Agamenon: colocando em xeque
Por Joedson Telles
Se o prefeito João Alves Filho pretende mesmo ir à reeleição com chances de vitória, como aposta os seus aliados, apesar dele mesmo manter a boca mais fechada que cubículo de presídio de segurança máxima, precisa, com urgência, apagar o incêndio que se inicia na sua gestão e atende pelo nome de Agamenon Sobral. De fiel aliado e defensor ferrenho, o polêmico vereador, bem ao seu estilo, pode colocar a gestão de cabeça para baixo rapidinho. Fazer um estrago irreparável, sendo a cereja no bolo da oposição com a eleição batendo à porta.
A dica desta vocação do vereador para externar o que pensa sem medir as consequências – mesmo atingindo aliados – pode ser atestada facilmente nesta animosidade criada entre ele e o secretário de Comunicação Social da Prefeitura de Aracaju, o jornalista Carlos Batalha, por conta do Forró Caju.
Apesar do esforço do prefeito para realizar a maior festa junina de Sergipe, mesmo com o município enfrentando uma crise financeira, Agamenon suspeita que a forma encontrada pela PMA para realizar a festa em parceria com a iniciativa privada “cheira a falcatrua” – e jogou a batata em chamas nas mãos no Ministério Público. As explicações dadas pelo secretário Carlos Batalha não o convencem.
Por sua vez, Batalha, disparou: “Agamenon é um imbecil, burro, louco e desequilibrado”. Olha só o clima “tranquilo e favorável” na cozinha do Negão…
Aí eu pergunto: se o prefeito João Alves, o vice José Carlos Machado ou a senadora Maria do Carmo não tratar de restabelecer a harmonia entre aliados, amansando Agamenon Sobral corre ou não o risco de sentir na pele o que o Sintese, por exemplo, vem sentindo nestes últimos quatro anos?
O que impediria Agamenon Sobral de usar a tribuna da Câmara de Aracaju, espaços na imprensa – sobretudo nos rádios -, as redes sociais e, lógico, o boca a boca, a sola de sapato para fazer o estrago? E a gestão João Alves? É tão perfeita ao ponto de se dar ao luxo de aguentar a língua afiada do vereador solta pelas ruas de Aju? Soa inteligente abrir o debate com Agamenon neste momento ou é mais lúcido apagar o fogo enquanto o prejuízo é mínimo?
Creio que se o prefeito João Alves repassar tais indagações aos adversários Valadares Filho e Edvaldo Nogueira será aconselhado, na hora, a alimentar a multiplicação das chamas. Bem ao estilo Maquiavel.
