Ao emitir uma nota de repúdio contra a deputada Linda Brasil, a Frente Parlamentar Evangélica da Câmara de Aracaju, presidida pelo vereador Eduardo Lima – um pastor da Igreja Universal – alimenta uma antiga controvérsia: é possível ser cristão – caminhar à luz das Escrituras – e estar exercendo um mandato? Se pegarmos o caso em tela, a resposta é um não com grifo.
Se o maior exemplo de todos os tempos, o senhor Jesus, ensina a dar o outro lado da face (Mateus 5:39) – e prova isso na cruz, ao pedir a Deus Pai o perdão dos seus algozes (Lucas 23:34) – como passar por cima da urgente necessidade de evangelizar quem ofende, optando por nota de repúdio?
Quem ofende um cristão, quem desconhece o amor que permeia o cristianismo, não pode ser repudiado. Precisa ter os olhos abertos, espiritualmente falando (João 8:32). Precisa de Bíblia. E se o cristão, ao invés de usar o momento oportuno para colocar isso em prática, repudiar, quem fará o papel de soldado de Cristo?
Lógico que tal comportamento soa fora da realidade – sobretudo no meio político. Mas é justamente por isso que existe a polêmica se um cristão deve ou não entrar na política.
Particularmente, penso que sim. Desde que consiga se manter fiel ao evangelho, o cristão deve – e precisa – estar em todos os espaços possíveis, dando o exemplo da imprescindível necessidade de todos nós andarmos como Cristo nos ensina; amando uns aos outros. Perdoando e pedindo perdão a Deus.
Modificado em 19/04/2024 12:00