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PSC condiciona apoio a Valadares Filho à indicação do vice

“O grupo não permite que a gente faça o mesmo que fizemos com João Alves”, explica André Moura

Por Joedson Telles

O deputado federal e líder do governo Michel Temer na Câmara Federal, André Moura (PSC), espera que o senador Eduardo Amorim (PSC) anuncie que é pré-candidato à Prefeitura de Aracaju, no próximo dia 20, coincidindo a data com o número do partido. Mas, caso não seja esta a decisão de Eduardo, André Moura quer costurar bem uma aliança com o pré-candidato do PSB, Valadares Filho, evitando problemas que ocorreram com a aliança formada, entre outros partidos, pelo PSC e pelo DEM e que elegeu João Alves Filho (DEM) prefeito de Aracaju, em 2012. “Quando se faz uma parceria de um projeto você entende que é natural (a participação na gestão). Em nenhum momento sequer fomos convidados para opinar. Eu não tenho problema nenhum com isso, mas o grupo cobra muito isso”, disse André Moura, assegurando que, sem indicar o vice, o PSC não fará aliança com ninguém. “Não podemos fazer parte de um projeto para o qual o PSC vai levar o maior agrupamento do estado para o apoio de uma candidatura, se a gente não tiver uma participação direta, porque o nosso grupo hoje não permite que a gente faça o mesmo compromisso que fizemos em 2012 com o próprio prefeito João Alves”, diz.

O senhor participou do Encontro do PSDB, no último sábado. Como avalia o evento? 

Acima de tudo é um encontro que serve principalmente para orientar a todos os pré-candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador do PSDB, orientar principalmente nessa questão contábil e jurídica porque é importante. Nós sabemos que muitos, até por falta de informação, comentem equívocos que não são propositais, mas podem acabar gerando problemas com a Justiça e até perda de mandato. Um evento como esse é importante para evitar problemas futuros porque não adianta somente ganhar na urna. Tem que ganhar na urna então ter nenhum tipo de ação que possa prejudicar com a justiça eleitoral.

Sua presença significa que PSC e PSDB estarão juntos nas eleições de Aracaju?

Eu posso afirmar que o PSC continua trabalhando a pré-candidatura do senador Eduardo Amorim. Lógico que vamos aguardar o retorno do senador para poder definir, e isso acontecendo, o PSDB da capital irá acompanhar o PSC. O PSDB e PSC vão estar juntos em muitos municípios do estado, mas acontecendo aquilo que nós estamos trabalhando, que é a candidatura do senador Eduardo, os partidos não vão caminhar juntos. Se o senador não for candidato a prefeito de Aracaju, só teremos dois caminhos a seguir: ou apoiar a pré-candidatura à reeleição do prefeito João Alves ou a pré-candidatura do deputado Valadares Filho. As demais são dos partidos de campo do governo que não aceitamos nem discutir essa possibilidade. Hoje, nós temos três caminhos. Ou a candidatura própria, ou sentar com o grupo para decidir pela pré-candidatura à reeleição do prefeito João Alves ou a pré-candidatura de Valadares Filho.

Não sendo Eduardo Amorim está mais para quem?

Eu continuo trabalhando com um caminho só. Não acontecendo a pré-candidatura do senador Eduardo eu, minha posição pessoal, e não do grupo, tenho uma simpatia pela pré-candidatura do deputado federal Valadares Filho. Eu entendo que nós cumprimos a nossa missão e o nosso compromisso. Participamos da eleição de João Alves, em 2012, sabemos que fomos fundamentais pela eleição dele, em 2012. Ele começou a campanha com 64% e ganhou no primeiro turno com mais de 51% dos votos, e a gente sabe que esse percentual que deu a vitória no primeiro turno foi pela contribuição do nosso grupo. Ele como líder maior do processo, em 2012, mas a nossa participação foi fundamental. De lá pra cá, fizemos um entendimento pontual em 2012 e 2014, que foi o apoio recíproco de Eduardo Amorim e Maria do Carmo – que também foi acordo pontual para as eleições.

O senhor tem dito que o PSC não está abandonando João Alves. Como assim? Mesmo com candidatura própria ou no palanque do PSB, o PSC não está rompendo a aliança?

