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“Não tenho dúvida: João é pré-candidato”, assegura José Carlos Machado

“A imprensa fala muito de pré-candidatos da oposição. Vamos falar da situação”

Machado: à disposição, se João não for para a disputa

Por Joedson Telles

O vice-prefeito de Aracaju, José Carlos Machado (PSDB), superou os problemas de saúde que o impediram de disputar as eleições 2014, está trabalhando num ritmo forte e, apesar de apostar 100% na pré-candidatura do prefeito João Alves Filho (DEM) à reeleição, está pronto e, sobretudo, disposto para ser o nome da situação, caso João Alves não queira ir para o embate, em 2016. Machado conversou com o Universo sobre essa possibilidade e outros assuntos políticos – como a polêmica em torno das verbas de subvenções envolvendo deputados na Assembleia Legislativa de Sergipe, a difícil situação financeira pela qual passam Estados e municípios brasileiros e as críticas que o PT vem fazendo à gestão João Alves. A entrevista:

Como o senhor avalia essa medida de cancelar o carnaval de Aracaju?

Foi decisão do prefeito João Alves. Quem governa sabe separar o importante do fundamental. Imagine um servidor que ganhe um salário mínimo ou mais, ele tem que pagar suas contas no final do mês, e chegar à Caixa e não ver seu dinheiro? É uma frustração total. A opção foi essa: não tenho dinheiro para pagar a folha como vou fazer carnaval? Foi uma medida importante tomada pelo prefeito, ele não queria fazer isso, mas, foi o que teve que fazer.

É tanto que, recentemente, o prefeito enviou Projetos de Lei à Câmara Municipal visando enxugar a maquina…

Ele tinha que fazer isso nessa crise do país. Lamentavelmente, somos obrigados a dizer algumas atitudes passadas do Governo Federal quando concedeu incentivos às empresas automobilísticas, tirando exatamente do Fundo de Participação dos Estados e Municípios. Isso levou os mesmos a quebrarem, e Aracaju não ficou fora disso. Com as quedas das transferências ditas constitucionais, a queda dos royalties foi quase uma imposição para que o prefeito tomar essas medidas, para economizar cerca de R$ 80 milhões por ano. Essa economia será revertida para ajudar a população que está com sérios problemas. Vai resolver os problemas da população mais carente.

O líder da oposição na Câmara Municipal, o vereador Iran Barbosa, disse, durante a votação destes projetos, que João Alves “não disse a que veio”. Como o senhor avalia este juízo?

Se eu estivesse no lugar de Iran diria a mesma coisa. São dois os papeis da oposição: um é esse que Iran está fazendo, criticando tudo que o prefeito encaminha. O outro é fazer propostas alternativas. O que ele propõe para resolver os graves problemas dos municípios brasileiros? Ele não diz que esses problemas são decorrentes da administração da presidente Dilma, que por muitos anos ele defendeu e é do partido dele. Esse projeto de João é a melhor alternativa para a situação.

As críticas do presidente do PT, Rogério Carvalho, à gestão João Alves vão na mesma linha?

Respeito muito os adversários. Você não pode desconhecer o preparo de Rogério Carvalho. Começou há pouco tempo na política, mas hoje é presidente do seu partido aqui em Sergipe. Mas quando foi secretário da saúde em Aracaju e no Governo de Sergipe foi quando começou um caos na saúde, com a Fundação da Saúde. Hoje, as fundação devem mais de R$ 150 milhões. Se os fornecedores forem à Justiça cobrar, a Justiça pode exigir a penhora de alguns bens das fundações, que são o Hospital João Alves Filho, a Maternidade Nossa Senhora de Lourdes. Para mim, a grave crise na saúde em todo estado começou quando essa medida de Rogério foi aprovada. Essas obras demoraram mais de seis anos para serem cumpridas, e ainda devem ter algumas a serem cumpridas. As que funcionam não são nem a metade dos investimentos que vinham para Sergipe. 60% eram para Aracaju, pois era onde estavam as prioridades. Você em Arauá não conseguia fazer um exame de ressonância magnética. Tinha que vim para Aracaju, e a clínica que faz cobra a Prefeitura de Aracaju, quando ele saiu para ser secretário do Estado isso caio para 30%.

E essa polêmica das verbas de subvenções envolvendo deputados estaduais? Para quem passou muito tempo no legislativo, o senhor tem sua visão, não?

A lei que tratou das subvenções foi em 2003. Eu fui deputado eleito 2002. Nós tínhamos uma verba de R$ 100,000. Não era permitido se fazer o que faz hoje. Têm ONGs sem expressão que receberam R$ 2 milhões. Uma coisa profundamente preocupante. Mas acredito que a atual legislatura será inteligente para entender os anseios do povo de Sergipe. Estamos falando de R$ 36 milhões. Esse atendimento ao parlamenta com emenda ao legislativo só existe em Sergipe. Deputado tem direito de fazer orçamento da União, mas não no Executivo. Está na hora de pensar e reformular isso. Dar mais transparência a todo esse processo. Não se fala em acabar, embora o Ministério Público tenha entrado com uma ação de inconstitucionalidade da lei de 2003 das subvenções. Agora o que a lei vai decidir eu não sei, mas está na hora de a Mesa Diretora (da Assembleia) chamar os seus pares e conversar. Repensar isso. Vamos ver se a Mesa Diretora liderada por Luciano Bispo encontra uma solução. Agora é muito dinheiro: são R$ 36 milhões por ano. Políticas públicas cabem ao Executivo. Legislativo não tem nada a ver com isso. Se pegar na Constituição tem lá as atribuições, às obrigações do Legislativo.

E essas andanças de João Alves? É 2016 chegando, Machado?

Têm muitos entusiasmados com a reeleição de João. O mais sou eu. A imprensa fala muito de pré-candidatos a prefeito da oposição. Vamos começar a falar da pré-candidatura da situação. Vamos começar a falar se João Alves não for (pré-candidato), eu espero que ele seja, mas nomes como Laércio Oliveira (deputado federal), eu não me excluo… Agora fica falando de Valadares Filhos, Eliane Aquino, Robson Viana, Fábio Henrique, o PDT pode ter pré-candidato, Ana Lúcia pelo PT… Está na hora de a imprensa falar dos pré-candidatos da situação. Laércio Oliveira é um grande nome, eu não me excluo. Quando o prefeito me deixa no cargo demonstro disposição. Tem uma coisa fundamental para um gestor que é pensar. Afeta o serviço público gestor que não pensa.

Até quando Machado vai esperar essa definição, se João vai ou não vai?

Não tenho dúvida: João é pré-candidato.

Mas é preciso “um lustre” na gestão, não concorda?

João Alves está saindo do gabinete. Está rodando Aracaju. A grande maioria dos moradores está preocupada com ônibus, terminais, abrigos, os taxistas estão preocupados com os buracos nas ruas… O prefeito está preocupado com os mais pobres, e os mais pobres estão na periferia, estivemos no Japãozinho e a popularidade de João ainda é grande. Aquilo que ainda não foi realizado ainda tem tempo de ser.

Modificado em 09/02/2015 06:01

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