Por Joedson Telles
Depois de assumir a presidência do DEM de Sergipe, atendendo a um apelo feito pela senadora Maria do Carmo, o ex-deputado federal Mendonça Prado, que, na verdade, oficialmente, nunca deixou o partido, reuniu jornalistas, nesta terça-feira, dia 19, e, além de explicar o episódio envolvendo o PPS, o DEM e ele próprio, não só confirmou sua pré-candidatura ao Governo do Estado, mas também ainda deu uma dica do tom da campanha do ano que vem, ao apontar falhas da gestão Jackson Barreto e criticar o senador Eduardo Amorim (PSDB), cujo nome está à disposição do agrupamento para a disputa.
Quem escutou atentamente Mendonça não teve dúvida: ele aposta que o pré-candidato da oposição ao Governo do Estado será o senador Eduardo Amorim. A forma como ele bateu no fígado do tucano ao seu estilo sem piedade – e sem precisar ser provocado pela imprensa – deixou isso evidente. Entre outras pérolas, Mendonça disse que políticos e empresários que se aproximaram dos irmãos Eduardo e Edivan Amorim acabaram se dando mal. E usou como exemplo o ex-prefeito João Alves e o seu vice José Carlos Machado. Definiu os irmãos como “pestes” – e lembrou que se afastou de João Alves por entender que aonde Eduardo e Edivan chegam provocam problemas. “Quem cola nos Amorim se desgraça”, disse.
O presidente do DEM também cutucou o aliado (o mais próximo?) do senador Eduardo, o líder do governo Temer no Congresso, André Moura. Sem citar nomes, ele criticou uma ideia defendida por André para frear a criminalidade em Sergipe: “bandido bom é bandido morto”. Irônico, Mendonça disparou: “e político bandido?”, indagou entendendo que político bandido “fabrica” o jovem bandido, quando não prioriza a permanência deste na escola. “Criança precisa ser tratada como criança para não virar bandido”, disse, enfatizando que, negligente, o sistema fabrica os marginais quando desprezam os jovens.
Mendonça jogou água gelada na cabeça de quem pensava que o fato de ter tido uma curta passagem pela SSP do atual governo seria o suficiente para ele não tecer duras críticas à gestão Jackson Barreto também. Para ele, Jackson até tem obras importantes que devem ser tocadas, mas não neste momento de crise. Argumenta que o governador tem o “coração grande”, mas que precisa escolher prioridades e cortar na própria carne para arrumar a casa, contrariando aliados, mas enxugando a máquina pública. O pré-candidato do DEM entende que Jackson não faz um bom governo e não pode estar preocupado se vai arrumar inimigo no ano eleitoral por tomar decisões corretas. “Precisa pensar em Sergipe”, disse.
E pensar Sergipe, diz Mendonça, é cuidar da saúde, da educação e, sobretudo, da segurança pública. Ele acredita ser imprescindível fundir secretarias, exonerar ocupantes de CCs e adotar outras medidas que possibilitem ao Estado economizar dinheiro e pagar melhor – e em dia – ao servidor público, sobretudo a polícia, que, segundo ele, precisa ter um efetivo maior para combater a bandidagem.
Mendonça também observou que as viaturas devem estar abastecidas sempre, para a polícia fazer rondas e combater o crime. E explicou, por fim, que quando foi secretário de Segurança não teve a estrutura da qual precisou para combater o crime. “João Batista (ex-secretário) não teve e João Eloy não está tendo também”.