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Robson Viana abre a ‘caixa preta’ da relação Jackson x Valadares

“Valadares tem consciência da dificuldade que criou para fazer a coligação. Ninguém é menino. Queria ser o vice de Jackson de goela a baixo. Torceu para que Jackson não ganhasse a eleição. Torceu para Eduardo Amorim ganhar. A confiança não existe mais”

Robson: PSB está fora do novo governo

Por Joedson Telles

O vereador e deputado estadual eleito Robson Viana (PMDB) acredita que o senador Antônio Carlos Valadares (PSB) não conseguirá mais ter harmonia com o governador Jackson Barreto (PMDB). Nesta entrevista, Robson, homem de confiança de JB, externa a mágoa que povoa a mente do chefe do Executivo, e lhe faz querer distância do senador. “Está difícil. Tiveram muitas divergências e ficaram sequelas. Valadares queria ser o vice de Jackson de goela a baixo. Foi rolando, Valadares foi até o final tentando ser candidato a governador, não obteve êxito, e depois formou aquela coligação, colocando Belivaldo como vice. A confiança não existe mais”, assegura Robson Viana. O deputado eleito, como quem abre a ‘caixa preta’ da relação Jackson x Valadares, explica que o pavio da bomba cujo estouro se escutou com a decisão de Valadares em apoiar o então presidenciável Aécio Neves, mesmo sabendo da aliança PMDB/PT, foi aceso há muito tempo. “Jackson tem motivos de sobra em relação a Valadares, que sabe disso. Valadares tem consciência da dificuldade que ele criou para fazer a coligação. Ninguém é criança, ninguém é menino. Antes disso tudo, todo mundo estava conversando com todo mundo, com João Alves… Valadares queria ser candidato, infelizmente não teve condições, Jackson teve uma conversa com Valadares que não foi muito boa. Jackson teve muita dificuldade em relação a Valadares… Quando o senador entender que a liderança maior se chama Jackson Barreto ele vai estar bem com ele mesmo. Enquanto ele não colocar na cabeça que depois de Marcelo Déda, hoje, a liderança é Jackson Barreto, ele não vai estar dentro dessa situação. Muita gente diz que ele torceu para que Jackson não ganhasse a eleição. Torceu para Eduardo Amorim ganhar”, diz. A entrevista:

Há entendimentos no sentido de Robson Viana, ao invés de ficar na Assembleia, ajudar Jackson Barreto diretamente, participando do seu governo?

Eu fui eleito pelo povo de Sergipe para exercer meu mandato de deputado estadual. Eu também faço parte de um grupo político, sou amigo do governador, sou do PMDB, faço parte da base aliada e a gente tem que estar sempre à disposição do líder maior. Estou aqui pronto para o que der, o governador precisar. Sei da minha importância, de minhas responsabilidades, mas quero ajudar o governador. Fui eleito, quero estar na Assembleia ajudando como todos os outros também que fazem parte da base aliada para que a gente possa mostrar para o povo de Sergipe, e o povo vai cobrar também porque esse projeto foi vitorioso. A nossa participação, a nossa contribuição é sempre estar à disposição do governador para o que ele precisar.

Sobre a eleição da Mesa Diretora, Robson Viana está mesmo fechado com o deputado eleito Luciano Bispo?

Eu me antecipei. Já tenho a experiência da Câmara (de Aracaju). As conversas estão acontecendo. No nosso agrupamento político são quatro candidatos, Luciano colocou o nome, tem Jeferson Andrade, Gustinho Ribeiro, Garibaldi Mendonça, e do nosso partido são dois candidatos. Eu já me antecipei: estou trabalhando para Luciano Bispo, que é nosso candidato do PMDB, mas também tem Gariba, Jeferson e Gustinho que estão construindo também. É normal que cada um construa, já conversei com Gustinho, com Gariba e com Jeferson, já disse aos três o meu voto e vou trabalhar para que Luciano Bispo chegue à presidência da Assembleia. Eu acho que é um momento de diálogo, de conversa, todo mundo faz parte de um grupo só. Pedi e conversei com alguns dizendo que cada um tem que ter juízo de que se não for construir que venha somar com quem tem mais chance de ganhar a eleição, que seja do nosso grupo. Claro que alguns têm um caminho diferente, vão pegar voto na oposição, que é normal também no jogo político. Mas que a gente tenha responsabilidade e o compromisso que o presidente da Assembleia seja do grupo do governador, amigo do governador e aliado do governador. Todos estão cientes disso e estão caminhando na eleição da Mesa Diretora, mas com a consciência que, se não construir, que venha somar com o candidato que tem mais chance para que a gente venha ganhar essa eleição.

