Fábio Mitidieri e o lamentável episódio

Por Joedson Telles

O governador Fábio Mitidieri agiu com a rapidez e a direção que se espera de um chefe do Poder Executivo, ainda com a poeira alta, no lamentável episódio registrado na Arena Batistão, no último sábado, dia 13, envolvendo o profissional de Educação Física João Antônio e a polícia.

Fábio lamentou o que define como uma falha na ferramenta do reconhecimento facial, reconheceu a importância da tecnologia para a Segurança Pública, determinou a suspensão do uso, até que um novo protocolo seja implantado e, em nome do governo, se solidarizou com João Antônio e sua família.

O governador, portanto, não fez pouco caso do grave equívoco, e, tampouco,  se escondeu em uma nota pública construída por sua assessoria. Fábio optou por usar o seu Instagram, o que sinaliza o seu envolvimento pessoal para que o problema não se repita.

Assim como o governador, a oposição não ficou em silêncio. O senador Rogério Carvalho e a deputada estadual Linda Brasil, por exemplo, se manifestaram em solidariedade à vítima e, obviamente, não poderiam ter uma postura diferente.

Ao levar a narrativa para o terreno do racismo, no entanto, a oposição peca pelo excesso. Não há como comprovar que a tecnologia foi programada para discriminar. Também não acredito que os policiais são racistas. A frase “falha no sistema de reconhecimento facial”, usada pelo governador, é bem mais próxima da realidade.

É evidente que a polícia deveria ter abordado João Antônio de forma a chamar o mínimo possível a atenção de outros torcedores. Dispensar o uso da farda e solicitar um documento com foto, no local onde Antônio estava, reduziria consideravelmente o erro da tecnologia. O episódio, dificilmente, seria notícia e, muito menos, chegaria à Justiça.

Aliás, mesmo com a pública manifestação do governador, Antônio – e somente ele – tem o direito de se dar por satisfeito com os verbos de Fábio ou de seguir em busca do chamado dano moral. Foi ele quem passou o constrangimento. O mínimo que todos nós – imprensa, governo e demais pessoas – devemos fazer e respeitar a sua decisão.

P.S. Não esqueçamos que a Arena Batistão estava lotada e a polícia controlou muito bem as torcidas organizadas. Este trabalho precisa ser elogiado. Não pode ser ofuscado.