Por Paulo Márcio*
O PT não tem o monopólio das ruas, anunciam os 3,5 milhões de brasileiros que atenderam ao convite do Movimento Brasil Livre e do Vem Pra Rua e aderiram às manifestações a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Embora ameaçado por Lula e Stédile, o povo indignado não se acovardou. Munido de bandeiras, apitos, faixas, cartazes e pixulecos, saiu às ruas para exigir decência e o fim da impunidade, algo que o PT não tem mais condições de oferecer, dado que são os seus chefões os primeiros a se enredar no cipoal de corrupção e malandragem sem limites.
A presidente Dilma mais parece uma autista, a quem os acontecimentos parecem não ter qualquer significado ou relevância. Age como se não fosse ela a responsável pelas medidas desastrosas que mergulharam o país em uma das piores crises econômicas da sua história. Porta-se como se o seu partido e o seu governo não tivessem protagonizado a tragédia ética que assola o país, trazida a lume pela operação Lava Jato, uma força tarefa envolvendo o que há de melhor na Justiça Federal, Ministério Público Federal, Polícia e Receita Federais.
Se muitos já não acreditavam que Dilma concluiria o mandato, após esse histórico 13 de março é dada como certa a sua deposição. A pressão popular atingiu o ápice, ao mesmo tempo em que o pedido de impeachment recebido pela Câmara Federal será aditado e robustecido com informações constantes dos mais recentes acordos de colaboração premiada, o do senador Delcídio do Amaral à frente.
Os apoiadores de Lula, que já não lotam uma Kombi, podem poupar suas energias para outras batalhas. O “capo di tutti capi” travestido de pobre operário foi enfim desmascarado por agentes públicos incorruptíveis. É de bom alvitre que troque as bravatas e o discurso de vítima por bons advogados criminalistas.
A maior manifestação política da história do Brasil tem a leveza da espontaneidade e a grandeza da esperança renovada.
*Paulo Márcio Ramos Cruz é presidente da Associação dos Delegados de Polícia de Sergipe – Adepol