Com essa conjuntura, o PMDB cederia outros espaços da mesa para aliados como o PDS, não?

Verdade.Tem os espaços que cada partido pode preencher, como o PSD, que tem a segunda maior bancada, o PT, PSB, PRB, PDT, vários partidos, mas normalmente, pela sequência de bancada é o PMDB e o PSD. O PSD não tendo este no seu pleito, nada mais justo que a gente coloque o espaço dentro dessa conjuntura, mas tudo com tranquilidade. As coisas estão caminhando bem, cada um conversando com seus amidos deputados que tem mais afinidade, e é assim que tem que ser. Chegando lá no dia 15 de fevereiro que possamos ter a consciência de que o projeto é maior, é de um agrupamento político que foi vitorioso e ter a consciência que tem que ter o presidente da Assembleia.

E essa especulação que Robson Viana pode ser o nome de Jackson para a disputa da Prefeitura de Aracaju ?

Quem é que não quer ser prefeito de Aracaju? Todo mundo que está na atividade política tem interesse. É uma grande responsabilidade. Isso é normal dessas divulgações, desses boatos… A eleição estadual acabou. Eu acho que o momento de a gente acalmar os ânimos, terminar 2014, trabalhar 2015 porque se a gente fizer um bom governo, em 2015, com todos nós ajudando, claro que em 2016 todos os partidos que fazem base dessa conjuntura da aliança com governador tem quadros importantes para ser candidato. Todos têm legitimidade para colocar um candidato à disposição. Poder ser o meu nome, o de Garibaldi, o de qualquer um. É normal a gente em Aracaju terminar uma eleição já pensando em outra. É um exercício de vidência muito grande. A gente não sabe o que vai acontecer em 2016. O importante é que a gente se prepare, se organize. Todos que fazem parte da aliança do governo tenham responsabilidade, cuidado e vá trabalhando. Ninguém aqui vai pegar o espólio político de Jackson Barreto. Cada um que construa a sua história. É preciso nos somar com o governador e, em 2015, a gente vai trabalhando, e quando for em 2016, pode ter certeza, que essa discussão vai entrar mais na pauta e a gente vai discutir com todos os partidos porque ninguém é candidato de si mesmo. A gente tem que discutir com todos os partidos. Todo mundo tem interesse. Eu já votei em Edvaldo Nogueira (PC do B) três vezes: vice, vice e prefeito. Todo mundo quer oportunidade. É preciso ter maturidade, juízo para discutir isso, e, em 2016, o candidato que tiver melhor dentro do agrupamento político vai colocar o seu nome. É um momento de a gente pensar em fazer um bom governo com Jackson agora, terminar esse governo que está numa situação difícil como a folha, e 2015 trabalhar porque o povo vai cobrar tudo o que a gente prometeu na eleição. É um momento de ter paciência e trabalhar.

Jackson Barreto trabalha para ter maioria na Câmara de Aracaju?

A gente tem se colocado num momento de independência, mas ajudando bastante a administração municipal. Conversei com o prefeito de Aracaju, João Alves, uma pessoa que eu tenho um grande respeito, e acho que essa parceria administrativa tem que continuar. É bom para o estado e bom para a prefeitura. Têm vários projetos em andamento, em conjunto. Quando tem um problema isso acaba prejudicando a população. Eu conversei com o prefeito e vou conversar com o governador. Eleição só daqui a dois anos. Quando chegar lá vai discutir eleição. Eu acho que a gente tem que discutir os problemas de Aracaju, de Sergipe. Vou continuar fazendo o mesmo papel que fiz ano passado nessa parte administrativa. Disse ao prefeito que vou conversar com o governador para os dois continuarem essa conversa. O que passou, passou, a gente deixa pra lá. Cada um tem um lado. Eu sou amigo do prefeito de Aracaju, mas nessa eleição estava com o meu agrupamento político e não tive nenhum problema. Eu acho que a política vai mudando, e a gente vai melhorando a cada dia que passa. Certo que quando chegar 2016, se não der certo um vai um lado e o outro pra o outro. Eu não tentei essa coligação com o DEM pra trazer Maria do Carmo? Não deu certo. Agora é tentar trabalhar tanto para Aracaju quanto para o estado de Sergipe. Esse vai ser o meu papel na Assembleia. Mesmo não estando mais nesta Casa eu vou conversar com o governador para que a gente continue com essa mesma parceria com o prefeito de Aracaju. Têm várias ações da prefeitura em conjunto com o Governo do Estado que precisam do governador. Eu vou conversar com o governador para que essas andem porque eu tenho certeza que vai melhorar mais ainda a qualidade de vida do povo de Aracaju.

