Por Joedson Telles
Ao observar comportamentos, após a aprovação do relatório do impeachment da presidenta petista Dilma Rousseff, no último domingo 17, sobretudo nas redes sociais, chego indagações inquietantes. Listo algumas: se, de fato, vivemos numa democracia não deveríamos respeitar o voto de um parlamentar, certo ou errado sob qualquer ótica? Não seria correto e lúcido levar em conta que este foi eleito nas urnas? Querer violentar o direito dado pelo povo a um cidadão de decidir não é ato reprovável? Pouco inteligente? Golpe, como está em moda o verbete?
Bolas! Se, de fato o deputado ou senador pisar na bola, o povo que lhe deu o mandato terá sempre as urnas, logo logo, para lhe dar o troco. O que não falta no Brasil é eleição. Será preciso mesmo espelhar o desespero, o desequilíbrio e partir para desqualificar, xingar, julgar, caluniar, tirar dos cachorros atestando ódio, muitas vezes? De uma arrogância sem tamanho. E beirando o ridículo, evidente. Sobretudo em se tratando de figura cuja história de vida não lhe confere moral para apontar o dedão…
Seja a favor ou contra a presidente Dilma Rousseff – ou qualquer outra votação -, os parlamentares estão legitimados para fazer escolhas. Ao eleitor resta o importante papel de aprová-lo ou não nas urnas, ao final dos seus mandatos. Mas o voto é mais que legítimo. E ataques de chiliques nunca mudaram nada. Nunca mudarão. Aliás, só aumentam a antipatia ou misericórdia que os lúcidos já nutrem por natureza por quem não aceita opiniões alheias, ainda que estejam amparadas em fatos. Por quem se acha sempre o dono da verdade absoluta, velando, às vezes até com desfaçatez, a velha e abominável cultura de jamais aceitar o contraditório.