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Quando adversários jogam a favor de Jackson Barreto

Por Joedson Telles

Adversários e demais almas que não gostam do governador Jackson Barreto, por ingenuidade ou falta de inteligência, podem servir de cabos eleitorais da pré-candidatura dele ao Senado Federal. Não percebem, mas “fake news” e demais postagens feitas nas redes sociais (inclusive boa parte para atingir a honra), exageros, mentiras, a falta de ética de entrar na vida pessoal de forma rasa somam-se deploravelmente e mudam o foco: saem de cena as dificuldades que o gestor Jackson Barreto tem para tocar o governo e entra o ser humano Jackson Barreto na condição de vítima.

Situação, diga-se, com a qual JB já provou saber lidar muito bem, em se tratando de urnas. A sua saída histórica da Prefeitura de Aracaju, no longínquo 1988, e a volta por cima até desembarcar no Governo do Estado não permitem divergir do pensamento.

A oposição, evidente, pela força das urnas, tem a obrigação de fiscalizar e apontar os erros do governo Jackson Barreto. Fazer a chamada crítica construtiva. Em 2014, apresentou ao eleitor um projeto diferente do atual, e, se acredita mesmo que seria melhor para Sergipe, precisa combater equívocos do modelo de governo vigente por coerência. Sob pena de ser omissa.

Por sua vez, quem não tem mandato é cidadão e não apenas custeia com seus impostos o funcionamento da máquina pública como também sente na própria pele quando as coisas não estão funcionando como deveriam. Ou seja, está mais do que legitimado para cobrar, criticar e, no momento oportuno, julgar o governo Jackson Barreto.

Todavia, político escalar assessor ou puxa saco para ficar nas redes sociais, não cobrando ao governador promessas da campanha de 2014, mas postando asneiras, anarquizando, tentando diminuir o ser humano Jackson Barreto é bola furada. Estupidez.

Com o mínimo de discernimento, nota-se facilmente que o foco precisa ser o governo. Sergipe e suas necessidades – e não a vida pessoal de Jackson ou de quem quer que seja. Qual a prova irrefutável que exibir uma foto do cidadão Jackson de sunga e legendar com alguma frase tola ou ofensiva resolve os problemas de Sergipe? Qual a montagem expressa num banner postado nas redes capaz de apontar soluções? É o que digo: pensar continua sendo artigo de luxo. Não à toa, o próprio Jackson rir da falta de inteligência dos “algozes”.

Estupidez idêntica, aliás, repousa sobre a ideia de fazer um carnaval fora de época pelo fato de o governador ter dito, lá atrás, que não disputaria a eleição 2018, e posteriormente, ter mudado de ideia. Quer jogar o governador na parede? Tente isso cobrando em alto nível o pagamento de servidor em dia, mais segurança… Ações positivas em prol de Sergipe. Cobre explicações. É legítimo, democrático e extremamente útil à sociedade e ao próprio governo. Aliás, já o fiz neste espaço algumas vezes com a mesma tranquilidade com a qual escrevo, agora, rechaçando baixarias contra a pessoa de Jackson Barreto.

Querer que Jackson não dispute a eleição só porque ele disse que não seria candidato e mudou de ideia? Pouco inteligente. Qual o crime em mudar de ideia? Não deveria ser assim, mas desde quando em política a palavra dada é sempre cumprida? Jackson é o primeiro? Inventou a roda? O quadrado?

Acredito que só os robôs nunca se arrependeram. Sobretudo na dinâmica do mundo político, arrependimento é vocábulo recorrente. O sentimento nem sempre é externado, mas que existe no atacado não há dúvida.

Se é que deu mesmo a palavra ao senador Eduardo Amorim e ao deputado André Moura que o PSB toparia dançar conforme a música da dupla, em 2018, certamente, o senador Valadares se arrependeu e mudou de ideia.

O ex-prefeito João Alves, nos seus lampejos, deve se arrepender de ter cedido aos apelos dos (ele chama amigos, prefiro aproveitadores, boa parte…) e ter disputado a reeleição para prefeito. Também creio que, se o tempo voltasse, mudaria de ideia e se afastaria da PMA para cuidar da saúde.

Machado, acredito, se arrependeu muito de ter soltado que a equipe de João roubava enquanto o ex-prefeito defecava. Muitos dos auxiliares do ex-prefeito do DEM estão, hoje, em xeque, na mira da Justiça e, com certeza, arrependidos.

Se arrependimento matasse, vereadores de Aracaju, envolvidos na conhecida Operação Indenizar-se, seriam vizinhos de jazigos dos deputados estaduais encrencados nesta história de uso indevido de verbas de subvenções.

Será que o presidente do PT, Rogério Carvalho, sem mandato há muito tempo, nunca se arrependeu de ter tentado o Senado, tendo uma vaga tão assegurada na Câmara Federal que transferiu os votos para o deputado João Daniel?

O ex-deputado federal Mendonça Prado deve ter lá seu arrependimento por ter ido para a Emsurb ajudar Edvaldo Nogueira a cuidar do lixo e depois, usando suas palavras, “ser tratado como leproso”.

São casos e mais casos de arrependimentos neste terreno minado conhecido como política, mas nem todos os atores têm tempo, como o governador Jackson Barreto está tendo, para mudar de ideia e consertar o que o tempo lhe fez enxergar como equivoco. E grande parte do eleitor percebe isso.

Jackson deu suas explicações, lembrando o momento difícil pelo qual passa o Brasil – e revelando apelos de Lula e amigos para que não se aposente. E parece andar para os críticos. Ao que tudo indica, oficializará sua pré-candidatura a qualquer momento. Está perfeito. É democrático. Por mais que tenha adversários se esperneando, argumentando que o governo é um fiasco, disputar a eleição e obter uma vitória é entre JB e o eleitor.

Aliás, vou além: Jackson Barreto, e já disse neste espaço várias vezes, que não faz o governo que Sergipe esperava, paradoxalmente, precisa ser pré-candidato ao Senado. Jackson senador teria (terá?) uma oportunidade ímpar de ajudar ao próximo governador a corresponder expectativas que o seu governo não conseguiu até o momento. Passar por cima da própria palavra e arriscar soa astúcia. A chance não pode ser desperdiçada. O tempo é cruel. Talvez JB não tenha outra oportunidade.

Modificado em 13/03/2018 21:54

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