body { -webkit-touch-callout: none; -webkit-user-select: none; -khtml-user-select: none; -moz-user-select: none; -ms-user-select: none; user-select: none; }

Presidente e deputados acertaram no veto

Por Joedson Telles

Ao manter por maioria de votos (316 x 165) um veto do presidente da República, Jair Bolsonaro, que proíbe, momentaneamente, reajustes nos vencimentos de servidores públicos que atuam na linha de frente do combate ao coronavírus, os deputados federais deram um exemplo da maturidade e responsabilidade que o momento requer de todos nós – e não apenas de quem está no exercício de um mandato.

Claro, óbvio, sem discussão que, sobretudo, profissionais das áreas de saúde, segurança pública, limpeza urbana e serviços funerários merecem o reconhecimento também financeiro. Não há margem para a contra argumentação: quem está arriscando a vida precisa de um olhar especial.

O fato desta especie de recompensa, chamemos assim, não emergir de pronto não significa – e nem poderia significar -, contudo, que não possa acontecer num futuro próximo.

Aliás, presidente e os 316 deputados que colocaram o dedo no suspiro, hoje, têm a obrigação (moral, por justiça) de trabalharem de forma a assegurar o reajuste lá na frente.

Hoje, de fato, mesmo existindo o merecimento por parte dos trabalhadores não há condições dentro da lógica de responsabilidade.

Os efeitos da cruel pandemia que ainda paira no país têm sangrado os cofres públicos por todos os ângulos. E, evidentemente, sobretudo pelo estrago que fazem na economia, obrigam o Governo Federal a estudar profundamente antes de gastar cada centavo dos escassos recursos públicos. Não basta ser prioridade: é preciso ser imprescindível.

Aliás, ao argumentar a favor da manutenção do veto, o deputado Ricardo Barros (PP/PR) – líder do governo na Casa – observou que isso assegura investimentos em outros setores. “O governo tem orçamento limitado. Manter o veto vai gerar um espaço fiscal para mais investimento em educação e saúde e que permitirá, portanto, atender à nossa população”, disse.

Em outras palavras, todos aqueles que estão na linha de frente da guerra contra o letal vírus serão beneficiados; só que dentro do conjunto da população. O governo, ao menos na teoria, opta por pensar no atacado. Até porque (e deveria ser consenso) o momento delicado e ímpar requer um sacrifício coletivo.

A propósito, o que significa pagar a conta não tendo reajuste no vencimento, numa batalha que muitos pagaram falindo, outros perdendo o emprego ou pior: morrendo de covid-19? Presidente e deputados acertaram no veto. Quem diz o contrário ou não está levando em conta todos os aspectos ou, simplesmente, faz oposição por oposição, jogando pra a galera. Em ano de eleição, “nada mais trivial”.

Modificado em 21/08/2020 09:03

Universo Político: