Por Joedson Telles
A semana não começou nada bem para o presidente Michel Temer, já denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sob a acusação de crime de corrupção passiva. Nesta segunda-feira, dia 10, o deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ), relator da denúncia da Procuradoria Gera da República contra ele, recomendou o prosseguimento do processo. É mais um capítulo do inferno astral anunciado.
O parecer de Zveiter foi apresentado à Comissão de Constituição e Justiçada Câmara Federal. Como será submetido à votação no plenário, de qualquer forma, Temer precisa continuar a incansável busca por apoio dos deputados, já que com 342 votos a matéria chegará ao Supremo Tribunal Federal (STF) à luz da Constituição.
Como se isso não bastasse, o PSDB volta a se reunir, hoje à noite, para discutir se deixa ou não o governo. Apesar do empenho pessoal do presidente no sentido de fortalecer sua base, insatisfação é a palavra de ordem a crescer dentro do ninho tucano.
O PSDB vive uma encruzilhada. Alguns não querem se distanciar do presidente porque sabem que, tão logo peguem as malas, cargos e outras vantagens no governo do PMDB serão coisas do passado.
Por outro lado, há os inquietos que não pensam em cargos no governo alheio, mas em construir o próprio governo, nas eleições 2018. Com Temer “bombando em popularidade, nos braços do povo”, pra não escrever o contrário, estes tucanos não querem a imagem do partido atrelada ao presidente, sobretudo depois da denúncia por corrupção. E não desistem de tentar descolar a legenda do presidente.
Todos são inocentes até que provas irrefutáveis sejam postas à mesa e aceitas pelo Poder Judiciário. Não canso de ratificar. Além disso, não consta que a defesa de Temer tenha jogado a toalha. Portanto, não se está aqui condenando o presidente de forma açodada e irresponsável. Nada disso.
Todavia, a coisa pega cada dia mais deixando-o insustentável no cargo. Desgaste é o termo da moda. E, evidente, em se tratando de política, de mandato à custa de voto, partido nenhum quer disputar uma eleição atrelado a um presidente com a imagem na lona. A transferência da rejeição pode ser automática e os adversários agradecerão, ao final da apuração dos votos.
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