Por Joedson Telles
Ao se antecipar ao desfecho e criticar a ideia defendida por alguns governistas de o Governo Federal acabar com o que definem como “contrabando digital” (leia matéria nesta página), o deputado federal Rodrigo Valadares contabiliza mais pontos no Enem do legado bolsonarista.
Esperto, Rodrigo percebeu, lá atrás, o espaço, se elegeu com a bandeira do ex-presidente em mãos e, agora, vem dando sequência à linha política, acossando o governo Lula.
Conservador assumido, Rodrigo sabe o que está fazendo. Qualquer pesquisa – ou mesmo um olhar atento às redes sociais – revela com facilidade que o bolsonarismo não morreu. A eleição de Lula não sepultou politicamente o ex-presidente Jair Bolsonaro. Muito menos seus apoiadores.
É fato que um bom governo Lula desgastará o adversário, e facilitará a manutenção do atual projeto. Todavia, se a eleição fosse hoje, e se Lula mantivesse a palavra de não disputar a reeleição, uma volta de Bolsonaro ao poder não seria surpresa para quem analisa a política sem paixão por “A” ou “B”. Não esqueçamos: Lula ganhou apertado.
Rodrigo não apenas faz esta leitura como também trabalha para dar a sua contribuição para a saúde do projeto da chamada direita, em 2026, tendo Bolsonaro ou outro nome como candidato à Presidência da República. Não falta quem aposte precocemente no governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Será?
O fato é que Bolsonaro, Tarcísio ou outro político, a direita terá candidato, e torce desesperadamente pelo insucesso do terceiro mandato de Lula. Por sua vez, Rodrigo almeja se consolidar como uma das peças importantes, em Brasília, no trabalho de desgastar a gestão petista. Fiscalizar com uma lupa e jogar no ventilador é a sua missão; e já demonstrou estar pronto para criticar até as possibilidades – antes que se tornem reais.