Por Joedson Telles
Chegamos. 2018. Ano novo. Ano de Copa do Mundo. Ano de eleição. Ano que “tende a passar mais rápido’. E Deus estará no comando das vidas entregues a Ele pela fé: o ano 2018 precisa e será melhor que 2017, que não foi dos melhores para Sergipe. A crise persistiu. O governo Jackson Barreto até que melhorou em alguns aspectos, mas os gargalos sobreviveram ao réveillon. Sobretudo a insatisfação dos servidores, aposentados e pensionistas e a questão da segurança. Ou melhor, da insegurança.
Se por um lado houve redução dos crimes de homicídios, por outro, nunca se viu tanto roubo e furto de veículos. As drogas estão destruindo os jovens. Felizmente, esbarrei na notícia que haverá concurso público para delegado, guarda prisional, bombeiro e polícia militar. Precisamos mesmo.
Na saúde, ainda não temos um hospital especializado em tratamento para pacientes com câncer é verdade. Mas é inegável que Jackson acertou quando convidou o ex-senador Almeida Lima para assumir a pasta. Ainda temos problemas, mas já é possível ver ações positivas. Almeida é um bom gestor e prometeu soluções.
A Educação continua na mesma. Até a animosidade Jackson e Jorge x Sintese e Ana Lúcia persiste. Nos últimos dias do ano, o Sintese voltou a emitir uma avaliação negativa da educação pública, e o governo soltou nota classificando o sindicato como “mentiroso”. À medida que a eleição se aproxima o termômetro sobe. É praxe.
A mais recente notícia do governo é que Jackson, depois de conseguir aprovar, na Assembleia Legislativa, o tal empréstimo de R$ 560 milhões junto à Caixa Econômica, para recuperar as estradas, pena nas mãos do presidente Michel Temer.
A importância deste investimento é tanta que até deputados da oposição votaram a favor, lembremos. Mas não adiantou o Governo de Sergipe fazer o dever de casa e apresentar o que lhe foi solicitado: Temer travou e chantageia Jackson. O discurso dos petistas está pronto: “além de golpista, chantagista”. E tome desgaste.
Como todos sabem, o presidente eleito vice quer que o governador convença a bancada a aprovar, na Câmara Federal, uma reforma na Previdência. Agora imagine, internauta, por exemplo, o petista João Daniel votando favorável a uma Reforma da Previdência com a qual nem o PT e nem os movimentos sindicais e sociais concordam?
Não discuto aqui necessidade da reforma. Tampouco a própria reforma proposta. Mas o internauta conhece a política: jamais um governo vai propor uma reforma que mexe diretamente com o trabalhador e, do outro lado, partidos socialistas vão perder a oportunidade de marcar território, sobretudo ele ano eleitoral. Mas chantagear governador é o fim da picada.
O curioso é que o líder do governo Temer no Congresso (aliás, “cargo” que nunca entendi, já que existe um líder na Câmara e outro no Senado…) é o deputado por Sergipe André Moura. Ou seja, das duas uma: ou André não tem forças, prestígio, importância junto ao presidente para liberar o tal empréstimo ou colocou na balança Temer e Sergipe e fez a sua escolha…
Caso queira mesmo ter êxito no seu próximo projeto político, Jackson Barreto precisa melhorar sua gestão, e não pode esquecer que joga contra o tempo – inclusive porque terá que se afastar e torcer que Belivaldo se saia bem. O vice que, por sua vez, pode virar governador com o afastamento do titular, aliás, sabe da sua importância no projeto de suceder a si mesmo. Para o bem ou para o mal, qualquer pré-candidato ligado a um governo carrega ônus e bônus deste…
Na Prefeitura de Aracaju, Edvaldo continua tentando consertar o caos administrativo herdado do ex-prefeito João Alves. Um ano foi pouco. É óbvio que toda gestão tem suas falhas, mas vejo muita a impaciência nas críticas nada construtivas de alguns colegas de imprensa na direção do prefeito. Cobranças precisam existir, evidente. É papel da imprensa. Todavia, às vezes, “esquecem” que Roma não foi feita em um dia. Em alguns pontos, Edvaldo vai errar. Em outros, contudo, já encontrou os erros.
O deputado federal Valadares Filho, pra citar só um da oposição, faz uma oposição dura. Cerrada. Fiscaliza a gestão Edvaldo Nogueira com uma lupa e, assim, presta um excelente serviço à população. Que ele, vez por outra, se exceda é normal. É da política. Está no seu papel. Se Valadares fosse o prefeito e Edvaldo estivesse na oposição faria o mesmo. É do jogo. Mas a imprensa precisa manter o equilíbrio, sob pena de ser rotulada.
Ainda sobre a Prefeitura de Aracaju, o fato que mais chamou a atenção, em 2017, talvez tenha sido quando o Ministério Público denunciou, há duas semanas, o ex-prefeito João, seu vice, Machado, e outras pessoas acusadas de ter participação num esquema de servidores fantasmas, ocupando cargos comissionados na PMA. Tem gente acusada, mas que trabalhou e tenta provar isso. Todavia, há quem, cinicamente, admitiu ter recebido dinheiro público sem trabalhar.
Já disse aqui e volto a insistir: o MP, o TCE e a polícia precisam passar um pente fino também nos contratos de prestação de serviços. Assegurar que não existiram também trabalhos fantasmas. Empresas fantasmas. Com João doente, a coisa correu solta. Estamos falando do dinheiro público e tudo precisa ser transparente. Roubou cadeia.
Paro por aqui para não cansar (mais) o internauta. Depois focaremos as eleições e os artistas já postos. A missão é árdua. 2018 precisa ser melhor.