Por Joedson Telles
Somo-me aos que gostariam de ter visto o candidato Fábio Mitidieri presente ao debate bem organizado pelo Grupo Fan de Comunicação, na noite da última terça-feira, 20.
O ideal para o eleitor é ter acesso ao máximo de informações possíveis antes de ir à urna confirmar sua escolha; e os debates fazem parte do repertório eleitoral – assim como matérias veiculadas na imprensa, notícias reais divulgadas nas redes sociais, caminhadas, carreatas… Todas as formas de o político se comunicar com o seu alvo só fortalece e democratiza o pleito. Não se discute isso.
Observo, todavia, ser açodado correr à rede social, mandar áudio para uma emissora de rádio ou se valer de outro recurso para criticar o candidato Fábio Mitidieri.
Fábio não cometeu nenhum crime eleitoral por se ausentar. Tem este direito e, certamente, refletiu muito junto aos seus assessores antes de exercê-lo. Não sei a fundo o que o levou à decisão, mas não há dúvida que tudo foi pensado.
Não descartemos a possibilidade de Fábio ter pesado o fato de, a esta altura da campanha, às vésperas do dia D, o desenho dos candidatos já estar finalizado. Nada – ou quase nada – do que diria no debate soaria novidade para a maioria dos expectadores e ouvintes.
O próprio debate confirma isso, já que foi bem próximo do realizado pela Itnet, há duas semanas. Como, por exemplo, Alessandro e Rogério se arranhando, tendo como pauta o imoral Orçamento Secreto, e Valmir exaltando as suas gestões à frente da Prefeitura de Itabaiana e explicando a inelegibilidade que não o impede de fazer a campanha.
Caso o candidato Fábio tivesse comparecido, certamente, assim como o fez no debate da Itnet, tentaria levar a coisa para o campo das propostas, mas não escaparia das críticas e provocações feitas por adversários, que insistem em envolvê-lo no que definem como erros da gestão atual. O rótulo “candidato do governo” sempre tenciona.
Aliás, a reação de Fábio a tal provocação também seria previsível: ele não negaria que é aliado do governador Belivaldo Chagas, apontaria seus acertos, mas lembraria, em tempo, que, se eleito, ele – e não outra pessoa – governaria Sergipe.
Aí o internauta indaga não sem a razão: “Mas, finalmente, ele ganhou ou perdeu, ao descartar o debate?” Respondo de pronto: obviamente, assim como todos os candidatos que já fizeram a mesma opção um dia, ganhou e perdeu.
Perdeu, ao abrir mão de um tempo precioso e irrecuperável em contato com o eleitor através da elogiável estrutura montada pelo Grupo Fan. É sempre bom ratificar propostas e se defender dos ataques.
Por outro lado, ganhou porque para se defender dos ataques, a julgar pelo debate da Itnet, precisaria permutar propostas por insultos. Cairia na vala comum. Ao não comparecer, Fábio, tendo ou não a intenção, deixou a briga verbal que não serve a Sergipe para Alessandro e Rogério, que cumpriram “bem” o papel. Soberano, o eleitor não tarda a dar o veredito se Fábio acertou.
P.S. Parabéns ao amigo Narcizo Machado pela competência com a qual mediou o debate.