Por Joedson Telles
Volto ao tema eleição 2024 para a Prefeitura de Aracaju. O jornalismo político de Sergipe, com raríssimas exceções, respira o assunto como quem se vicia num incomparável Tom Ford, e permito-me ir na onda. Black Orchid, a escolha. Desta vez, entretanto, não acompanharei o foco em nomes, mas em projeto.
Se é absolutamente natural que muita gente que sequer tem filiação partidária gostaria de ser prefeito (a) de Aracaju, imagine os políticos… Daí não surpreende que atestemos tantos nomes postos à disposição para a disputa. Democracia.
A indagação que faço, no entanto, é: todos os nomes ventilados como pré-candidatos estão preparados para a missão? Se chegasse à Prefeitura de Aracaju, qualquer um corresponderia às expectativas do aracajuano? Eu mesmo respondo: é óbvio que não.
Como não existem candidaturas ainda – não sabemos quem figura hoje como pré-candidato e vai até o final -, evito citar nomes. Entretanto, critérios básicos em tempo algum podem ser descartados: preparo, olhar fixo no coletivo e honestidade são alguns traços inegociáveis.
Aprovado neste Enem, qualquer um que sonha administrar Aracaju precisará apresentar, antes, um projeto viável que atenda às demandas da população – sobretudo da camada mais carente. Soa algo trivial? Concordo. Mas uma análise da vida pública de todos os pré-candidatos espelha essa preocupação?
O projeto deve ser apresentado em tempo oportuno, evidentemente. Mas o perfil do pré-candidato, suas ações, seus aliados dão uma dica deste projeto. Não é açodamento ligar o alerta para, se for o caso, já descartar intenções.
O eleitor precisa fazer esta leitura. Não pode entregar a Prefeitura de Aracaju a qualquer pessoa por razões do conhecimento de todos. Aracaju não é uma capital à toa e “tanto faz” quem esteja no seu comando.
Obviamente que quando terminar a sua atual gestão, em dezembro de 2024, o prefeito Edvaldo Nogueira não terá atendido 100% das demandas. Sequer há tempo e orçamento para isso. Também há equívocos. Entretanto, só muita má vontade para tentar minimizar seu trabalho por Aracaju. Sua dedicação.
Aliás, já pontuei neste espaço como Edvaldo recebeu a Prefeitura de Aracaju, em 2016, e como entregará oito anos depois.
Aliado ou adversário de Edvaldo, quem for eleito (a) para comandar os destinos de Aracaju precisará, necessariamente, ter o compromisso de não apenas dar prosseguimento ao que está dando certo – até melhorar, se for o caso -, mas também de colocar em prática um projeto que desenvolva ainda mais a cidade.