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“O PT retoma o protagonismo politico no estado”, diz Silvio Santos

Por Joedson Telles

O ex-presidente do PT de Sergipe, Silvio Santos, faz um balaço do primeiro turo das eleições em Sergipe e assegura que o PT demonstrou uma capacidade de resistência extraordinária. “Depois de termos perdido Déda e Zé Eduardo, depois de termos sofrido um verdadeiro massacre na desconstrução da nossa história, depois de ser dado como morto e enterrado por inimigos, o PT não só teve um bom desempenho eleitoral como retoma o protagonismo politico no estado”, diz. Silvio faz também um alerta que seria um eventual governo do candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL). “Um governo baseado em valores que já foram rejeitados pelos brasileiros no século passado”, diz ao Universo.

Qual o balanço que Silvio Santos faz das eleições em Sergipe?

O resultado eleitoral mostra duas forças políticas vitoriosas. O PT e o PSD. Todas as outras forças políticas ou foram fragorosamente derrotadas ou saíram menor que entraram. Para além disso aconteceram algumas surpresas e bons desempenhos individuais.

No tocante ao PT, atendeu às expectativas, então?

O PT demonstrou uma capacidade de resistência extraordinária. Depois de, nos últimos anos, termos perdido trágica e prematuramente nossos dois mais proeminentes quadros, Déda e Zé Eduardo, depois de termos sofrido um verdadeiro massacre na desconstrução da nossa história, depois de ser dado como morto e enterrado por inimigos, adversários e até alguns aliados, o PT não só teve um bom desempenho eleitoral como retoma o protagonismo politico no estado. Mantivemos nossa representação na Alese ao elegermos Iran Barbosa e Francisco Gualberto, na Câmara Federal com a reeleição de João Daniel, reconquistamos uma vaga no Senado com Rogério Carvalho, a presença, a liderança, o carisma e a força eleitoral de Eliane Aquino foram fundamentais para chegada de Belivaldo no segundo turno, e ainda por cima uma expressiva votação, mais de 50% dos votos para o nosso candidato a presidente Fernando Haddad. Que outro partido ou força política em Sergipe pode apresentar um resultado igual?

E agora no segundo turno qual a estratégia petista?

Manter a mobilização em torno de Belivaldo/Eliane e Haddad/Manuela. Ampliar apoios entre lideranças e na sociedade, convencer amplos setores da da população para o perigo de levar Sergipe e o Brasil para mãos erradas, construir uma frente ampla em defesa da democracia e, nessa frente, construir o ambiente para o distencionamento e a pacificação buscando unir o país em torno de um projeto de desenvolvimento que contemple todos os setores da nossa sociedade.

É possível prevê o que seria um governo Jair Bolsonaro?

Sim. Um governo baseado em valores que já foram rejeitados pelos brasileiros no século passado. Muitos derramaram sangue, deram a vida, assumiram as ruas, as praças públicas e derrotaram a ditadura, a violência e o autoritarismo. Ainda estamos construindo e consolidando nossa democracia. Não podemos dar nem um passo atrás nessa caminhada. Há nos últimos tempo um amplo movimento para desacreditar e criminalizar a política. Desse movimento fazem parte uma elite conservadora que não suporta democracia, meritocratas que não respeitam o voto popular e até políticos que fazem de seus mandatos propriedade particular. Esse movimento fez relativo sucesso. Está fazendo o povo descreditar na política e a consequência disso é se apegar ao primeiro fanfarrão que aparece.
Já tivemos isso no Brasil antes. Os mais velhos hão de lembrar Jânio Quadros. Jânio era o Bolsonaro do início dos anos 60 do século passado. A mesma virulência, as mesmas promessas, o mesmo autoritarismo. Renunciou nos primeiros anos de governo por falta de apoio político e acusando “forças ocultas”. Na primeira eleição presidencial pós ditadura militar em 1989 o Brasil elegeu Collor. Outro Bolsonaro. Sem tirar nem por. Até o estilo bravateiro era igual. Dois anos depois de tomar posse renunciou para não sofrer impeachment. Agora volta de novo o mesmo personagem com as mesmas promessas. Este agora pior que os dois anteriores. Sua intolerância e ignorância cria em torno dele uma malta de verdadeiros fascistas que são piores que ele. Intolerantes batem e arrebentam todos que pensam deferentes dele. Sua eleição representa um atraso. Um retrocesso. Um passo atrás na consolidação da nossa democracia.

Qual a estratégia do PT para impedir isso?

Conclamar todas as forças que prezam pela democracia. Trabalhistas, Socialistas, Democratas, Comunistas, Social-Democratas, Liberais e até conservadores que acreditam e defendem a democracia. Todos serão bem vindos nessa frente para derrotarmos o fascismo e o atraso.

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