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“Se a eleição fosse hoje eu estaria eleito”, assegura Rogério Carvalho

“Nossas sondagens internas mostram que estou bem posicionado”, diz

Por Luiz Sérgio Teles

Candidato ao Senado, o presidente do PT de Sergipe, Rogério Carvalho, contrariando algumas pesquisas, assegura que será eleito, no próximo domingo, dia 7 de outubro. Rogério tem como base pesquisas internas e, segundo ele, a recepção do eleitor nas ruas. “Eu sou o primeiro na opção do segundo voto e os votos são somados. Qual é realmente o percentual? As nossas sondagens internas mostram que eu estou bem posicionado e se a eleição fosse hoje eu estaria eleito”, diz. O candidato comenta também a disputa interna que tem com o outro candidato ao Senado pela coligação, Jackson Barreto, pelo “título” de candidato de Lula. “Eu diria que tentar me tirar a condição de representante do time de Lula, que foi algo que criamos nas caravanas, é tentar retirar a essência desta campanha, já que é o PT quem puxa todas as disputas. Às vezes, isso vem e a gente tem que reagir”, diz. A entrevista:

Por que o eleitor sergipano deve escolher Rogério Carvalho para o Senado?

Acho que o eleitor deve conhecer a história de vida de cada um dos candidatos, qual o grau de compromisso ele tem com os temas de grande relevância para toda sociedade. Eu tenho uma trajetória de vida militante. Comecei aos 14 anos, em 1986, vinculado à Igreja Católica, depois no movimento estudantil, depois entrei na UNE, na Federação Nacional dos Médicos, Sindicato dos Médicos, tive formação acadêmica na área de saúde pública por opção, fiz mestrado, doutorado também na área de saúde pública, e exerci os cargos de secretário municipal, secretário estadual, deputado estadual e deputado federal sempre com o foco de defender a parcela da sociedade que mais precisa. Nem todos precisam tanto do governo quanto a maioria do povo brasileiro. Tem uma parte da população que consegue comprar e ter os serviços independente de governo. Mas a outra parte, que é a maioria, depende da presença do governo para atender sua demanda na área da moradia, da saúde, do transporte público… Eu quero ser senador porque tenho esse compromisso. Não é compromisso de uma eleição: é uma opção de vida que eu fiz lá atrás. Quem se dispuser a votar em mim estará votando em alguém que tem uma opção de vida que não vai mudar porque ganhou uma eleição. Tenho serviços prestados na saúde, capacidade de trabalho. Se você tirar o que eu fiz na saúde, há um apagão na saúde. Unidades de Saúde da Família, hospitais regionais, servições de especialidades, UTI neo-natal, serviço de nefrologia. Todos os serviços especializados em Sergipe tiveram minha participação. Tivemos o programa Mais Médicos, a Empresa Brasileira de Serviço Hospitalar. Participei do fundo de previdência complementar, que é a reforma que ninguém fala. Eu tenho uma história de compromisso que reflete uma opção de vida que dá muita segurança ao eleitor.

Quais as principais bandeiras que o senhor levaria como senador?

Quero ser senador para revogar algumas medidas que destroem todas as nossas conquistas. A lei trabalhista precisa ser ajustada para fazer justiça – e que possa ser, de fato, uma lei que produza equilíbrio entre trabalhador e empregado, e outras medidas nesse sentido. Militar na área da saúde, da assistência social e da previdência. Eu já fui relator de vários projetos nessa área como deputado federal. Quero ser senador para rediscutir o papel das empresas estatais. Deve ser um papel de condução séria, comprometido com a sua eficiência empresarial, mas com compromisso social de investimento no país. Aí incluo a Petrobrás, onde deve ser explorado o Pré-sal, gerar mais de 30 mil empregos. Quero ser senador para construir os gasodutos que passa na região próximo a BR 101 para que a gente crie oportunidades das empresas se instalarem e investirem na indústria local e investimentos em infraestrutura como Canal de Xingó, duplicação da BR 235, duplicação da rodovia Lourival Batista. Existem vários projetos fundamentais, tanto para resgatar a segurança da nossa população que perdeu o sentimento de segurança em relação ao seu futuro, quanto a iniciativas para promover o crescimento econômico na geração de emprego e renda, com impacto direto na segurança pública porque iremos resgatar um grande contingente de jovens pobres do tráfico de drogas e outros crimes. Quero ser uma voz ativa e forte ao lado de Haddad, presidente da República, e com certeza com a orientação do ex-presidente Lula que deve ser libertado com o fim desse regime autoritário que estamos vivendo.

Segundo as pesquisas, se a eleição fosse hoje, o senhor não estaria eleito para o Senado. Isso o preocupa?

Não porque a pesquisa a qual você se refere já estamos na Justiça para solicitar o relatório, porque a pesquisa que foi divulgada no dia anterior nos colocava como o primeiro na opção do segundo voto, e o resultado da pesquisa que foi divulgado mostra a opção do primeiro voto. Eu sou o primeiro na opção do segundo voto e os votos são somados. Qual é realmente o percentual? As nossas sondagens internas mostram que eu estou bem posicionado e se a eleição fosse hoje eu estaria eleito.

Na eleição de 2014, o senhor acusou um instituto de pesquisa de ter prejudicado sua eleição. Isso já estaria acontecendo hoje?

