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Má alimentação: câncer, diabetes, hipertensão, problemas cardiovasculares, renais, hepáticos…

Nutricionista Décio Santos enfatiza a importância do cardápio correto para a saúde

Por Joedson Telles

O nutricionista Décio Santos reforça, nesta entrevista que concedeu ao Universo, neste sábado, dia 27, a importância de uma alimentação correta para se ter uma vida saudável. Ele também lista os principais alimentos entre os mais importantes neste processo de zelo com a saúde e alguns que precisam ser evitados em demasia. Décio aconselha, além dos cuidados com o cardápio, cuja elaboração precisa da orientação de um nutricionista, a prática de atividade física e boas noites de sono. A negligência pode resultar em várias doenças. “O risco de uma má alimentação a longo prazo está relacionados a problemas graves de saúde como obesidade, hoje mais de 50% da população brasileira está com sobrepeso ou obesa, diabetes tipo 2, as pessoas estão ficando diabéticas cada vez mais cedo, hipertensão, câncer, problemas renais, hepáticos, cardiovasculares, etc.”, diz.

Por que as pessoas precisam da orientação de um nutricionista para se alimentar de forma correta?

Costumo dizer que quando nosso carro quebra, procuramos um mecânico. Quando adoecemos, procuramos um médico… E por que não procuramos a orientação de um nutricionista para nos alimentar de forma correta? O nutricionista é o único profissional da área da saúde especializado em estudar as necessidades nutricionistas do ser humano, a fim de possibilitar que as pessoas tenham mais qualidade de vida e façam melhores escolhas alimentares.

Quais os principais erros alimentares?

São vários, mas vou citar os mais comuns: ficar muitas horas sem se alimentar, ingerir pouca água, não comer frutas e legumes, consumo excessivo de fast foods, de alimentos ultraprocessados (enlatados, embutidos, congelados, preparações instantâneas, refrigerantes, salgadinhos, etc), consumo excessivo de frituras, de carboidratos simples (pães, massas, bolos, etc), isso só para citar alguns.

Quais as consequências de se negligenciar isso?

O risco de uma má alimentação a longo prazo está relacionados a problemas graves de saúde como obesidade, hoje mais de 50% da população brasileira está com sobrepeso ou obesa, diabetes tipo 2, as pessoas estão ficando diabéticas cada vez mais cedo, hipertensão, câncer, problemas renais, hepáticos, cardiovasculares, etc.

Então, estaríamos livres de muitas doenças se mudássemos o cardápio?

Certamente que sim. O principal papel do nutricionista é a prevenção. Hoje observamos o sistema público de saúde muito ineficaz, hospitais superlotados, pessoas morrendo sem ao menos serem atendidas, ou seja, um quadro que dificilmente irá mudar a curso prazo. Isso ocorre muito por conta da falta de recursos ou investimento na área, mas, a meu ver, isso ocorre principalmente porque não se trabalha de forma mais eficaz com a prevenção das doenças que poderiam ser evitadas através de uma alimentação saudável.

É possível estabelecer o cardápio ideal para todas as pessoas ou cada caso é um caso?

Cada caso é um caso. Não há uma forma de padronizar a dieta porque as pessoas são diferentes, tem necessidades diferentes, objetivos diferentes, gosto e rotina diferentes, etc. Todo plano alimentar é individualizado e adequado à realidade de cada cliente, levando em consideração os fatores econômico, social, preferências alimentares, individualidade biológica, comorbidades (caso haja) com o objetivo de promover a saúde e bem estar do cliente. No entanto, é possível planejar um cardápio padronizado que atenda as necessidades de grupos específicos como escolares, idosos, pré e pós cirurgias, hospitalares, etc.

E o básico? Quais os alimentos que fazem bem a qualquer pessoa e os vilões?

Sempre falo para meus clientes para começar fazendo o básico: se alimentar bem, praticar alguma atividade física e ter uma boa noite de sono. Apesar de simples, hoje com a rotina de trabalho e atividades esse básico se torna cada vez mais difícil. É imprescindível o consumo de frutas e legumes, preferir os alimentos integrais, como pão, cereais e massas integrais ou de trigo integral, ingestão adequada de água, oleaginosas, escolher alimentos que possuam pouca gordura saturada, colesterol e gordura total. Por exemplo, carne magra, aves e peixes. Evitar a adição de sal aos alimentos, etc. Não rotularia os alimentos como vilões, porque tudo depende da quantidade e frequência com que se consomem esses alimentos, mas os alimentos que podem trazer prejuízo a saúde com o consumo diário a longo prazo seria os fast foods, alimentos industrializados (enlatados, embutidos, congelados, preparações instantâneas, refrigerantes, salgadinhos, frituras, doces, gelatinas industrializadas, refrescos em pó, temperos prontos, margarinas, macarrão instantâneo, sorvetes, biscoitos recheados), frituras, refeições prontas e congeladas como, por exemplo, lasanha e pizza, são ricos em gordura saturada e fazem subir os níveis do colesterol ruim (LDL) além de aumentar o risco para doenças cardiovasculares e da pressão arterial, isso devido a quantidade exagerada de sódio encontrados nesses alimentos.

