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“Lastimável e constrangedor pessoas pleiteando cargos de secretário pela imprensa. Meu sentimento é de vergonha alheia”

“Não aceitamos recados desrespeitosos”

Por Joedson Telles

O secretario de Estado da Casa Civil, Silvio Santos, assina a frase que serve de título para a entrevista que concedeu ao Blog do Joedson Telles. Além de comentar a ânsia de algumas figuras pelos cargos do Governo do Estado, Silvio fala sobre outras questões da política local – inclusive da sua volta à presidência do Partido dos Trabalhadores em Sergipe – e manda um recado aos auxiliares do prefeito João Alves Filho (DEM). “Menos blá blá blá e mais trabalho, galera”, diz. A entrevista:

Agora não é apenas o sentimento do governo: o Proinveste beneficiará Sergipe. Como o senhor, que  participou diretamente das articulações para ver os projetos do Proinveste aprovados, recebeu a notícia? Deu, como se diz, para lavar a alma?

Claro. É o final bem sucedido de um processo que começou tumultuado, fruto de uma disputa política equivocada de todos os lados, mas que graças ao papel de estadista exercido pelo governador Marcelo Déda e a compreensão pelas forças da oposição da importância do Proinveste para o futuro de Sergipe chegamos a esse final feliz. É importante destacar ainda nessa fase final o trabalho desenvolvido pelos secretários João Andrade e Oliveira Júnior, que juntamente com seus técnicos atuaram diuturnamente para, num prazo exíguo, credenciar todos os nossos projetos junto aos órgãos do governo federal.

Já falou com o governador Marcelo Déda sobre a boa notícia?

O governador Marcelo Déda foi o primeiro a saber. Essa vitória é mais dele do que de qualquer outro.

Agora é investir o dinheiro?

Sim. Assim que o Proinveste foi aprovado na Assembleia Legislativa, o governador Marcelo Déda determinou que se iniciasse imediatamente todos os processos de licitações, contratação de projetos e de todas as ações que nos permitissem iniciar as obras o mais breve possível.

O senhor está pronto para encarar o PED e tentar voltar à presidência do PT ou pode apoiar Rogério Carvalho?

Eu sou presidente do PT eleito no último PED. Apenas estou licenciado. Há um manifesto assinado por 43 diretórios pedindo não só a minha reeleição como também a minha volta ao comando do partido. Eu não posso me negar a esse apelo. Estarei retornando ao comando do Partido e serei, sim, candidato a reeleição.

Quais os pontos mais importantes a serem observados como desafios do próximo presidente do PT?

Defender os interesses coletivos do nosso partido; manter a unidade partidária; fortalecer o PT nos municípios; defender o nosso legado nos governos que lideramos; mobilizar e estimular nossa militância nos movimentos sociais; trabalhar para ampliar nossos espaços no campo institucional e atuar para manutenção da unidade do campo democrático popular são algumas das nossas principais tarefas.

O partido tem que estar na chapa majoritária obrigatoriamente – como vice de Jackson Barreto ou mesmo indicando o nome ao Senado – ou deve abrir mão para o PMDB tentar compor com o DEM?

O PT em Sergipe tem um histórico de altruísmo e de compromisso com a unidade do campo popular. Fomos governo na capital e fizemos a sucessão com um aliado. O mesmo está acontecendo agora no estado. O PT foi o primeiro partido a defender a candidatura de Jackson Barreto à sucessão de Déda. O nosso compromisso em torno dessa candidatura e da unidade do nosso bloco continua irredutível, mas exigimos respeito. Não aceitamos recados desrespeitosos de quem quer que seja tentando diminuir o nosso papel na cena política sergipana. Temos noção exata da nossa força e do que representamos. Queremos a unidade. Queremos o nosso lugar na chapa que represente essa unidade. O PT quer a vaga de senador nessa chapa e quer que a nossa unidade se dê principalmente na defesa do legado dos nossos governos. Disso não abrimos mão.

O senhor vai mesmo disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa ou pode tentar um vôo mais alto?

Minha determinação é para disputar uma vaga na Assembleia Legislativa. Todos sabem que sou um quadro do PT que nunca coloquei meu projeto pessoal acima dos interesses do partido. Portanto não descarto outras tarefas que meu partido venha colocar, mas penso que não haja divergência entre o meu projeto e o projeto do meu partido.

O senhor foi vice-prefeito de Aracaju e, ao lado do prefeito Edvaldo Nogueira, foi bastante criticado pela oposição. Essa mesma oposição está no poder, há seis meses. Já é possível fazer uma avaliação do governo João Alves?

É e a sociedade já está fazendo. Todos os serviços pioraram. Os secretários quando vêem a público se explicarem o fazem com uma arrogância assustadora. O prefeito João Alves é um homem experiente e tem sido humilde na busca de parcerias para solucionar problemas. Isso é bom. É a forma correta de superar os problemas que são inerentes a qualquer governo. Isso precisa ser ensinado a maioria dos seus secretários. Acusar a gestão passada quando os serviços prestados hoje são piores não engana ninguém. Menos blá blá blá e mais trabalho, galera.

O senhor acredita que o governo está precisando de uma reforma no secretariado ou a máquina está funcionando bem e não precisa de ajustes?

Essa é uma avaliação que só pode ser feita pelo governador. Aos secretários cabe cumprir as tarefas que lhes são designadas ou que são suas atribuições. Eu estou secretário. Eu não fiz concurso para secretário. Quando o governador Marcelo Déda me convocou para ser seu secretário da Saúde eu era vice-prefeito de Aracaju. Renunciei ao cargo para assumir uma pasta que estava em crise. O fiz sabendo que isso não me dava nenhuma estabilidade no emprego. Depois o mesmo governador Déda me convocou para a Casa Civil. Se amanhã ele me pedir para sair não precisa nem me explicar nada. Sairei sem traumas ou mágoas. Acho lastimável e constrangedor quando vejo pessoas pleiteando cargos de secretário pela imprensa. Meu sentimento é de vergonha alheia.

Modificado em 16/07/2013 07:15