É o mesmo instituto que falou, na época, que eu estava com 18 pontos atrás da minha adversária (a senadora Maria do Carmo), na véspera da eleição, sem eu ter direito a me defender, e o resultado das urnas foi 3% de diferença. Sem contar outro instituto que colocou 27 pontos de diferença. Ficou claro que manipulou a informação e, claramente, foi uma fake news. Fizeram e distribuíram, por concessões públicas, que veicularam os números. Isso me atrapalhou bastante e estão fazendo de novo, mas as pessoas estão vacinadas e eu sinto nas ruas a preferência pelo meu nome e as nossas sondagens internas apontam uma posição muito confortável.

Como o senhor avalia a exclusão do candidato Iran Barbosa da propaganda eleitoral?

Eu não diria exclusão. Diria opção. A opção de Iran, que é meu companheiro, e da professora Ângela, foi de não colocar o número de Belivaldo em baixo na hora da apresentação do programa. A decisão da coligação, que é maior do que o PT, foi que só veicularia o programa quem colocasse o número em baixo. É uma regra que eles têm todo direito de não se submeterem, mas, infelizmente, eu sinto muito. A professora Ângela e o professor Iran são grandes e bons candidatos.

Jackson Barreto demorou a sair do governo e isso prejudicou Belivaldo Chagas de alguma forma?

Isso é um fato já superado. Belivaldo está muito bem nas pesquisas.

O senhor tem pedido voto para Jackson nas ruas?

Quando tenho oportunidade, sim.

Jackson tem se apresentado como o candidato de Lula. Lá atrás, ele deu uma declaração polêmica que pegou o estado quebrado das mãos de Marcelo Déda. O senhor acha que a população vai absolver o discurso dele de candidato de Lula, compadre de Déda?

Eu não vou fazer juízo sobre o que pensa a população porque eu acho que a opinião vai ser emitida. Eu sinto por ele ter falado isso e não ter dito claramente que o governo dele foi vítima da paralisação do Brasil com o governo golpista que tirou uma presidente legítima do poder. Paralisou a economia, a arrecadação, gerou crise fiscal sem precedente, gerou desemprego assustador e isso é responsabilidade de todos os golpistas. Eu sinto por ele ao invés de ter dito isso que estou dizendo querer imputar tudo isso ao ex-governador Marcelo Déda, que por sinal, só viabilizou recursos e acordou que os projetos seriam aprovados na Assembleia. Quem executou foi o próprio Jackson Barreto.

Nos grupos de política, há a especulação de uma briga interna entre o senhor e Jackson Barreto. É verdade?

Não existe briga, mas uma disputa natural. São dois candidatos concorrendo ao mesmo cargo. A disputa maior é com os candidatos de fora, mas, em algum momento, pode ser que haja algum tipo de movimentação em busca dessa ou daquela liderança em relação ao eleitorado. Eu sou petista, milito há 32 anos, dos quais 28 são pelo Partido dos Trabalhadores, só fui filiado a um partido, tudo que eu fiz na minha vida foi no PT. Tive um único candidato na minha vida em toda minha existência, que foi Lula, depois Dilma e agora Haddad. Nunca estive aliado nem alinhado com nenhuma outra força política preferencialmente se não o meu partido. Eu diria que tentar me tirar a condição de representante do time de Lula, que foi algo que criamos nas caravanas, é tentar retirar a essência desta campanha, já que é o PT quem puxa todas as disputas. Às vezes, isso vem e a gente tem que reagir. Cada um tem o seu espaço. Não venham querer tirar de mim a condição de presidente do meu partido e nem a condição de petista e assumir o meu lugar nessa construção. Isso não é leal.

Qual o peso de Lula na eleição de Sergipe?

Grande. A população, principalmente a mais carente, que depende dos governos, tem uma gratidão muito grande a Lula. Ele criou as condições para que a maioria da população tivesse oportunidade e dignidade. Oportunidade de ter seu filho na universidade, oportunidade de ter energia em sua casa, de ter comida na mesa com o Bolsa Família, oportunidade de ter sua casa própria, de ter crédito para melhorar sua pequena propriedade rural, oportunidade de ter crédito para comprar uma moto e dignidade, porque 38 milhões de pessoas saíram da miséria absoluta. A maioria dessas pessoas são do Nordeste, sobretudo de Sergipe. Só sabe o que é viver na miséria absoluta quem um dia passou fome. A popularidade, a força, o carinho do povo de Sergipe. Lula com certeza tem força. É só olhar os 33% que o Haddad tem hoje na pesquisa de intenção de voto em Sergipe.

Qual a mensagem que o senhor deixa para o eleitor nesta reta final de campanha?

Eu quero pedir aos sergipanos para refletir bastante na hora de votar. Não deixem de votar. Nesta eleição, o voto será fundamental para definir os rumos do país. Se nosso país vai continuar nesse modelo de proteger os mais ricos ou se vai caminhar para um modelo que pense no conjunto da sociedade, em todos os setores da sociedade, mas que tem políticas que priorizem os que estão mais distante da dignidade sem a condição mínima de sobrevivência. Isso deveria ser uma pauta de todos que tem amor no coração.

Modificado em 30/09/2018 07:31

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