Por Joedson Telles
“(Deus) responderá à oração dos desamparados; as suas súplicas não desprezará” – Salmos 102: 17 (NVI).
Quando o problema desembarca sem aviso prévio e se hospeda na vida de todos nós (ninguém vive sem pedras no caminho), a reação prioritária do crente precisa ser apresentá-lo a Deus, através de uma sincera oração. Uma fervorosa oração; e confiar que Ele fará o melhor.
Deus não muda. É o mesmo Deus pai de Jesus e dos que vivem nele, o poderoso de Israel, o criador do mundo, o grande Eu Sou. Deus está fazendo milagres. O verbo é sempre gerúndio. Nenhum problema resiste à sua vontade. Portanto, orar com fé é bem mais que uma ação meramente religiosa: é o exercício da própria comunhão com o Pai que está no céu, mas não abandona a terra.
Deus responde orações, mas ao seu tempo e em harmonia com o seu plano perfeito (1 Samuel 9-20). Antes de ser crucificado, Jesus orou para que o seu cálice amargo fosse evitado, mas confiou ser a melhor decisão a de Deus.
Há oração, entretanto, para a qual Deus não dá resposta. Pela fé, o crente entende que o silêncio Dele já é a resposta. Devemos, então, orar sempre, pois não sabemos a decisão de Deus até orarmos.
Assim como o salmista, devemos ter na oração fervorosa o canal de comunicação para chegarmos ao trono santo de Deus; de forma a espelhar que não apenas temos plena convicção da sua existência, mas também do seu poder e comando sobre quaisquer situações. Nada escapa da sua providência. A fé no socorro de Deus está sempre atrelada à sua bondade. Precisamos orar. Clamar.
“Ouve a minha oração, Senhor! Chegue a ti o meu grito de socorro! Não escondas de mim o teu rosto, quando estou atribulado. Inclina para mim os teus ouvidos; quando eu clamar, responde-me depressa” (Salmos 102: 1,2).
No tempo do salmista, o Messias ainda era aguardado. O teólogo brasileiro Augustus Nicodemos explica que havia a consciência que o acesso a Deus só era possível mediante a fé no Messias.
No nosso tempo, o próprio Cristo Jesus deixou o ensinamento de usarmos seu nome para apresentar nossas súplicas a Deus (João 14: 13). Mais que isso, ele está ao lado do Pai, intercedendo por suas ovelhas, por aqueles que acreditam nele como Salvador.
Pela ausência de mérito – ninguém tem mérito pelas próprias obras diante de Deus -, usar o nome de Jesus Cristo faz toda diferença, se estivermos na condição de servos, caminhado nos seus ensinamentos. Não basta mencionar o nome de Jesus. É preciso vivê-lo.
O pleito precisa ainda ser feito de forma detalhada. Apesar de Deus ser onisciente, as Escrituras ensinam ao suplicante descrever a sua situação minuciosamente. Não tentar esconder sentimentos.
“Esvaem-se os meus dias como fumaça; meus ossos queimam como brasas vivas. Como a relva ressequida está o meu coração; esqueço até de comer. De tanto gemer estou reduzido a pele e osso. Sou como a coruja do deserto, como uma coruja entre as ruínas. Não consigo dormir; tornei-me como um pássaro solitário no telhado” (Salmos 102: 3-7).
Também é imprescindível que a oração aponte a nossa fraqueza e a grandeza de Deus. “Meus dias são como sombras crescentes; sou como a relva que vai murchando. Tu, porém, Senhor, no trono reinarás para sempre; o teu nome será lembrado de geração em geração” (v, 11,12). Somos fracos, mas habita em nós o Espírito Santo que nos auxilia na comunicação com Deus, se, de fato, temos o Espírito.
Por fim, é preciso ter em mente e levar para a oração que, antes de abençoar seu povo, respondendo orações, Deus age apologeticamente pela sua glória. Antes de sermos alcançados pela graça, Deus é glorificado na verdadeira oração.
“Escreva-se isto para as futuras gerações, e um povo que ainda será criado louvará o Senhor …” (v,18). “No princípio firmaste os fundamentos da terra, e os céus são obras das tuas mãos. Eles perecerão, mas tu (Deus) permanecerás; envelhecerão como vestimentas. Como roupas tu os trocarás e serão jogados fora. Mas tu permaneces o mesmo, e os teus dias jamais terão fim” (v, 25-27).