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Valadares Filho sobre a campanha: “Senti o cansaço do aracajuano com as figuras do passado”

Candidato reprova a forma como o governador Jackson Barreto participou do pleito

Valadares Filho: pregando a renovação

Por Joedson Telles

O candidato a prefeito de Aracaju pelo PSB, Valadares Filho, assegura, nesta entrevista que concedeu ao Universo, que a campanha se encerra de uma maneira extremamente positiva, dentro do eu foi planejado. Ele acredita que, se não vencer as eleições do domingo, dia 2, no mínimo, estará indo ao segundo turno. Isso porque não tem dúvida que o eleitor entendeu a necessidade de renovação. “Senti o cansaço do aracajuano com as figuras do passado. Com os que estão no comando do município há décadas e não resolveram problemas elementares, como os da saúde, da educação, do transporte público, do meio ambiente. Nem os problemas dos servidores públicos, que recebem salários com atraso e sem aumento”, diz. Valadares Filho lamenta a forma rasteira, agressiva que se desenrolou a campanha e ainda reprova o jeito Jackson Barreto de participar do processo. “Ele fez reuniões, como governador, para pedir por Edvaldo Nogueira. Pressionou servidores públicos e comissionados a levantar bandeira por seu candidato e esqueceu que levou o Estado à pior das crises. Assim como se esqueceu que as pessoas são livres em suas opções políticas e eleitorais”, lamentou Valadares Filho. A entrevista:

Como chega à reta final da campanha o candidato Valadares Filho?

Eu diria que a campanha se encerra de uma maneira extremamente positiva, e eu muito bem. Dentro do que planejamos. E o que quer dizer isso? Quer dizer que pudemos travar o bom debate, que tivemos meios suficientes, apesar do encurtamento da campanha, de visitar bairro a bairro da cidade, de conversar com as pessoas, de colher mais informações delas sobre as necessidades comunitárias e de levar mais detalhes do nosso Plano de Governo, do planejamento que temos para os próximos quatros anos.

Como se deu o diálogo com o eleitor aracajuano?

Toda campanha é uma oportunidade de se humanizar mais as relações entre os futuros gestores e as comunidades. As pessoas. Essa campanha, por ser mais curta, nos exigiu mais e o retorno foi também mais positivo. O diálogo foi o mais fraterno possível. Democrático. As pessoas quiseram saber de mim e do Pastor Antônio, o meu candidato a vice, o que de fato faremos pela cidade nos próximos quatro anos. E nos ouviam com extrema atenção, dando as suas contrapartidas. Em quase 100% dos casos, o eleitor aracajuano nos passou a ideia de que falta a boa gestão da coisa pública. Que falta mais comprometimento de quem administra, seja o prefeito, o vice, o secretário. E é isso que nós vamos corrigir. Com urgência, a partir do dia 1º de janeiro.

O senhor acredita que o discurso da necessidade de renovação foi entendido pela população?

Não tenho dúvida disso. Senti o cansaço do aracajuano com as figuras do passado. Com os que estão no comando do município há décadas e não resolveram problemas elementares, como os da saúde, da educação, do transporte público, do meio ambiente. Nem os problemas dos servidores públicos, que recebem salários com atraso e sem aumento. Promovemos a campanha falando em fazer o diferente. Isso foi compreendido pela comunidade. E é assim que vamos fazer.

Há muitas reclamações de candidatos sobre o nível baixo da campanha. Como o senhor avalia isso?

Eu senti isso na pele. Eu vi a força da maldade armada contra mim. Todos os aracajuanos sabem que estou licenciado do meu mandato de deputado por 121 dias desde o dia 13 de julho e que só posso voltar no dia 14 de novembro. Mas o marketing do ex-prefeito Edvaldo trapaceou e disse em comercial da propaganda de TV e rádio que eu não fui votar na cassação de Eduardo Cunha porque não tinha compromisso. Ora, o marketing do meu adversário sabe que meu voto era pela cassação de Cunha. Sabe que o meu suplente, Bosco Costa, votou pela cassação – e que tinha pactuado isso comigo desde antes de assumir o meu lugar. Mas mentir dá resultado? Gera votos? Creio que não. Tanto que nossa candidatura cresce e a dele estacionou. No mais, o TRE condenou a coligação deles por esse abuso. Tivemos direito de resposta dentro do programa deles. Nesta campanha, ninguém me viu maculando a honra de ninguém. Os tempos são outros e não vale mais massacrar virtudes alheias para ganhar uma eleição.

