O advogado Paulo Brincas, coordenador nacional das Caixas de Assistência dos Advogados do Brasil, roubou a cena na noite da última quinta-feira 23, durante a abertura do XXXV Encontro Nacional de Presidentes de Caixas de Assistência dos Advogados, ao defender o poder da Ordem dos Advogados do Brasil, enquanto entidade de classe e de amparo aos interesses da sociedade civil, e uma maior consciência classista dos próprios profissionais do direito.
“Com 900 mil advogados, nós somos a maior classe profissional do Brasil. Mas os advogados precisam descobrir
a força de classe que dispõem”, disse Brincas. Além de coordenador Nacional das Caixas, ele é presidente da Caixa de Assistência dos Advogados do Estado de Santa Catarina. Sergipe tem cerca de 10 mil advogados.
Para Paulo Brincas, o poder da Ordem é superabrangente e percebido por toda a sociedade civil. “Nós, os advogados do Brasil, pusemos este país de pé institucionalmente, enquanto Estado Democrático de Direito. Sem o advogado, não existe Justiça e sem Justiça, não existe Estado e nem democracia”, disse Brincas.
Mas, paradoxalmente, enquanto a “a Ordem é forte”, os entes mais diretamente ligados a ela, os advogados, não a reconhecem em sua real potencialidade. “Nós somos como aquele agricultor que tem em sua terra uma mina de ouro e que bastaria que ele cavasse um pouco mais para ficar rico. A OAB tem convênios em todas as direções – posto de gasolina, restaurante, hospitais, clínicas – e muitos de nós não usamos”, disse Brincas.
O XXXV Encontro Nacional de Presidentes de Caixas de Assistência dos Advogados foi aberto na quinta e continua nesta sexta, no Hotel Radisson, em Aracaju. Ele é coordenado pelo presidente da CAA/SE, Inácio Krauss. Na abertura, além dele e de Brincas, falaram ainda Felipe Sarmento, presidente do Fundo de Integração e Desenvolvimento Assistencial dos Advogados e da Caixa de Alagoas – Fida -, e Carlos Augusto Monteiro Nascimento, o presidente da OAB/SE.
Felipe Sarmento fez um discurso de improviso, no qual patenteou o papel do Fida no chamado sistema OAB que, para ele, e sob a concordância de todos os presentes, é muito importante. Sarmento lembrou que este ano o Fida está completando 30 de instituído.
Como uma espécie de chefe de um poder na recepção aos demais 26 presidentes de Caixa, Inácio Krauss manteve uma postura de magistrado e de diplomata. Num momento em que os ânimos dos advogados estão meio exaltados em virtude de uma pré-eleição pelo mando da OAB, Kraus fez um discurso rápido e marcado por um tom educado e cordial, sem tentar faturar politicamente.
“Queria que minhas primeiras palavras a todos vocês fossem as duas que compõem o universal “bem-vindos”. Elas são o melhor tapete verbal no protocolo das recepções. Mas, apesar da enorme generosidade que um “bem-vindos” sinaliza e representa, acho pouco. Por isso, quero ir mais além e lhes digo: estou feliz por ter cada um de vocês aqui em nossa querida e estimada Aracaju. Portanto o meu “bem-vindo” é permeado de alegria, de felicidade, de contentamento. De um enorme e fraterno contentamento”, disse ele.
Para Krauss, a dedicação de cada um à Caixa do seu Estado é o que deve ser ressaltado. “Quantas vezes não nos encontramos por esse Brasil adentro, em nossos Congressos, discutindo práticas, propostas e projetos para que trouxessem um alinhamento mais justo e harmônico das Caixas cada vez a serviço do advogado e de seus familiares? Sei: nenhum de nós se queixa. Todos estamos contentes com o que pôde fazer, e certamente fez o seu melhor. Deu o melhor de si. Estejam certos, também, colegas Paulo Brincas e Felipe Sarmento, que o Fida e a Concad verão aqui, hoje e amanhã, prestações de contas das ações que fizeram, sim, das nossas Caixas o braço social das seccionais da nossa querida OAB em todos os Estados País”, disse ele
Por Jozailto Lima