Visando garantir a saúde, o bem estar e a segurança de animais que vivem em situação de vulnerabilidade, a Prefeitura de Aracaju, através da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Sema), desenvolveu o programa ‘Aju Animal’.
Lançado em 2022, o programa se tornou modelo de política pública para outras cidades e vem ampliando ainda mais seus serviços, chegando a um número total de 3.709 consultas, exames, castrações e outros procedimentos. Estruturado a partir de quatro principais eixos (castração, saúde animal, abrigos temporários e apoio à adoção), a iniciativa comemora, neste mês de novembro, um ano de funcionamento.
“Tudo que eu puder fazer para salvar uma vida e encaminhá-la para um lar seguro, eu vou fazer”, disse a professora aposentada, Maria Auxiliadora de Santana, que ficou sabendo do programa Aju Animal ainda em novembro do ano passado. Apesar de nunca ter sido apegada aos animais, em 2017 Maria foi conquistada pelo miado de uma gatinha que estava na porta de sua casa. Além de receber cuidados, o animal recebeu até nome: ‘Safira’, a gatinha que despertou o amor pelos felinos no coração de Maria. Atualmente, a professora abriga 10 gatos oriundos do Aju Animal.
“Depois de adotar Safira, eu comecei a notar a quantidade de gatos abandonados na porta do meu condomínio e até pela rua mesmo. A partir disso, eu dei início ao projeto ‘Safira: salvar vidas do abandono e dos maus tratos’. Por isso, apoio tanto a iniciativa da Prefeitura, e é por isso que estou abrigando esses gatinhos da Sema em minha casa. Esse projeto tem uma grande importância, é um passo muito significativo, porque além de acolher e alimentar, a Prefeitura também dá assistência veterinária, é um projeto completo”, parabeniza Maria.
Quem também vive para espalhar a mensagem do cuidado aos bichos e abriu a porta da sua casa para receber os gatos da Sema foi Maree Erkkila, natural da Nova Zelândia, que reside no Brasil há 13 anos. Maree conta que após perder seu gato, Robert´s, decidiu dar continuidade ao legado do bichinho que foi seu companheiro durante longos anos.
“Eu fiquei sabendo dessa iniciativa da Prefeitura através de umas amigas que também são abrigadoras. Depois disso, eu me cadastrei pelo formulário e no dia seguinte a Sema me ligou. Acho essa iniciativa muito boa e espero que cada vez mais pessoas se disponibilizem, pois isso garante a saúde dos bichinhos, além de promover a segurança deles. Nas ruas, eles estão sempre sofrendo maus tratos e chegam a morrer, aqui eu consigo monitorar o dia a dia deles através de câmeras, além de cuidar do bem estar de cada um”, declara Maree Erkkila.
Seja um abrigador
O contato com animais de estimação pode melhorar o sistema imunológico de crianças e adultos, ajuda a acalmar sintomas de ansiedade e ainda pode ajudar a combater o sedentarismo, pois o tutor acaba precisando dedicar tempo para passear com seu cachorro, por exemplo.
Durante todo o período em que o animal está abrigado na residência do abrigador temporário, as condições de saúde do pet são de responsabilidade da administração municipal. Cuidados como consultas, vermifugação, vacinação, todas essas necessidades que o animal tem em relação à sua condição física e de saúde são feitos pela Prefeitura de Aracaju. A gestão municipal também oferece um auxílio financeiro de R$ 60 reais para cada gato e um valor entre R$ 90 e R$ 130 para cães, a depender do seu peso.
Para ser um abrigador temporário, é necessário se cadastrar junto à Sema, através da plataforma AjuInteligente. Os tutores devem atender a alguns requisitos: não ter nenhuma condenação judicial motivada por maus-tratos a animais; não possuir vínculo empregatício junto ao poder público; ser pessoa física; maior de idade; e ser residente de Aracaju, cuja residência ofereça condições de proporcionar o bem-estar animal.
O secretário do Meio Ambiente de Aracaju, Alan Lemos, destaca que o AjuAnimal vem avançando e cumprindo o seu papel na perspectiva contemporânea de como tratar os animais que estão nas ruas, em colônias e em casas de protetores. “É uma grande satisfação completar um ano de ações efetivas de implementação de políticas públicas para a saúde animal, que é uma demanda social. Estamos colocando em prática a mudança da realidade dos animais em situação de vulnerabilidade, com tratamento de saúde adequado, com lares temporários e estímulo à adoção pela sociedade. Um trabalho feito com segurança, responsabilidade e respeito aos animais”, destaca.
A coordenadora do Aju Animal, Marília Castaneda, explica que ao preencher o formulário de cadastramento é necessário anexar alguns documentos, bem como RG; CPF; PIS; dados bancários (agência e conta corrente); declaração de residência; atestado de antecedentes criminais; autodeclaração de não ocupação de cargo, emprego ou função pública. Uma vez aprovada a documentação, o interessado estará qualificado para abrigar, por no máximo 12 (doze) meses, cães e/ou gatos abandonados ou em situação de vulnerabilidade.
“A partir da aprovação e fiscalização do local, nossa equipe define o quantitativo de animais que serão destinados ao lar temporário, além de realizar o transporte no carro adaptado para animais do Aju Animal, dando todo o suporte necessário. A Prefeitura realiza um acompanhamento periódico, a fim de averiguar a proteção, segurança e bem estar dos animais acolhidos, e em contato frequente com o protetor. Diante de qualquer indícios de maus tratos ou negligência, o animal é resgatado e encaminhado para um novo lar”, conta.
Marília destaca ainda que o contato é realizado por protocolo 1Doc e telefônico para realizar a fiscalização do local onde os animais irão ficar. Lá, são avaliados os quesitos de segurança, espaço para circulação do animal, proteção de sol e chuva, espaço para dejetos e, no caso dos gatos, se existe possibilidade de fuga para telhados vizinhos
