Por Joedson Telles
Leio que o senador Alessandro Vieira justifica sua migração para o MDB citando três pilares: fortalecer a sua atuação no Senado e o seu grupo político em Sergipe e a defesa dos interesses da população. Até aí tudo bem. O próprio senador diz ter feito uma reflexão cuidadosa e está levando em conta o cenário político atual. O que ele não diz diretamente, pelo menos na nota que enviou à imprensa, é que pesou também a sua pré-candidatura à reeleição.
Alessandro, entretanto, deixa nas entrelinhas que pensa em 2026, quando fala em seguir fortalecido com os parceiros que permanecem no PSDB e na Federação PSDB/Cidadania, e o próprio bloco político.
Evidente que se conseguir manter os três partidos afinados e focados no seu projeto, o senador estará agregando forças. Porém, e isso também é óbvio, para colher os frutos que espera, ele precisa atrair políticos com densidade eleitoral. Só legenda não resolve seu problema.
Aliás, isso é importante já na definição interna sobre os dois nomes do bloco para a disputa. Portanto, bem antes de apresentar o projeto ao eleitor.
O bloco liderado pelo governador Fábio Mitidieri desenha uma natural pré-candidatura do prefeito Edvaldo Nogueira ao Senado. Alessandro demonstra perceber que pode construir um projeto para ser o segundo nome do bloco e faz o chamado dever de casa.
Sem diminuir sua vitória nas urnas, em 2018, até porque o considero um senador que justifica o mandato, a eleição de 2026 será totalmente diferente. Não haverá mais “o voto da moda” . A ideia de mudança, de votar no diferente, perdeu força.
Se disputar a reeleição, Alessandro terá que tentar persuadir o eleitor com ações concretas. Provar que os oito anos que passou em Brasília foram produtivos para Sergipe.
Alessandro deixou de ser uma aposta para ser alvo do julgamento do seu próprio trabalho. Não é mais um novato procurando uma oportunidade para provar ser útil ao coletivo.
Na nota que enviou à imprensa, o senador diz que seu desejo é “promover uma política de resultados, baseada na ética, transparência e no interesse público”. Sergipe lhe deu um mandato justamente para colocar isso em prática. Se entendeu que ele o fez, só saberemos no momento oportuno.
