Por Joedson Telles
Leio que a vereadora Emília Corrêa não se permitiu reunir-se com o governador Fábio Mitidieri e demais parlamentares de Aracaju. Como não poderia ser diferente, não falta quem critique a atitude. Entretanto, reprová-la sem uma reflexão é, no mínimo, agir de forma açodada.
Confesso que se fosse um vereador, mesmo não sendo um aliado do governador, estaria presente. Até para cobrar soluções para demandas de Aracaju que passam, necessariamente, pelo Governo do Estado. Não sepultava a chance de fazer isso olhos nos olhos, tendo várias testemunhas.
Entretanto, entendo a ausência de Emília. É o seu estilo. Ela sabe que, por mais que o governador diga que o encontro teve como objetivo apresentar serviços prestados a Aracaju pela sua gestão, foi também uma ação política, sim. Por que o governador não usou a tribuna da Câmara de Aracaju? Sacou?
Se dois políticos sentassem à mesa e não abrissem suas bocas, ainda assim, seria uma ação política. Bastaria alguém fotografar e jogar a imagem numa rede social. Nem precisaria de legenda. Os comentários pipocariam. Alguns, para ser econômico, maldosos. O cidadão se sentiria no “direito” de ajuizar qualquer coisa.
Zelosa com a própria imagem, Emília deve ter pensado nos prós e contras, para não se fazer presente. Rechaçou, entre outras coisas, a necessidade de precisar explicar sua presença num ambiente governista. Ao dizer não ao govenador Fábio Mitidieri, ela pode até ser chamada de desatenciosa, mas jamais de incoerente.