Por Joedson Telles
Cada vez mais intensificada, a pré-candidatura à Prefeitura de Aracaju da deputada federal Yandra Moura deve apressar o prefeito Edvaldo Nogueira a anunciar oficialmente o seu pré-candidato? A própria oposição deve fazer o mesmo? O PT não deve ser a exceção da regra?
O “açodamento” do ex-deputado federal e estrategista da pré-candidatura de Yandra, o seu pai André Moura, no mínimo, deveria servir para acender a luz amarela. Uma reflexão sobre prós e contras precisa ser feita – sobretudo pelo prefeito Edvaldo Nogueira, que planejou e está cumprindo à risca somente tratar do assunto eleição de Aracaju, no próximo ano.
Respeitando as estratégias adotadas por todos os políticos envolvidos no pleito de Aracaju, até porque é desta pequena fatia da população que sairão os candidatos, apenas me aventuro a analisar os fatos, penso que os adversários de Yandra devem anunciar, sim, suas pré-candidaturas. Pra ontem.
Aracaju é uma cidade geograficamente pequena. Não exige muita estrutura do político para se fazer presente aos bairros. E, óbvio, circular ou promover eventos nestes locais como pré-candidato (a) é diferente de se fazer presente, mas dando carona a incertezas.
É evidente que sequer é permitido campanha, neste momento. Não há candidatos, chapas. Todavia, creio que, para um considerável número de pessoas, o político que se apresenta como pré-candidato – ou não se apresenta, mas a informação já circulou na mídia e nas redes sociais – é “candidato”. Ou seja, o compromisso pode ser amarrado no momento do contato.
Para construir a futura campanha amparada em acordos entre políticos, também leva vantagem quem larga na frente e anuncia a pré-candidatura. Nem todos os entendimentos são feitos com a parte que vai apoiar conhecendo o padrinho, mas desconhecendo o afilhado. É quase que um tiro no escuro.
Um outro ponto que merece um olhar atento é que, surfando praticamente sozinha, Yandra pode ser beneficiada nas pesquisas. E, dependendo dos números, oferecer a André um argumento forte para o bloco governista abraçar a ideia. Ou, na pior das hipóteses, motivar a saída dele do agrupamento em nome do projeto Yandra.
Óbvio que não há uma regra, muito menos uma lei, assegurando a vantagem aos primeiros. Eleição, só se sabe o resultado quando termina a apuração dos votos. Lá… na frente. Hoje, ninguém é candidato… Entretanto, não faltam exemplos de derrotas atribuídas à estratégias equivocadas. Se é possível anunciar hoje, por que deixar para amanhã?
