Por Joedson Telles
Merece um olhar especial a notícia que 106.924 sergipanos e sergipanas escolheram as iniciativas que vão receber recursos oriundos de Emendas do senador Alessandro Vieira, que, assim, objetiva “desenvolver projetos que impactem todo o estado de Sergipe”. O chamado “Edital de Emendas Participativas 01/2023” é um tiro no alvo.
Como bem observou o próprio Alessandro Vieira, o envolvimento do cidadão mostra a força da democracia. Entretanto, observa-se mais pontos positivos nesta elogiável iniciativa do mandato do senador.
Quando Alessandro abre espaço para qualquer pessoa ter o direito de opinar, de escolher como o dinheiro público será investido, ele está quebrando uma cultura nociva de o político decidir tudo conforme seus próprios interesses – sem levar em conta o sentimento coletivo. Às vezes, interesses individuais nada republicanos.
Ao contrário disso, o senador está dizendo às pessoas – inclusive a quem não participou porque não quis – que o cidadão não tem apenas o direito de votar e, posteriormente, ficar assistindo às ações dos políticos sem poder participar do mandato. O cidadão merece e tem o seu respeito. Tem espaço no seu mandato para uma participação direta. Aliás, o mandato passa a ser também do cidadão, como quer a Constituição. Não fica apenas no discurso.
O político que assim procede, perceba, internauta, pode até ter os seus interesses pessoais contrariados. Nem sempre sua vontade coincide com a do cidadão. É fato. Todavia, ao priorizar a decisão da maioria, qualquer político fatura eleitoralmente. Sem falar que se a decisão se revelar equivocada, no futuro, a conta, no mínimo, será dividida. O político não errará sozinho. Haverá as digitais do eleitor.
Que outros políticos também democratizem seus mandatos, inclusive ouvindo a população antes de votações no Legislativo. É certo que não há como consultar sobre todas as votações. Mas se o fizer com matérias mais polêmicas (e as redes sociais são termômetros) já será um excelente começo.
Os 106.924 sergipanos e sergipanas envolvidos no mandato de Alessandro são provas irrefutáveis que, pelo menos, parcela da população quer, sim, participar. É só ter espaço. A lição, obviamente, precisa ser estendida também ao Poder Executivo.
