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Pré-candidato ao Senado critica “carreirismo político”

“Parte do princípio que político é uma profissão. Não é”, diz professor Magno Correia

Por Joedson Telles 

Pré-candidato ao Senado Federal pelo Cidadania/SE, o professor Magno Correia afirma, nesta entrevista que concedeu ao Universo, nesta segunda-feira, dia 25, que a oxigenação do poder político é o que permite a sociedade avançar. Segundo ele, a repetição dos mesmo nomes é um sequestro daquilo que é do povo por um grupo de hegemonia. “O carreirismo político parte do princípio que político é uma profissão. Não é. Estar em um mandato é um momento de serviço à sociedade; é algo pontual e serve para um determinado objetivo. Ao passo em que se contribui, você abre espaço para que outras pessoas possam dar sua parcela de contribuição”, diz.

O senhor é pré-candidato ao Senado Federal pelo Cidadania. O que o motiva a colocar seu nome à disposição do partido?

Tenho mais de 15 anos de militância política, nos mais diversos espaços. Há seis anos, venho ajudando o grupo que hoje integra a federação PSDB/Cidadania a renovar a política em Sergipe. Portanto, venho participando ativamente desse processo de renovação e percebendo o quanto as pessoas desejam pela mudança e pelo surgimento de novos nomes. É essa esperança que a gente vai percebendo na caminhada que motiva a gente a colocar o nome à disposição e representar junto com os demais amigos do grupo a renovação política no estado.

O senhor bate na tecla que a política não pode ser carreira. Quais são as consequências desta prática para a sociedade?

O carreirismo político parte do princípio que político é uma profissão. Não é. Estar em um mandato é um momento de serviço à sociedade; é algo pontual e serve para um determinado objetivo. Ao passo em que se contribui, você abre espaço para que outras pessoas possam dar sua parcela de contribuição. A oxigenação do poder político é o que permite a sociedade avançar. A repetição dos mesmo nomes é um sequestro daquilo que é do povo por um grupo de hegemonia.

Falta essa consciência na maior parte do eleitor ou há uma nítida opção de apostar em políticos conhecidos, já que estes formam a maioria dos que exercem mandatos?

As pessoas estão avançando na educação política. Eu sou uma pessoa que faz política por esperança. Portanto, cada conversa que a gente tem com um trabalhador, com uma mãe, com uma jovem estudante em que há uma nova tomada de consciência política é um avanço. É um trabalho duro, que não se vê resultado no recorte de apenas uma eleição, por isso é natural que a gente ainda viva em um sistema predominantemente viciado na lógica do poder financeiro.

Por outro lado, se o político está há muito tempo na vida pública, mas tem serviços prestados à população não deve continuar na política?

Deve, mas em outros espaços que não necessariamente os espaços eletivos ou de poder de fato. Ter serviço prestado é o objetivo final, e o reconhecimento do serviço prestado não pode ser confundido com perpetuação no poder.

Uma aliança Cidadania/Podemos, que tem a delegada Danielle Garcia também como pré-candidata ao Senado, pode fazer o senhor recuar?

Minha candidatura não é um cavalo de batalha, eu sempre atuei em favor do grupo. Vamos dialogar e chegar a um termo que seja bom para o projeto de mudança que representamos.

O Cidadania deveria ter anunciado o nome do seu pré-candidato a governador antes? Haverá sequelas?

Anunciamos no tempo certo. Uma pré-candidatura deve ser fruto de uma construção coletiva e de muita escuta. Somos acostumados a ver os projetos e vontades individuais acima da vontade e das necessidades das pessoas. Queremos trilhar o caminho da construção da base para o topo e para isso o tempo corre diferente.

O senhor acompanha os trabalhos dos três senadores por Sergipe? Como avalia?

É indiscutível que o senador Alessandro é o melhor senador da história de Sergipe. Em quanto anos, Alessandro mais do que provou a sua capacidade de atuar pelo que é certo e pelo que é melhor para as pessoas, em especial as que estão em situação de vulnerabilidade social. A ampliação do alcance do auxílio emergencial na pandemia, fruto de sua relatoria, é a prova disso.

Há quem acredite que o político, antes de tentar uma eleição majoritária precisa amealhar experiência exercendo um mandando oriundo de uma eleição proporcional. Este raciocínio está mais para prudência ou preconceito?

É mais preconceito que prudência. Os espaços majoritários, segundo a lógica da política tradicional, estão “guardados” para os que já trilharam a carreira política e investiram para isso. Um jovem pode ser governador ou pode ser presidente, a exemplo do recém eleito presidente do Chile. Capacidade não se mede por idade ou por quantidade de eleições disputadas ou vencidas. Capacidade se mede com a percepção do domínio das ideias e com serviço prestado, que não é necessariamente no espaço da política.

Modificado em 28/03/2022 16:40

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