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“Déda provoca uma falta insubstituível”, diz Márcio Macedo

Deputado diz ainda que a campanha saiu das ruas para os gabinetes

Por Joedson Telles

Um dos poucos petistas que, a exemplo de Silvio Santos, Conceição Vieira e Eduardo Dutra, nunca deixou de ser fiel ao legado do saudoso Marcelo Déda, inclusive demonstrando isso no último PED do PT, o deputado federal Márcio Macedo, afirma nesta entrevista que o político Déda deixou uma lacuna aberta que ainda não foi preenchida. “Déda provoca uma falta insubstituível no PT. Um vazio enorme porque é a primeira eleição que o PT disputa em Sergipe sem a presença de Déda”, diz. O deputado toca em outros pontos das eleições e sentencia: “A campanha tem saído das ruas e tem ido para os gabinetes. Eu espero que os órgãos de controle estejam atentos a isso”.

Como avalia a aceitação das pessoas ao grupo que o senhor pertence?

A campanha é a mais diferente que eu vi na minha vida desde que acompanho eleições. Esse modelo se esgotou. Tem uma influência muito forte do poder econômico para colocar as campanhas nas ruas, efetivamente a ausência dessa circulação demonstra que as campanhas não estão nas ruas, a não ser os militantes que têm tradição de fazer campanha na rua como é meu caso. Isso demonstra a urgência da reforma política. Se o povo de Sergipe me reconduzir à Câmara Federal isso vai continuar sendo uma das bandeiras do mandato e um dos pilares da minha ação parlamentar, porque é necessário que haja um grande entendimento nacional para a mudança desse modelo. Acho que o país não suportará eleições sucessivas nesse diapasão. Acho que essa campanha vai apressar essa reforma política na minha modesta opinião. Eu acho que a população deve estar mobilizada o suficiente para que, já no próximo ano, a reforma possa acontecer no Congresso Nacional. Em relação à aceitação, eu tenho participado tanto das minhas ações da minha campanha quanto da presidenta Dilma, do governador Jackson, de Rogério, e estou vendo uma aceitação muito boa. Ainda não está com a movimentação que deveria pelas razões que eu coloquei. Ainda há uma timidez geral como se a população tivesse despertando agora para a campanha, e nesse universo eu tenho percebido uma aceitação muito positiva da presidente Dilma, Jackson, Rogério e da minha candidatura.

O dinheiro não está tendo a força que teve em outras eleições ou é justamente o contrário?

Eu acho que a ausência de campanha na rua é uma demonstração da ausência de circulação de recursos em torno da campanha. Isso não quer dizer que não esteja circulando recursos. A campanha tem saído das ruas e tem ido para os gabinetes. Eu espero que os órgãos de controle estejam atentos a isso.

Os deputados João Daniel e Rogério Carvalho denunciam compra de votos…

Pode estar acontecendo o que eu estou te dizendo. A Campanha saindo das ruas, porque essa circulação não está acontecendo e esse modelo é movido pelo poder econômico e por isso uma necessidade de uma reforma desse modelo para que todos os direitos sejam iguais, para que a livre vontade do povo possa ser respeitada. Espero que os órgãos de controlo estejam atentos.

Cabe ao político fazer denúncias vazias (sem nomes)?

Os órgãos estão atentos. As campanhas estão sendo fotografadas. Todo mundo sabe o que está acontecendo. Precisava uma ação dos órgãos públicos de controle. Eu estou preocupado em fazer campanha. Vou lutar para que meu mandato possa ser renovado porque tenho tranquilidade que tenho cumprido meu papel com ética, amor a Sergipe e com muito trabalho.

Sente mais facilidade nessa campanha ou na anterior, em 2010?

Em tese essa campanha tem sido mais fácil para mim porque eu estou no exercício do mandato, mas as características dessa campanha têm dificultado a ação política de todo mundo, especial de perfis como o meu de campanha de rua, de buscar o voto consciente do eleitor. É um luta cotidiana e é o que eu estou fazendo. Do raiar do sol a noite tenho me dedicado exaustivamente a expor para população sergipana o que eu fiz em Brasília, o que eu penso, minhas propostas, a necessidade da renovação do nosso mandato para continuar seguindo Sergipe e o Brasil.

Além do seu trabalho, o senhor passa a mensagem do legado de Déda. Por que pegou essa bandeira?

Porque eu sou filho desse legado. Foi Déda que me colocou na política e eu milito na política com ele em Sergipe desde que eu comecei no movimento estudantil. Participei de cada tijolo, cada cimento, cada bloco colocado nesse alicerce do projeto que transformou Sergipe num estado melhor. Eu acho que é importante que se feche esse círculo da história de Sergipe. Por isso a importância para Sergipe da reeleição de Jackson Barreto para o Governo do Estado, para que possa concluir a obra que Déda começou, que foram concluídas várias etapas, e que precisam ser consolidadas as política de Governo e de Estado. Além disso, eu tenho total sintonia com o legado ético e de honestidade que Déda deixou na política sergipana e no Brasil. Eu procuro seguir essa linha, respeito o cidadão, o erário, e de poder traçar uma trajetória política em cima do amor, do trabalho e da ética.