O governador Jackson Barreto continua magoado com o senador Valadares?

Isso é uma coisa que já vem acontecendo há muito tempo. Saiu uma matéria num jornal dizendo que eu sou semeador de discórdia dos dois. Se eu fosse semeador de discórdia, Jackson me ofereceu a Secretaria de Esporte e Lazer, quando Valadares entregou todos os cargos. Conversei com meu agrupamento político, escolhemos um nome, um mês depois, quando eu fui conversar com Jackson de novo, Valadares havia conversado com Jackson para que não mudasse logo. Se eu fosse um semeador de discórdia batia o pé. Eu disse ao governador que ficasse à vontade, que jamais o iria prejudicar e criar dificuldade para a coligação. Não criei nenhum problema. Jackson tem motivos de sobra em relação a Valadares, e Valadares sabe disso, até no início da coligação o que Jackson passou em conversa com Valadares. Eu acho que Valadares tem consciência da dificuldade que ele criou para fazer a coligação. Ninguém é criança, ninguém é menino. Antes disso tudo, todo mundo estava conversando com todo mundo, com João Alves… Valadares queria ser candidato, infelizmente, não teve condições. Jackson teve uma conversa com Valadares que não foi muito boa. Jackson teve muita dificuldade em relação a Valadares. Todo esse sentimento de Jackson exposto no rádio é um sentimento correto pelo que ele sofreu antes da coligação. A gente viu aí no segundo turno Belivaldo ficando com a gente e Valadares do outro lado mais uma vez. Quando o senador entender que a liderança maior se chama Jackson Barreto ele vai estar bem com ele mesmo. Enquanto ele não colocar na cabeça que depois de Marcelo Déda, hoje, a liderança é Jackson Barreto, ele não vai estar dentro dessa situação. Muita gente diz que ele torceu para que Jackson não ganhasse a eleição. Torceu para Eduardo Amorim ganhar. Jackson, hoje, é a liderança maior que está conduzindo esse grupo. Marcelo Déda, infelizmente, se foi e, hoje, Jackson Barreto é a nossa liderança maior. Enquanto Valadares não incorporar isso vai ficar passando por essa situação complicada.

Há como reverter esse quadro de animosidade entre Jackson x Valadares, até 2016?

Está difícil. Tiveram muitas divergências e ficaram sequelas em relação a isso. Foi logo no início da coligação. Participei de algumas com Jackson, e o que Jackson passou não foi brincadeira em relação ao senador. Não digo nem do partido (PSB). Tinham pessoas que queriam e pessoas que não queriam. Valadares queria ser o vice de Jackson de goela a baixo. Foi rolando. Valadares foi até o final tentando ser candidato a governador (fora da aliança), não obteve êxito, e depois formou aquela coligação, colocando Belivaldo como vice. Eu acho que ficou muita sequela para voltar ao normal, a confiança não existe mais. A gente tem um vice, Belivaldo, que foi uma pessoa extremamente correta nessa eleição e vai continuar com a gente, mas acho muito difícil voltar o que era antes. Cada um vai procurar seu caminho, seu espaço. Eu tenho certeza que dentro desse novo projeto o PSB não vai estar incluído. Cada um tem consciência do que procurou para acontecer isso aí. Jackson tem a consciência dele e Valadares a dele. Eu lhe digo porque acompanhei algumas reuniões, na hora que Jackson chegava comentando o que aconteceu. Juntou o segundo turno da eleição, que ele poderia estar conosco também, e acabou indo apoiar Aécio Neves. Cada um já contribuiu e, agora, vai procurar um caminho. O namoro acabou, durou o quanto pode, mas, agora, cada um procure o seu caminho.

