Por Joedson Telles
Infelizmente, a frase que serve de título para este texto dificilmente espelhará a realidade, quando os deputados estaduais de Sergipe votarem, nesta quarta-feira, dia 5, o Projeto de Lei do Poder Executivo, que prevê multa para quem sair de casa sem usar uma máscara de proteção, nesta pandemia.
O texto inicial estipula a multa em R$ 80,00, e já é o suficiente para fazer tremer alguns deputados. Os simbólicos R$ 600,00 não sairão deste espaço. Podem apostar.
Por ignorância, irresponsabilidade ou outro motivo que também não faz sentido, uma fatia considerável do eleitor não é simpática à ideia, e nem todos os deputados têm a maturidade, e, sobretudo, a coragem de legislar levando em conta o bem coletivo, quando sentem que podem contrariar.
Se o receio de ser marcado como um dos parlamentares que aprovaram a multa, por si só, já emerge como um fantasma naquela casa, imagine alterar o texto do Executivo, elevando a multa para R$ 600,00, que pesaria no bolso da maioria da população? Na cultura do parlamento brasileiro, soa utopia. Mas lembro em tempo: uma vida não tem preço…
… É bater em tecla comum detalhar que quem sai de casa usando uma máscara faz, assim, a sua mínima parte na guerra – obrigatoriamente de todos nós – contra o coronavírus. Os números de óbitos gritam.
Entretanto, se mesmo com tanta propagação da letalidade da covid-19, a insanidade campeia, o mínimo que as autoridades que têm a responsabilidade de frear as mortes precisam fazer é abraçar ações neste sentido, independente de perde ou ganhar votos.
Na verdade, já é um absurdo precisar de uma lei para que pessoas não corram o risco de morrer e/ou matar. E mais absurdo ainda levar em conta sentimentos de quem, conscientemente, coloca uma vida em xeque, na hora de dar a imprescindível contribuição para ajudar a evitar mais mortes.
P.S. Quem acha R$ 600,00 um valor alto precisa faz uma relação com as multas aplicadas, por exemplo, a condutores embriagados, que também colocam vidas em xeque. Que às vezes matam. Afinal, a ideia é a mesma: preservar a vida.