Não podemos dizer que estamos abandonando o agrupamento porque não temos participação da administração do prefeito João Alves, mesmo porque não fomos nem convidados para participar e nem opinar. Se a administração é correta é mérito do prefeito e de sua equipe. Se errada, é demérito do prefeito. Não temos nenhum compromisso firmado em manter um arco de aliança mesmo porque fomos pontuais para o processo das eleições. Não existiu cumplicidade administrativa. Não estou dizendo que, caso Eduardo não venha ser candidato, a gente não possa apoiar a pré-candidatura a reeleição do prefeito. É tudo discussão com o grupo e com eles. Caso não venha acontecer, ninguém pode nos acusar de estar abandonando o barco, mesmo porque não estamos no barco da administração.

Pela sua amizade com o prefeito João Alves, o surpreendeu esse comportamento dele de não convidar quem o ajudou para participar da administração?

Lógico que surpreendeu. Quando se faz uma parceria de um projeto você entende que é natural (a participação na gestão). Isso em qualquer lugar do mundo. Tem que participar nem que seja para discutir e também participar da administração. Em nenhum momento sequer fomos convidados para opinar. Eu não tenho problema nenhum com isso, mas o grupo cobra muito isso. É uma das dificuldades que a gente vai ter, caso Eduardo não seja candidato. O grupo sentiu muito essa falta de atenção. Nossos candidatos a vereadores foram para as ruas, nossas lideranças foram para as ruas. Defendemos o projeto, e essa cumplicidade terminou no dia da eleição.

Um dos auxiliares do governador Jackson Barreto, João Gama, disse que a pré-candidatura do deputado federal Valadares Filho “não tem alma”. Como simpatizante do projeto PSB, como o senhor avalia essa declaração?

Eu entendo que a pré-candidatura de Valadares Filho você não pode dizer que é uma pré-candidatura que tinha alma num passado recente, mas, hoje, e uma pré-candidatura sem alma. Isso posição é de quem aprendeu a fazer política talvez com o líder maior dele. Política pontual: do que é bom para o projeto pessoal. Talvez apoiar Valadares Filho, em 2012, foi bom naquele momento e melhor ainda quando, em 2014, o agrupamento foi para a candidatura de Jackson Barreto. Talvez esse seja o pensamento do líder maior deles. Usa, abusa e depois larga. Como é que, em 2012, Valadares Filho era o mais preparado, o mais competente, e hoje perdeu a alma, a pureza, toda a condição de ser prefeito? Eu, por exemplo, não estou dizendo que não vou apoiar João Alves. Estou dizendo que vou defender uma pré-candidatura de Eduardo Amorim. Se o senador não for pré-candidato, eu posso conversar com João Alves. Ninguém vai deixar de dizer as qualidades de João Alves como homem público, como homem de visão, mas a política é dinâmica. Se não há reciprocidade, você não tem obrigação de continuar no mesmo barco. Eu posso ser convencido diferente disso, mas é diferente quando se sai atirando. Pensar que era bom quando você era bom pra me servir – e agora que não me serve mais não presta, não tem alma, e incompetente, não tem futuro? É a declaração de Gama, eu respeito. Nada contra. Acho que cada um pensa e fala da forma que quer, mas não é o tipo de política que eu aprendi a fazer.

No próximo dia 20, o Eduardo Amorim anuncia a pré-candidatura, coincidindo com o 20 do PSC?

Quem sabe a gente utilize o dia 20 para fazer um grande anúncio bom para a capital (risos). São pequenos detalhes que agora com o retorno do senador vamos sentar para definir. Espero que possamos anunciar a pré-candidatura de Eduardo ou anunciar que o projeto dele não é 2016, mas 2018. Isso é da dinâmica da política e eu tenho certeza que qualquer que seja a decisão do senador ele terá o nosso apoio.

Sendo o palanque o de João Alves ou o de Valadares Filho, o PSC abre mão de apontar o pré-candidato a vice-prefeito?

Não. Não podemos fazer parte de um projeto para o qual o PSC vai levar o maior agrupamento do estado para o apoio de uma candidatura se a gente não tiver uma participação direta, porque o nosso grupo hoje não permite que a gente faça o mesmo compromisso que fizemos em 2012 com o próprio prefeito João Alves.

Modificado em 06/07/2016 20:21

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