Em linhas gerais, as pessoas, sobretudo as diabéticas, têm consciência da presença do açúcar em alimentos salgados e evitam ou consomem, pensando que não ingerindo doces tudo vai bem?

Geralmente quem já está diagnosticado com diabetes tipo 1 ou 2 tem uma noção de como se alimentar por conta da orientação médica durante o diagnóstico, mas de um modo geral, sim, as pessoas tem essa falsa ilusão de que deve evitar apenas os alimentos doces para evitar o diabetes, esquecendo que os carboidratos simples (pães, massas, bolos, etc) são tão vilões quantos os alimentos adoçados com açúcar.

Trocar o açúcar pelo adoçante resolve o problema ou se cria outro?

No caso do diabetes sim, é uma forma de evitar picos de glicemia, evitando todas as complicações que a diabetes pode causar. Ultimamente tem se estudado o efeito do consumo de adoçantes artificiais a longo prazo, mas a verdade é que ainda não há comprovação suficiente de que os adoçantes provocam tumores em seres humanos, isso em se tratando de câncer, mas há risco deles poderem causar outros problemas de saúde como alterações genéticas, atrofia testicular, danos neurológicos, dor de cabeça e alteração do humor. O ideal seria o uso de adoçantes naturais como, por exemplo, o Stévia, feito a partir do glicosídeo de esteviol, que não tem calorias e que tem um poder de adoçar até 300 vezes mais do que o açúcar comum, uma opção mais natural e segura. Mas é preciso ficar de olho, já que alguns fabricantes misturam a substância com outros tipos de adoçante como o ciclamato de sódio para baratear seu preço.

Quais os fatores levados em conta para um nutricionista elaborar uma dieta?

São vários. Levamos em consideração fatores econômicos, sociais, preferências alimentares, individualidade biológica, doenças existentes, uso de medicação (de qualquer tipo), suplementação, rotina de trabalho e atividades físicas, características físicas e emocionais.

Exceto a obesidade, o corpo emite algum sinal quando a pessoa não está se alimentando de forma adequada?

Sim. Os sintomas mais comuns são fadiga crônica, desânimo, cansaço aos esforços, pele e mucosas pálidas (descoradas), tonturas, sensação de desmaio, dores de cabeça e nas pernas, queda de cabelo, unhas fracas e quebradiças, falta de apetite, taquicardia, dificuldade de concentração e lapsos de memória, diminuição do desejo sexual, dentre outras.

Quais os erros mais comuns nas dietas feitas sem a orientação de um nutricionistas? E quais as possíveis consequências disto?

Passar longos períodos sem se alimentar. É comum as pessoas pensarem que quanto menos se alimentarem, melhor será o resultado final. Pular refeições atrapalha o funcionamento do metabolismo. O corpo passa a armazenar energia ao invés de gastá-la. Além disso, você sentirá mais fome na próxima refeição. Restringir ou excluir determinados alimentos da dieta. O corpo precisa de carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas e minerais em quantidades adequadas. A exclusão de qualquer um destes grupos pode causar problemas em longo prazo.
Não se hidratar. Uma hidratação adequada é essencial para a saúde e ajuda a emagrecer. A água é essencial em quase todas as funções do corpo humano e ajuda a manter a temperatura do corpo estável. A ingestão de água é importante para a eliminação das toxinas produzidas pelo organismo, que são expelidas pela urina ou suor. Exceder nos finais de semana. Passar a semana inteira controlando a alimentação não significa que você pode abusar no final de semana. Consequentemente sua dieta não irá funcionar. Comer rápido. Nosso cérebro demora cerca de 20 minutos para “entender” que estamos satisfeitos. Então, se você comer rápido, irá precisar comer mais calorias até a saciedade vir, fazendo com que você ganhe peso. Quanto consumir de cada alimento. Mesmo os alimentos considerados saudáveis em grandes quantidades pode causar o aumento de peso.

Modificado em 27/07/2019 08:26

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