Quando lá atrás, Jackson pensou em desistir foi por conta de estar com a “faca no pescoço”?

É muita pressão. Muita demanda. Política é terrível. Jackson realmente não queria ser candidato. Foram nossos amigos que pediram até porque é o nosso líder maior, até porque não tinha outro. Foi muito difícil convencer Jackson, ele sabia das dificuldades do governo, da aliança, mas mesmo assim, líder maior que é, ganhou a eleição, fez o trabalho dele. E ganhou pelo trabalho e história que tem. Claro que todos nós demos uma contribuição, mas Jackson tem uma história no estado de Sergipe. O povo elegeu uma pessoa que vai fazer um futuro melhor para o povo de Sergipe. Jackson tem uma grande responsabilidade. Méritos de Jackson e méritos de todos que pertencem ao agrupamento político. Jackson tem uma história pra cumprir, já disse que não é mais candidato a nada porque já sabe da pressão daqui a quatro nãos, mas não é mesmo candidato a nada. Vai concluir o mandato dele, tem que fazer um mandato honroso que deixe seu legado. Agora, a gente que vai conduzir depois o que ele vai deixar. A responsabilidade vai ser nossa e cada um tem que construir a sua também. Ajudar e daqui a quatro anos quando Jackson entregar o bastão a gente continua com esse projeto político e ajudar o povo de Sergipe. A gente tem que ter paciência, responsabilidade. É muito difícil em política: cada um tem sues interesses, mas é hora de sentar e dialogar porque têm muitos partidos nessa aliança e querem espaço, o que é normal. A política é feita de espaços. Cada um vai procurar o seu espaço conduzir o seu trabalho

Como maior nome político ligado ao Rasgadinho, Robson também lamentou a não realização de uma outra festa carnavalesca, o Pré-Caju…

O Estado está passando por um momento difícil. Tanto o Estado quanto a Prefeitura de Aracaju, que sempre ajudaram na parte logística do evento. Infelizmente, o empresariado também, o país com essa questão da inflação, e agente tem que usar da criatividade. Eu disse que a gente tem que procurar os caminhos. Eu mesmo estou viajando esta semana procurando parceiros que tenham interesse em colocar sua marca no Rasgadinho, porque o nosso carnaval, assim como Pré-Caju ajuda bastante a economia, e é importante que tenha um evento que atraia o turista. O nosso tem diferença porque não tem a parte particular, é gratuita. É uma manifestação popular, é carnaval mesmo. Mas o Pré-Caju ajuda bastante a divulgar o nosso estado, é importante que o evento aconteça, mas eu sei da dificuldade de quem faz o evento. O governador tem vontade de ajudar, mas o órgão público não pode entrar com investimento porque tem uma parte que é particular. Claro que tem uma participação popular muito grande, mas tem uma parte que é particular. O governo e nem a prefeitura não podem entrar ajudando com dinheiro, pode ajudar na logística. Eu não sei como Fabiano Oliveira e seu irmão (Lourival Oliveira) vão tentar sair, mas eles são muito inteligentes, têm que procurar parcerias, é isso que eu vou fazer também, o nosso projeto já está pronto, a gente já começou a correr, já tem alguns amigos empresários que querem investir também. Eu sei que é um ano difícil. A gente tem que concluir o ano de 2014 que está muito difícil e torcer que dê tudo certo em 2015 para as coisas melhorarem não só no estado de Sergipe, mas em todo país. A crise está em todo país, e é preciso que a gente tenha criatividade e maturidade para enfrentar.

Qual sua palavra de agradecimento para os eleitores que confiaram em seu trabalho como vereador e lhe conduziram à Assembleia Legislativa?

Quero agradecer ao povo de Aracaju, mais uma vez, pela generosidade, por me ter feito o deputado mais votado de Aracaju, e ao povo de Sergipe, porque cada município também foi muito importante na minha eleição, mesmo sendo aquele município com poucos votos, mas ajudou na nossa eleição para que a gente pudesse chegar à Assembleia. Agradeço ao povo de Aracaju e Sergipe por ter me colocado na Assembleia com quase 27 mil votos e agradeço porque a gente tem feito o trabalho. O povo de Aracaju e de Sergipe tem reconhecido e, mais uma vez, a gente é vitorioso na eleição de 2014.

 

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Modificado em 18/11/2014 06:19

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