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Rogério Carvalho tenta provar que não foi sepultado politicamente. Pra variar, o alvo é João

Rogério: chance ímpar de provar coerência

Por Joedson Telles

Rogério Carvalho! O internauta lembra quem é? Pois é. Isso mesmo. Aquele político acusado de ser o pai ingrato que abandonou as Fundações da Saúde. De ter lavado as mãos diante do caos. Não é que a informação que ele estaria aposentado é inverídica? Eis que ele emerge, após três anos de administração do prefeito de Aracaju João Alves Filho, criticando aumento na tarifa do ônibus. Estamos em 2016. Ano, coincidentemente, eleitoral… Bom, mas antes tarde que nunca. Se o próprio João Alves precisa de oposição para obter êxito em sua gestão, imagine a sociedade.

Rogério ou qualquer político presta um bom serviço à população todas às vezes que fiscaliza o Poder Executivo. Aliás, uma das maiores doenças da política emerge justamente do vírus da permuta do silêncio por Cargos Comissionados ou benefícios afins. Contudo, observe-se que qualquer oposição já nasce depravada quando lhe falta pelo menos três pontos: o bom exemplo, a coerência e, sobretudo, a verdade no verbo.

Agora que rompeu o silêncio e tenta provar que não foi sepultado politicamente, após perder a eleição para a senadora Maria do Carmo, em 2014, Rogério Carvalho tem a oportunidade ímpar de mostrar a Sergipe que não se encaixa neste perfil danoso à população. Provar que, ao contrário do que o próprio João Alves alardeia, ele, Rogério Carvalho, não é um mal para Sergipe.

Listo alguns pontos imprescindíveis para o êxito da tarefa:

1 – Provar, e não apenas com palavras, que sua gestão na Secretaria de Saúde de Aracaju, na época do saudoso Marcelo Déda, não abriu mazelas ainda hoje por cicatrizar. Que fez um trabalho positivo e é vítima de calúnias.

2 – Provar, e não apenas com palavras, que não destruiu a saúde pública de Sergipe, quando secretário de Estado da Saúde do governo Déda, como argumenta o prefeito João Alves e seus aliados. Evidente que o ônus da prova cabe a quem acusa, mas, como político, é melhor ele mesmo apresentar as provas contrárias do que deixar a sociedade, no mínimo, na dúvida, e ter a imagem arranhada.

3 – Admitir ser o pai das Fundações e provar, mais uma vez, não apenas com palavras, que teve boa intenção, que o projeto era viável e apontar quem transformou sua ideia no maior mostro da área em Sergipe. Delatar culpados com provas irrefutáveis é a única forma de desatrelar sua imagem deste câncer.

4 – Fazer uma avaliação sincera e produtiva sobre a política de saúde, a de segurança pública, a de educação do Governo do Estado – ainda que contrarie o governador aliado.

5 – Externar se concordar com a forma como o atual governador trata o servidor público, não dando aumento, parcelando salário, décimo, sufocando greve entre outras incoerências com a sua história.

6 – Externar o que pensa sobre os petistas envolvidos em escândalos de corrupção. Mesalão, petrolão…

7 – Dividir com o eleitor de Sergipe seu juízo sobre a então candidata Dilma Rousseff ter adotado um discurso, na campanha de 2014, muito diferente da prática da presidente. Aliás, até o Lula lamentou a incoerência.

Deixo aqui sete temas. Certamente, o internauta tem mais sete na ponta da língua. As respostas, os juízos de Rogério Carvalho possibilitarão (ou possibilitariam) o discernimento sobre se ele aborda o aumento na tarifa do ônibus por empatia com a população, por ter espírito público ou se é movido pela necessidade de ressuscitar politicamente, valendo-se do velho discurso populista.

Evidente que ao aproximar-me da ciência política, da política dos grandes pensadores, da verdadeira política, ao propor a sinceridade nua e crua em prol do coletivo, descartando, assim, a retórica beirando a desfaçatez, passo ao internauta momentos de delírios. Chegamos a este ponto, infelizmente. Os vícios da velha política sufocam com certa facilidade a ética, a coerência, a moralidade, quaisquer boas intenções. Nunca, os fins justificaram tanto os meios como na política praticada nos últimos tempos.

P.S. Para o internauta pensar na cama: o dinheiro do contribuinte jogado no ralo com as tais fundações não seria melhor utilizado no subsídio do transporte público, baixando, assim, a tarifa?

Modificado em 05/01/2016 14:53

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