O presidente do Sindicato dos Jornalistas do Estado de Sergipe, Paulo Souza, ao comentar a polêmica em torno das entrevistas realizadas pela TV Sergipe com os candidatos ao Governo do Estado, ajuizou que o trabalho do jornalista deve ser pautado sempre pela ética profissional. Âncora do telejornal do canal (Sergipe Notícias 2ª edição), o jornalista Ricardo Marques, que entrevistou os candidatos Jackson Barreto (PMDB) e Eduardo Amorim (PSC), chegou a ser criticado por não apenas impedir que os políticos se desviassem das perguntas, mas também por não conceder tempo suficiente para apresentação das propostas dos candidatos.
“Se o jornalista realiza uma entrevista com candidatos a governador, por exemplo, e só aborda o passado do candidato e não abre espaço para que o candidato apresente suas propostas, verificamos aí um ponto positivo e um negativo para a sociedade: o positivo é que a sociedade teve o direito de conhecer o passado ruim de determinado candidato, até mesmo para analisar melhor a sua escolha, e o ponto negativo, é que a sociedade ficou sem conhecer as propostas do candidato pelo fato de o programa ter dedicado todo o tempo para abordar apenas o passado”, disse.
Segundo Paulo Souza, abordar o presente e o futuro em uma mesma entrevista seria o mais interessante e proveitoso para a população. “De qualquer forma, observo que houve coerência do jornalista, já que ele usou da boa ética profissional abordando o mesmo tema para os dois candidatos. Ou seja, abordou o passado dos dois candidatos, e não apenas de um, o que seria totalmente antiético. Portanto, neste caso específico, não vejo motivos para críticas ao profissional, pelo contrário, elogios pelo seu comportamento equilibrado e ético”, diz.