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“São” João e a bomba deixada no colo de Edvaldo

Por Joedson Telles

Continuam estourando como bombas juninas críticas da oposição dirigidas ao prefeito Edvaldo Nogueira, por conta da não realização do Forró Caju 2017. Todas, no entanto, têm coerência no jogo político. É fato e não se discute. Qualquer político, inclusive Edvaldo, se não for governo cata com lupa e ruma a paulada no que julgar falha da gestão adversária. Sobretudo tendo eleição batendo à porta, os dadinhos são viciados a favor do jogador.

É do jogo, insisto, e os que fazem oposição ao prefeito Edvaldo Nogueira agem dentro da trivialidade. Não inventaram a roda. O eleitor define a geografia e cobra resultados.

Saindo dos ares políticos, contudo, é difícil alcançar a lógica que leva uma pessoa inteligente, que não é candidato a nada, que não está a agir politicamente, criticar o prefeito mesmo depois de ouvir as suas explicações para não corresponder expectativas, sobretudo em se tratando de um gestor que, em outras oportunidades, já realizou impecáveis festas.

Edvaldo deixou cristalino: não realiza o Forró Caju 2017 por falta de condições financeiras. Pegou a PMA devendo R$ 840 milhões, poucos recursos em caixa e inúmeros problemas cujas soluções só falam uma língua: dinheiro. Não encontrou amparo na iniciativa privada. Tampouco no Governo do Estado. Grana não emerge do nada. Como custear o Forró Caju?

O prefeito argumenta que não pode ser irresponsável e fazer festa com verbas comprometidas com a saúde, educação, vencimentos dos servidores, manutenção das ruas e avenidas de Aracaju. Está certíssimo. Festa é algo maravilhoso, mas supérfluo – sobretudo em tempos de crise financeira. Cantei a pedra neste espaço, no dia 16 de maio, no texto cujo título diz que “Com a PMA devendo R$ 840 milhões, Edvaldo só fará Forró Caju com dinheiro privado”.

Ali ressalvava e indagava: todos têm direito ao lazer, mas, quando o bolso não suporta, quem não inclui as festas na lista dos itens que serão suspensos da vida pessoal até que a grana volte a permitir tais diversões? E se isso é o básico no orçamento doméstico, o que esperar de um gestor responsável, no tocante ao orçamento público confiado a ele pelo eleitor?

Ratifico o juízo e acrescento: é de uma sacanagem sem limites levar ao pé da letra esta coisa de gestão ser impessoal, crucificar Edvaldo e esquecer que o ex-prefeito João Alves Filho e outros que mandavam na sua desastrosa gestão destruíram a Prefeitura de Aracaju e são os verdadeiros responsáveis pela não realização da festa.

Além da dívida de R$ 840 milhões herdada, Edvaldo explicou que, como a gestão João Alves não destinou 25% das verbas para a Educação, como preconiza a Lei de Responsabilidade Fiscal, o município de Aracaju está impedido de receber recursos de emendas parlamentares.

Desta forma, toda aquela peregrinação junto ao deputado federal André Moura, em Brasília, tentando – e até conseguindo – verbas federais para realização da festa acabou também asfixiada por ações ou falta delas por parte do ex-prefeito João Alves e seus ex-auxiliares.

Aí eu indago ao internauta: é perspicaz refletir sobre estes fatos – e outros tratados, inclusive, na esfera policial, e, ainda assim, se agarrar à questão de a gestão ser impessoal para crucificar Edvaldo, deixando João Alves à margem? Já fui acusado de pecar pela generosidade e até pela ingenuidade. Pela injustiça jamais.

Como sergipano e amante do forró é evidente que carrego minhas frustrações por não ver Aracaju reunir uma multidão a manter viva a sua maior cultura. Agora não acreditar que o prefeito Edvaldo Nogueira fez o que estava ao seu alcance para voltar a realizar a festa e também está frustrado com o desfecho é um pecado que não quero acrescentar aos já amealhados nesta vida. Basta.

 

Modificado em 16/06/2017 09:58

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