-candidatura de Márcio Macedo? Na pré-candidatura de Conceição Vieira? De professora Ana Lúcia? Se ele não está conseguindo ajudar nem as pessoas do partido dele, talvez ele não tenha apoio nem do partido dele para essa pré-candidatura a majoritária. É isso que nós temos reclamado. Gosto de Rogério, gosto do PT, mas se quer se viabilizar para candidatura majoritária é necessário que tenha atenção aos demais partidos do bloco, que é o que não está acontecendo”, disse.
Jony Marcos avalia que o momento não permite ao deputado Rogério Carvalho desprezar aliados e pensar no Senado Federal – sobretudo por ter que enfrentar adversários que estão bem nas pesquisas. “Se Maria (a senadora Maria do Carmo) for concorrente, é possível derrotá-la nas urnas? Eu acho que é nesse momento que os aliados devem estar mais próximos ainda. Eu até falei outro dia sobre a diferença de Déda, que era do PT como Rogério PT, e quis viabilizar a candidatura majoritária. Ele trouxe os partidos para perto, se preocupou com os projetos dos partidos, ele disse que queria conseguir, mas queria que a gente conseguisse também. O espaço na política é amplo e todos os partidos desejam ocupar espaço na política. Déda respeitou isso e formou a coalizão de vários partidos que teve 10 anos de união, mas com a partida de Déda se fragilizou bastante”, disse.
O vereador entende que quem quiser disputar uma candidatura majoritária pelo PT, como Déda era, deve trilhar o mesmo caminho que Déda trilhou, respeitando e ajudando os partidos aliados, e não desmontando, desrespeitando, se responsabilizando por uma candidatura e excluindo as demais. “Não tem como construir. Nós na verdade estamos colaborando com Rogério. Estamos sinalizando que ele está fazendo errado e que deveria fazer de outra maneira se quiser ser candidato ao Senado do bloco do governador Jackson Barreto. Se nós estamos num grupo onde não somos respeitados, onde não estão preocupados com nossos projetos, fica a interrogação: será que estamos no caminho certo? Até um cachorro quando recebe um cafuné gosta. Maltratado ninguém vai a lugar nenhum”, observou.
Jony explicou que suas palavras em tom de desabafo são no sentido de dar uma alerta, ajudar ao grupo. “Estamos mostrando que o caminho não está certo. Ao invés de ficarem aborrecidos, achando que estamos criticando, parem para nos ouvir e ver o que estamos reclamando, onde é que está errado. Consertem, e a gente pode trabalhar com harmonia. Queremos criar uma situação que esse desacerto seja corrigido. Eu sou presidente do Diretório Estadual do PRB. Até hoje não me chamaram para conversar nada. O que eu sou?”, indagou.