Olhando de fora do partido, a impressão é que o PT está órfão sem Déda. Qual o tamanho dessa ausência?

Déda provoca uma falta insubstituível no PT. Um vazio enorme porque é a primeira eleição que o PT disputa em Sergipe sem a presença de Déda. Déda é uma liderança que foi forjada pela luta do povo sergipano e se confunde com a história da luta do PT em Sergipe, e se consolidou como uma liderança de massas que dialogava diretamente com os corações do povo sergipano e transformou isso em ação política e em trabalho de gestão em prol do conjunto da população e em especial dos mais favorecidos que precisam da mão amiga do Estado para sobreviver e para desenvolver o Estado como um todo. Isso é um patrimônio político extraordinário que não se preenche de uma hora pra outra. É um processo que o PT vai ter que aprender na prática a lidar com essa ausência. O que preenche isso é o seu legado, o seu exemplo de parlamentar competente, de um prefeito criativo e eficiente, de um governador eficaz, de um homem sério e honesto e é isso que me move na política. É essa estrada que vou continuar fazendo.

É impressão que Márcio Macedo, Sílvio Santos, Conceição Vieira são exceções dentro do PT? Outros tentam dar outro rumo à carreira política?

Eu acho que é impressão. Não só o PT como toda sociedade sergipana percebe a importância do legado de Déda não só para o PT, mas para Sergipe.

O PT estaria preparado para sair dessa eleição sem um mandato majoritário?

Eu tenho convicção que é possível virar essa eleição de senador. Eu acho que se comparar as ações do deputado Rogério no Congresso Nacional e da senadora Maria, você tem uma comparação positiva para Rogério. Eu e Rogério estamos há três anos e meio como deputado federal e já figuramos pelo terceiro ano consecutivo entre os 150 parlamentares mais influentes do Congresso Nacional. Isso feito pelo DIAPE, um instituto sério, digamos que uma voz oficial quando se trata de atuação parlamentar. A adversária do PT nessa eleição, senadora Maria, está há 16 anos lá e sequer figurou em um dos anos. Acho que são comparações que o povo precisa fazer. Rogério tem uma capacidade grande de fazer campanhas e tem condições efetivas de virar essa eleição. Vamos trabalhar para que isso aconteça. O desafio do PT de Sergipe é fazer com que a campanha de Dilma seja vitoriosa aqui, de eleger Jackson Barreto governador, para dar continuidade ao trabalho iniciado por Déda. É uma chapa que tem os dois vices de Déda e é uma das tarefas do PT nessa eleição, como eleger um senador do PT. Reeleger os mandatos dos deputados federais e estaduais e lutar para ampliar a bancada. Essa é a missão do PT nessa eleição.

O governo Jackson Barreto é outro governo, ou se confunde com o governo Déda?

O governo de Jackson Barreto é continuidade governo de Déda, com as características pessoais de Jackson Barreto, que tem um jeito diferente de Déda como todo ser humano.

Jackson tem dito que pegou o governo há 8 meses, como quem quer se isentar do governo Déda. A oposição até critica essa postura, alegando que Jackson só quer o bônus do governo Déda, mas não o ônus…

Eu não vi em que circunstância teve essa afirmação. O que eu posso dizer é que o governo Jackson é continuação do governo Déda, com as características pessoais dele. É lógico que ele é responsável legalmente a partir do momento que ele assume como governador na morte de Déda. Nós nos sentimos muito contemplados com o governo de Déda e também com a continuidade do seu governo com Jackson. Nós temos responsabilidade com as coisas boas e as que ainda estão por fazer. Eu tenho total convicção que o governo de Déda e Jackson é o maior volume de obras e conquistas para o estado de Sergipe. Acho que esse conjunto de ações e conquistas certamente ajudará Jackson com sua tradição e sua história no estado de Sergipe de militância política, gestão como prefeito, ação política como vereador e deputado o ajudará a vencer a eleição deste ano.

O PT, para muitos petistas não deveria abrir mão de disputar a eleição para o Governo do Estado. Na próxima eleição, o PT tem que ter um candidato a prefeito de Aracaju?

Nós temos que reeleger, agora, Dilma, Jackson, me reeleger, ampliar nossas bancadas e depois a gente fala sobre isso. Cada dia com sua agonia. Agora, o PT tem que se concentrar nas eleições de 2014. Em 2016, a gente discutirá na hora adequada e apropriada.

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