Por Joedson Telles
“Então ele (Jesus) chamou a multidão e os discípulos e disse: ‘Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me'” – Marcos 8: 34 (NVI).
A crucificação era a forma mais cruel de se matar um condenado, no tempo do ministério de Jesus. A Lei máxima romana para punir quem cometesse um crime ou escravos rebeldes. A pedagogia da maldade. Serviu, todavia, também para assassinar inocentes; o maior deles o próprio Salvador.
Ao exortar aos que querem segui-lo tomar a própria cruz, Jesus falou (e fala) em sentido figurado, de forma a não deixar dúvidas de que ser um discípulo seu é estar pronto para renunciar a vida oferecida pelo mundo secular – e até mesmo morrer pelo seu nome, preservando, assim, a alma.
O caminho até o céu é estreito. Não existe cristianismo sem cruz. Há a constante luta que não é contra o sangue e a carne, mas contra espíritos malignos. Satanás, que tentou tirar o foco de Jesus Cristo (Mateus 4: 1-11), obviamente, faz o mesmo com os seus discípulos.
Jesus ensina que ser seu discípulo significa abrir mão de decidir sobre a própria vida. Aqui temos um convite à sábia decisão de asfixiar o ego, a vaidade, a arrogância, descartar “deleites” oferecidos pelo mundo e fazer da Escritura um manual para vida. Pautar-se na Palavra de Deus e viver para glória Dele, e não em busca da própria glória. Decisão, entretanto, que o homem natural não consegue compreender.
“Quem não tem o Espírito não aceita as coisas que vêm do Espírito de Deus, pois lhe são loucura; e não é capaz de entendê-las, porque elas são discernidas espiritualmente” (1 Coríntios 2: 14).
O discipulado, observa o pastor e teólogo Hernandes Dias Lopes, “implica o maior paradoxo da existência humana. Os valores de um discípulo estão invertidos: ganhar é perder, e perder é ganhar. O discípulo vive num mundo de ponta-cabeça”. É bem por aí.