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Laércio está coberto de razão

Por Joedson Telles

Com o mínimo de bom senso, fica difícil defender o Projeto de Lei de Conversão (PLV) nº 09/2023, que, na prática, retira recursos do Sesc e do Senac para serem utilizados na divulgação do Brasil em outros cantos do mundo.

Não se discute a importância do turismo para a economia. Tampouco a necessidade de divulgação dos nossos atrativos. Entretanto, não há inteligência em tentar resolver um problema criando outros.

Uma suposta aprovação de um projeto como esse, da forma como está, traria um grande prejuízo a um trabalho sério de quase 80 anos. Veja o preocupante alerta feito pelo Sesc em sua página na Internet.

As perdas de 5% para o serviço social no Brasil proporcionado pelo Sesc representam:

• menos R$ 121 milhões aplicados em atendimentos gratuitos;
• redução de 2,6 milhões de quilos de alimentos distribuídos;
• menos 2,6 mil exames clínicos;
• queda de 7,7 mil matrículas em educação básica;
• redução de 37 mil atendimentos em atividades físicas e recreativas;
• menos 2 mil apresentações culturais com público de 14 milhões;
• fechamento de 36 unidades;
• corte de 1.994 postos de trabalho; e
• encerramento de atividades em 101 municípios.

As perdas de 5% para a educação profissional no Brasil representam:

• queda de 7 milhões de horas-aula gratuitas;
• perda de 31.115 matrículas gratuitas;
• fechamento de 29 centros de formação profissional;
• fechamento de 23 laboratórios em turismo;
• corte de 1.623 postos de trabalho; e
• encerramento de atividades em 95 municípios.

Há como brigar com os dados? Passar por cima de sequelas tão profundas; anunciadas em tempo oportuno? Dar de ombros? Lamentavelmente, é tão possível que existe o tal projeto.

Todavia, o Sesc e o Senac, felizmente, contam o apoio da maioria das pessoas que entendem, de fato, o que está posto na mesa. Há forças aglutinadas em defesa das importantes entidades. Não se espera o desfecho de braços cruzados;  e envolver a sociedade na justa causa (um abaixo-assinado) está sendo de grande valia. A própria sociedade, que seria prejudicada, caso a ideia prosperasse, elege os detentores da decisão.

Ao comentar a polêmica, o senador Laércio Oliveira, por exemplo, um ex-presidente do Sistema Fecomércio, Sesc e Senac de Sergipe, deu o tom da sensatez: resolver a equação de modo que o turismo seja divulgado, sim, mas sem haver desvio de recursos do Sesc e do Senac. É simples, básico, mas tem tudo para ser o caminho para se resolver problema. Laércio está coberto de razão.

Modificado em 09/05/2023 10:35

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