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O respeito ao coletivo precisa ser imperioso. Inclusive nos protestos

Por Joedson Telles

Vamos fazer um protesto, internauta? Fechar uma rua ou avenida movimentada na tora? Formar uma barreira de carros ou queimar pneus velhos? Motivo? Sei lá… Qualquer problema político ou algo que julgarmos ser problema serve. Com ou sem capuz. Com ou sem violência. Destruindo ou não o alheio. Topa?

É moda. Tornou-se banal protestar. Nem é preciso um motivo real. Passamos por cima da Constituição e interrompemos o direito de ir e vir de pessoas, que não têm a menor culpa dos nossos supostos problemas. Se lixem. Mandamos a empatia e o respeito às favas e entraremos na onda. Aliás, também está em moda mandar às favas…

Aí o internauta pensa não sem motivo: “Joedson Telles agora endoidou de vez. Escrever uma asneira desta no dia 12 de junho só pode estar confundindo o Dia dos Namorados com o célebre 1º de abril”. E, assim, sugere, entre outras ocupações, uma trouxa de roupas sujas clamando por água e sabão para passar o tempo do jornalista.

Mas é verdade. Não o convite, evidente. Ainda não perdi o juízo. Entretanto, por mais incrível que possa parecer, é justamente isso que muitas destas pessoas que fecham uma rua ou avenida pensam. As que protestam usando da violência idem. Não estão nem um pouco preocupadas se os seus atos irresponsáveis estão a prejudicar outras pessoas que não têm nada a ver com seus problemas. Querem protestar e protestam sem critérios. Na ausência dos políticos, qualquer cidadão serve.

Afaste de mim o cálice de tentar censurar uma manifestação. Também é garantia constitucional. Precisam e devem ser feitas. O que se espera, entretanto, é um equilíbrio dos direitos. É uma forma inteligente de o protesto atingir quem, de fato, tem a responsabilidade sobre o que motiva a manifestação. Basta de jogar a conta no colo de inocentes.

Vivemos num país cuja lógica estrábica do Congresso aprova Proposta de Emenda à Constituição por vários motivos. Da falida reeleição à realização da tortura conhecida como vaquejada. Todavia, o mesmo parlamento dar de ombros a urgente repaginação necessária à forma de se protestar.

Limitar ações dos que se aventuram é urgente. Tudo precisa e deve ser permitido durante os protestos. Mas desde que o respeito ao outro cidadão esteja assegurado. Que os direitos de terceiros não sejam violados.

Violência física ou verbal, destruição do patrimônio público ou privado, impedir pessoas de ir e vir são fatos vergonhosos, execráveis que já deveriam ter sido banidos do cotidiano. No bom senso ou na força da lei, o respeito ao coletivo precisa ser imperioso. E falido é qualquer sistema que não vela o juízo.

Modificado em 12/06/2017 19:19

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