Dizer ao eleitor que Valadares Filho nunca trabalhou é jogar baixo?

Esta foi uma outra tentativa de agressão à minha pessoa. Mas dos males, o menor, porque há alguns aspectos positivos nisso. O primeiro, é o de que não encontraram nada grave na minha biografia e vieram com esta saída boba e inconsequente. Depois, esqueceram, propositadamente, de dizer que tenho três mandatos de deputado federal e que muito trabalhei e trabalho por eles. Apresentei 42 Projetos de Lei, apresentei emendas para Sergipe em mais de R$ 202 milhões. Presidi comissões importantes, como a de Esportes em plena realização de uma Copa do Mundo no País. No mais, criminalizar pessoas com mais juventude, na vida pública ou privada, não é uma atitude feliz. Um exemplo: Marcelo Déda, grande figura humana, só tinha sido deputado, estadual e federal, antes de virar prefeito aos 40 anos, e governador. Na Bahia, o jovem ACM Neto só tinha sido deputado federal antes de ser prefeito de Salvador. E hoje é um dos mais bem-avaliados do Brasil. Vai se reeleger com mais de 70% dos votos. É um nome que, da Bahia, se impõe ao Brasil.

Como Valadares Filho avalia as pesquisas? Os números refletem, de fato, o que o senhor tem visto nas ruas?

Nunca remei contra pesquisas. Elas medem o calor do momento. O que tenho a dizer delas é que mostraram que viemos num crescendo. Neste domingo, se não vencermos logo, levaremos a eleição para um segundo turno em 30 de outubro. E aí, pode contar: seremos o vencedor. Não temos a menor dúvida. Para mim, a pesquisa que conta é essa.

Dos candidatos melhores posicionados nas pesquisas, Valadares Filho é o único que ainda não administrou Aracaju. Isso ajuda, à medida que não há críticas a uma gestão que não existiu, ou atrapalha por alimentar este discurso de falta de experiência adotado por adversários?

Ajuda muito, e se encaixa dentro do perfil da penúltima resposta. Nós temos um bom Programa de Governo, bons projetos nele e, sobretudo, muita vontade de fazer acontecer. Os aracajuanos verão uma interação entre um prefeito, que serei eu, e um vice-prefeito, que será o Pastor Antonio dos Santos, como nunca se viu nos 161 anos desta cidade. Uma dupla com vontade de fazer. Uma dupla que vai dar mais atenção às pessoas do que aos aspectos mecânicos da máquina administrativa. Uma dupla que sabe onde buscar as coisas. Somos dois deputados. Vamos deixar nossos mandatos na Câmara Federa e na Assembleia Legislativa para nos dedicar às necessidades de Aracaju e dos aracajuanos. E vamos fazer com força.

Como recebe as críticas adversárias pelo fato de ter feito uma aliança com o PSC?

Confesso que só ouvi estas críticas de fato dos nossos adversários. Que, aliás, nem deveriam criticar, porque em 2008, meu adversário se fez prefeito de Aracaju com o apoio de Eduardo Amorim, então deputado federal. Em 2010, Eduardo Amorim se tornou senador com apoio de Jackson, que foi, inclusive, seu coordenador de campanha. A comunidade compreendeu nossa aliança, que foi feita em bases políticas limpas. Sem troca de vantagens ou espaços políticos.

Como avalia a participação do governador Jackson Barreto no processo eleitoral?

Avalio com preocupação e censura. Ele fez reuniões, como governador, para pedir por Edvaldo Nogueira. Pressionou servidores públicos e comissionados a levantar bandeira por seu candidato e esqueceu que levou o Estado à pior das crises. Assim como se esqueceu que as pessoas são livres em suas opções políticas e eleitorais.

Quais seriam as prioridades de uma eventual gestão de Valadares Filho?

A primeira delas são as pessoas. Faremos um governo voltado para as pessoas. Para isso acontecer, botamos planejamento no topo das nossas prioridades. É a nossa proposta número 1. Aracaju não suporta mais improvisos e populismos. A cidade e as pessoas exigem soluções concretas, realizáveis e duradouras.

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