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Rogério e João Daniel não foram derrotados; Lula sim

Por Joedson Telles 

Pode não parecer, mas o PT de Sergipe e o próprio senador Rogério Carvalho, que tentaram indicar Silvio Santos para dirigir a Codevasf,  não sofreram as maiores derrotas com o órgão indo parar nas mãos de André Moura, que sequer exerce um mandato e nem tem condições de exercer por motivos conhecidos por todos. É tudo uma questão de ótica.

É certo que o PT de Sergipe perdeu uma oportunidade de ocupação de espaço importante e estratégica para o êxito político do partido em solo sergipano, sobretudo perde Rogério que tem pretensões de disputar outra vez o Governo do Estado ou tentar a reeleição.

Também é certo que André Moura não tem mandato, mas, indiretamente, passou a ter com a eleição de Yandra de André, hoje, Yandra Moura.

Todavia, não é gratuito que o presidente do PT em Sergipe, o deputado federal João Daniel, respeitou a decisão de o governo Lula optar por André Moura, mas não escondeu que lamenta profundamente. Segundo o parlamentar, a Codevasf “merecia uma gestão comprometida com o estado de Sergipe”.  O PT de Sergipe grita não confiar em André Moura.

João Daniel, assim como Rogério Carvalho e demais petistas – inclusive militância e simpatizantes -, inundaram o Brasil, recentemente, com o discurso de que o então vice-presidente Michel Temer aplicou um golpe na então presidenta petista, Dilma Rousseff, e tomou-lhe a caneta presidencial.

O internauta de memória mais curta, se vive em Sergipe, não esquece que o mesmo André Moura, que, hoje, indica o novo superintendente da Codevasf, na volta do PT ao poder, ontem, era o líder do governo Michel Temer, na Câmara Federal, e, posteriormente, no Congresso Nacional. Petistas e simpatizantes se referiam (se referem?) ao político André Moura como o líder do governo golpista.

A aversão a André Moura por parte do PT já existia; é fato. Entretanto, se intensificou muito pela sua ligação profunda ao governo “golpista”. É tanto que nem o caminhão de recursos que André fez chegar a Sergipe, por meio desta aproximação com o ex-presidente Temer, amenizou as críticas petistas. A ideia de golpe sempre pesou mais.

Fitar, hoje, o mesmo André Moura “passando à frente” de petistas é como rasgar o discurso ideológico do PT. Dizer à sociedade que não houve golpe; foi pura retórica. Uma tentativa de o PT sobreviver politicamente, após perder a Presidência da República.

Lula e outros petistas se curvaram rápido ao jogo político. João Daniel e Rogério Carvalho optaram pela coerência. Não podem ser vistos como derrotados, mesmo neste terreno sujo chamado política. A coerência precisa superar a indicação de cargos.

Já Lula, sim. Criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro por ter feito acordos equivocados, na sua ótica, e parece esta tomado o mesmo caminho sob a desculpa esfarrapada de assegurar a governabilidade. O conhecido “toma lá, dá cá”, outrora, criticado soa boia de salvação.

P.S. O próprio André Moura, se fosse um político coerente, jamais aceitaria acordo com o presidente Lula. Jamais. Basta consultar a história. André sabe o que o PT pensa sobre ele. Mas…

Modificado em 09/06/2023 13:46

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