Por Joedson Telles
Virou lugar comum em Sergipe o verbete insatisfação emergir de pronto quando o assunto é o governo Jackson Barreto. A gestão consegue desagradar oposição, aliados e os “nem lá nem cá” – pelo que faz e pelo que deixa de fazer. Nesta quinta-feira 19, chegou a vez de a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil em Sergipe (CTB/SE), que declarou voto e apoio ao então candidato JB, perder a paciência e tentar encontrar a coerência com a história sindical, expressando diretamente a dor pela pisada no pé dos servidores públicos vitimados pelo anunciado 11 de setembro, quer dizer, 11 de todos os meses.
Segundo o vice-presidente da CTB/SE, Waldir Rodrigues, a decisão do Governo do Estado de fixar o dia do mês subsequente para efetuar o pagamento da folha dos servidores públicos lesa os trabalhadores, provocando desequilíbrio em suas finanças. “Isso significa que o servidor, que não teve nenhum reajuste salarial em 2015, terá uma perda ainda maior. Sabe por quê? Porque ele terá que pagar juros e multas por atraso no pagamento de cada uma das faturas. No caso dos cartões de crédito, esses juros chegam à estratosfera”, ajuíza Waldir Rodrigues.
A exemplo do que já foi sugerido por outras vozes, a CTB/SE entende que o governador Jackson Barreto e seus auxiliares precisam buscar saídas para a crise econômica (e política) aumentando a fiscalização para evitar a sonegação de impostos e reduzindo gastos desnecessários da máquina administrativa. “Mas não podemos aceitar atrasos no pagamento de quem já vive com dificuldade pela falta de um reajuste que recomponha o poder de compra dos salários corroídos pela inflação”.
Está dado o recado do sindicalista ao governador do Estado. Aliás, mais uma observação na mesma linha de tantas feitas por outras pessoas nos últimos meses. Quer apostar quanto que, se muito, a justa grita, mais uma vez, entrará pelo ouvido esquerdo e sairá pelo direito sem fazer escala na mente? Ao menos com práticas contrárias ao juízo que contemplem os sergipanos? É! Certas coisas sequer chegam ao conhecimento do governador. E quando chegam, dada a grande insatisfação com a gestão, não acrescentam muita coisa. São gritos sufocados pela dinâmica da política. Frustrante, mas verdadeiro.