O Senhor Jesus amealhou no seu ministério não a fama de enriquecer qualquer um que depositasse a fé nele, como tentam persuadir algumas igrejas nos dias de hoje, através da chamada teologia da prosperidade. Mas na sua ímpar comunhão com Deus, Jesus expressa a vontade divina de despertar a fé nas pessoas para uma vida dentro da palavra de Deus, visando à salvação eterna. Daí ele ser conhecido como o Salvador, e não o “provedor de riquezas”. Jesus priorizava salvar a alma – como podemos atestar no evangelho de João capitulo 4, quando ele dialoga com uma samaritana sobre a água do poço e a água que ele tem para oferecer.
“Qualquer que beber desta água tornará a ter sede; Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna. Disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me dessa água, para que não mais tenha sede, e não venha aqui tirá-la” (João 4:13-15).
A água, percebam, representava o desejo de quem se aproximava do poço. E, no contexto do ensinamento de Jesus, qualquer desejo material. Jesus mostra que nenhum dinheiro do mundo, nenhuma mercadoria saciará os desejos das pessoas. Somente um encontro verdadeiro com ele resolve o problema. Temos que beber da sua água. Não são gratuitos os inúmeros testemunhos de pessoas com a situação financeira resolvida, mas vivendo um inferno antecipado. Muitas, porém, encontram a felicidade em Jesus.
Mas, voltando à samaritana, é possível perceber que a sua fé emergiu após ouvir Jesus. Foi como a luz que aparece imediatamente, ao mudarmos o interruptor de posição. “… Senhor, dá-me dessa água, para que não mais tenha sede”, pediu.
Do mesmo modo, Jesus Cristo usou a cura física para mostrar o poder de Deus através da fé. Vejamos: “E aconteceu que chegando ele perto de Jericó, estava um cego assentado junto do caminho, mendigando. E, ouvindo passar a multidão, perguntou que era aquilo. E disseram-lhe que Jesus Nazareno passava. Então clamou, dizendo: Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim. E os que iam passando repreendiam-no para que se calasse; mas ele clamava ainda mais: Filho de Davi, tem misericórdia de mim! Então Jesus, parando, mandou que lho trouxessem; e, chegando ele, perguntou-lhe, Dizendo: Que queres que te faça? E ele disse: Senhor, que eu veja. E Jesus lhe disse: Vê; a tua fé te salvou. E logo viu, e seguia-o, glorificando a Deus. E todo o povo, vendo isto, dava louvores a Deus (Lucas 18:35-43).
Vale observar que, se no primeiro caso, Jesus apenas lançou a palavra sem que nenhuma ação física tivesse acontecido para despertar a fé, no segundo houve o milagre da cura. Ambos – samaritana e cego -, todavia, se igualam na fé. Se a samaritana tem o mérito de ter crido sem a necessidade de um milagre imediato no campo físico, bastou Jesus falar para absorver a palavra, o cego, por sua vez, insistiu, se humilhou, não se intimidou com a multidão, não pensou nas consequências que poderiam ser frustrantes… Ou seja, como outras pessoas, ambos atestaram que as ações de Jesus Cristo carecem de fé e são voltadas para despertar e alimentar a própria fé. Curar corpo e alma. Nada de focar dinheiro. Jesus, aliás, não estava preocupado em ser rico, imagine em enriquecer outras pessoas?
Agora, é bom não confundir as coisas. Focar Jesus, a salvação não quer dizer que a pessoa deva viver como mendigo. Que ser milionário, rico é pecado, e leva a pessoa direto para o inferno. Que todo pobre irá para o céu. Nada a ver. Desde que Jesus esteja em primeiro plano, que o amor ensinado por ele seja colocando em prática, que se leve uma vida dentro da palavra de Deus visando à salvação, não há problema em ter dinheiro. O problema é quando se ganha e se gasta dinheiro de modo a afrontar a palavra de Deus.
Deus no comando.