Por Joedson Telles
Mais uma vez, a oposição lamenta, ou melhor, repudia o fato de não ter “tempo suficiente” para analisar com a calma e a atenção que julgam devidas as matérias do Poder Executivo enviadas ao Poder Legislativo para apreciação. Desta vez, pesco Linda Brasil avivando o problema durante uma entrevista.
Não há novidade. Deputados não governistas argumentam que os Projetos de Lei desembarcam na Alese e, com urgência, são colocados em pauta. Asseguram que não conseguem esquadrinhar como gostariam.
Há, todavia, detalhes que precisam ser levados em conta, antes de ajuizar a favor ou contra os queixosos.
Primeiro, é bom lembrar que nem o governador Fábio Mitidieri e nem o presidente da Alese, Jeferson Andrade, inventou a roda. A queixa é antiga e reside em praticamente todos os Poderes Legislativos. Tampouco o presidente da Alese está obrigado a acertar seu relógio pelo da oposição. Precisa, óbvio, ter bom senso. Mas a Mesa tem autonomia.
Em segundo lugar, às vezes as matérias gritam, de fato, pela urgência. Existe a real necessidade e, como têm maioria na Casa, governo e parlamentares aliados não desperdiçam o tempo.
Por sua vez, a oposição usa o válido argumento que precisa analisar com tranquilidade. E há matérias complexas que exigem, de fato, essa responsabilidade. Nenhum deputado brinca de votar. Muitas vezes quer apresentar emendas. Na sua ótica, melhorar as matérias.
O que não passa batido – e já vimos este filme inúmeras vezes – é que a oposição também quer mais embasamento e tempo para criticar a matéria antes da votação. Reprovar o que não concorda e desgastar o governo – e, por tabela, deputados governistas – na Tribuna, na imprensa e nas redes sociais.
É um jogo. Há, obviamente, a intenção em ambos os lados de responder às demandas coletivas. Sergipe sempre está na pauta. Mas não deixa também de ser uma disputa política. Governistas e opositores querem mostrar trabalho.