Por Joedson Telles
Ex-vereador pelo PSB, o advogado Danilo Segundo, que é filiado, hoje, ao PT, explica, neste entrevista que concede ao Universo, nesta terça-feira, dia 4, o que o levou a colocar seu nome como pré-candidato a prefeito do município da Barra dos Coqueiros, nas eleições 2024. “Ando nas ruas da cidade; vejo o sofrimento da nossa gente. É uma questão de responsabilidade cívica a pré-candidatura do Partido dos Trabalhadores”, diz Danilo Segundo.
O que o motivou voltar a ser pré-candidato?
A Política sempre fez parte da minha vida. Entretanto, nos últimos anos, dediquei-me à vida acadêmica. Sou professor universitário, tenho trabalhado muito colaborando com jovens que desejam seguir a carreira jurídica. Estou concluindo meu mestrado em Direito e tenho planos para o doutorado. Mas, na realidade, nunca me afastei da política; afinal a política está no meu sangue. Basta lembrar dos meus pais, a quem tanto tenho carinho, respeito e admiração, que lutaram bravamente nos movimentos sindicais em Sergipe e no Brasil e eu segui os mesmos passos ao entrar nos Movimentos em defesa dos direitos da Juventude e dos Estudantes. Fui o vereador mais jovem de uma capital brasileira, com apenas 28 anos. Além disso, participei ativamente dos movimentos em defesa da Democracia e do Estado Democrático de Direito, assim como minha namorada, Lurian Lula, que também é militante petista e membro da executiva estadual do partido. Com a eleição do presidente Lula, o Brasil vive um novo momento político, social e econômico. Eu coloquei o meu nome como pré-candidato a prefeito da Barra, pois entendo ser preciso trabalhar para que esse novo momento chegue entre nós. A Barra precisa ampliar a democracia com a participação popular e de projetos e programas que contribuam com o desenvolvimento social, com a distribuição de renda e a geração de emprego. São essas questões que me movem a ser pré-candidato.
O senhor foi vereador por Aracaju… Por que escolheu a Prefeitura da Barra?
Olha, não é uma questão de escolha. É o lugar onde passei parte importante da minha vida. Conheço a Barra dos Coqueiros, fiz amigos por aqui e é o lugar que escolhi para viver. Ser pré-candidato é uma questão de responsabilidade. Conheço as agruras diárias que a população enfrenta. É assim, ano após ano, durante o período das chuvas, com os alagamentos, com a falta de investimento em infraestrutura urbana. É assim, ano após ano, com a falta de investimento na juventude que precisa de atenção especial para sua qualificação profissional e sua entrada no mercado de trabalho. Ando nas ruas da cidade; vejo o sofrimento da nossa gente. É uma questão de responsabilidade cívica a pré-candidatura do Partido dos Trabalhadores.
A sua pré-candidatura tem o apoio do PT Nacional?
A minha pré-candidatura segue uma orientação nacional do PT. A deputada Gleisi Hoffman, presidenta nacional do PT, juntamente com o presidente Lula, tem orientado ao Partido dos Trabalhadores que lancemos pré-candidaturas nas mais importantes cidades do país, conversando com outros partidos da base aliada. E que para defendermos o governo Lula e suas políticas de inclusão social, é necessário que apresentemos desde já as potenciais pré-candidaturas para as eleições de 2024.
Qual sua avaliação sobre a atual gestão da Barra dos Coqueiros?
Essa é uma avaliação que, necessariamente, não sou eu quem deva fazer. É uma avaliação que a população da Barra dos Coqueiros fará no momento certo. Mas temos pesquisas internas que indicam uma altíssima rejeição ao atual gestor. Essa é uma rejeição a um projeto político antigo, que não dialoga com a nova Barra dos Coqueiros. São quase 30 anos dos mesmos nomes fazendo revezamento do poder aqui na nossa cidade. Trago comigo uma indignação, um sentimento de que é possível fazer mais e melhor para os barra-coqueirenses. Especialmente quando analiso o crescimento do orçamento municipal e não vejo os investimentos sendo realizados nem para os mais ricos nem para os mais necessitados. É urgente que tenhamos uma gestão moderna, que planeje nossa cidade, que enfrente os desafios atuais e trabalhe para diminuir os impactos futuros do crescimento. Precisamos de uma gestão que olhe com zelo para as questões ambientais e que tenha mecanismos de participação popular em toda gestão. Tenho certeza que, no momento certo, a população saberá escolher entre um projeto político moderno, pujante e inovador e o projeto político da mesmice administrativa.
O senhor foi vereador pelo PSB. Como foi essa migração para o PT?*
O PSB foi meu primeiro partido político. Eu me filiei ao PSB desde minha juventude, tive uma trajetória exitosa neste partido, ajudei a construí-lo em Sergipe e assumi diversas funções na direção. Eu me orgulho de ter feito parte do PSB, de ter sido eleito o vereador mais jovem das capitais brasileiras por suas fileiras. Continuo tendo apreço e respeito aos ideais do PSB. Nele fiz muitos amigos que ainda são filiados ou são dirigentes deste partido.
O PT e o PSB são partidos irmãos que defendem a melhoria de vida da população, defendem a democracia e suas instituições. Lembro, ainda criança acompanhando meus pais, da primeira campanha de Lula à presidência da República em 1989. A chapa foi PT e PSB, uma campanha emocionante que mobilizou o Brasil. Meus pais são filiados e ajudaram na fundação do PT em Sergipe no início da década de 80. Acompanho o PT desde muito cedo, sempre tive uma admiração profunda pelo Partido dos Trabalhadores e estivemos juntos em diversas batalhas. Assim como no PSB, aqui no PT tenho muitos amigos, como o ministro Marcio Macedo, o deputado federal João Daniel e o Claudio Caducha, atual superintendente do Trabalho em Sergipe e ex-vereador da Barra dos Coqueiros. Portanto, não fiz uma ruptura. Optei em me filiar ao PT em respeito à história dos meus pais, pela história do PT, pelos avanços obtidos nos Governos Lula, pelas experiências exitosas das diversas gestões municipais do PT, inclusive em Sergipe, e também confesso aqui da minha vontade que sempre cultivei em me orgulhar de fazer parte do Partido dos trabalhadores.
