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“O povo não quer ver dois ou três candidatos na TV batendo boca. Eu não adoto isso”, diz João Alves

Candidato acredita na vitória. “Pesquisas não me intimidam. A pesquisa real é a rua”

João ao lado de Maria: pesquisas na rua

Por Joedson Telles

O candidato pelo DEM, João Alves Filho, explica, nesta entrevista que concede ao Universo, o motivo de não comparecer aos debates com os adversários na disputa pela Prefeitura de Aracaju. Segundo ele, o verdadeiro debate com o eleitor deve ser feito diretamente nas ruas, e não trocando agressões com adversários numa emissora de TV. “Eu sei que estão me agredindo, inclusive com muitas informações falsas, mas prefiro não bater boca. Eu acho que campanha não é bate boca. O povo não quer ver dois ou três candidatos na TV batendo boca. Eu não adoto isso Eu não adoto isso. Eu acho que eu estou debatendo com o povo, que é o que me interessa”, diz. João Alves volta a lamentar não ter tido apoio financeiro da ex-presidenta petista Dilma Rousseff para realizar obras e colocar em prática outras ações importantes para Aracaju. O candidato do DEM comenta a polêmica declaração do seu vice-prefeito José Carlos Machado e assegura que o assunto está superado. “Foi um momento realmente infeliz, mas eu não tenho raiva nenhuma dele. Isso pra mim morreu”. Por fim, João Alves revela não se sentir derrotado pelo fato de as pesquisas o colocarem em terceiro lugar. “Essas pesquisas divulgadas não me intimidam porque eu acredito que a pesquisa real é a das ruas – e nas ruas eu sinto uma afetividade muito grande. Eu diariamente estou nos bairros”, diz. A entrevista:

Como o candidato João Alves Filho está vendo a reta final da campanha pela Prefeitura de Aracaju?

Eu acho que a campanha está crescendo. Eu, no início da campanha, estava muito trancado no estúdio. Então, meu programa era minha cara na televisão. Eu não achava aquilo bom, mas houve resistências (risos). Mas o pessoal passou a fazer os programas comigo saindo às ruas. Essa semana mesmo fiz um programa no hospital Nestor Piva. Vamos transformar o Nestor Piva, que é uma UPA, em um hospital de médio e grande porte. Vai passar a ter 100 leitos com vários equipamentos modernos, 10 leitos de UTI e vários outros avanços. Vai ser um hospital que vai dar, inclusive, uma ajuda muito grande ao Hospital João Alves. Então, eu fiz um anúncio na porta do hospital e não foi uma coisa improvisada. Eu lutei muito para conseguir isso com uma instituição que foi a mesma que me conseguiu na época a Maternidade Nossa Senhora de Lourdes. É uma instituição ligada a ONU. Fiz também um programa sobre os avanços que a gente quer fazer na Guarda Municipal. Fiz sobre o Banco do Povo. Pretendo dinamizar os programas porque se comunicar cada vez mais com a população.

João Alves está fugindo das provocações adversárias? É isso que explica sua ausência nos debates?

Eu, por natureza, não gosto de bater boca. Eu sei que os adversários estão me agredindo, inclusive com muitas informações falsas, mas eu prefiro não bater boca com isso. Eu vou falando aquilo que penso e pronto. Eu acho que campanha não é bate boca porque o povo não quer ver dois ou três candidatos na TV batendo boca. Eu não adoto isso. Eu acho que eu estou debatendo com o povo, que é o que me interessa. Diariamente estou participando de carreatas. E não só vou às carreatas: eu desço do carro e vou conversar com a população. As pessoas perguntam coisas e eu respondo. Campanha eu gosto falando com o povo.

O senhor não conseguiu cumprir todas as promessas feitas na campanha de 2012. Isso o incomoda – sobretudo pela sua história de tocador de obras?

Há vários tipos de políticos. Têm políticos que gostam da conquista do poder. Pra mim não tem sentido nenhum porque Deus e o povo sergipano já foram muito generosos comigo, e eu já exerci todos os cargos que os sergipanos podiam me dar. Eu não tenho mais ambição de poder. Tem aqueles políticos que gostam de fazer discursos bonitos. Isso nunca me empolgou. Eu gosto da política no sentido de que eu possa fazer algo que seja positivo. Obra e ações que tragam benefícios para a população. O que aconteceu nessa gestão e que me frustrou foi que eu tive uma resistência muito grande com o Governo Federal. Aracaju para Sergipe não é pobre, mas para o Brasil é um município pobre e você não pode administrar bem se não tiver ajuda do Governo Federal. Nós tivemos uma resistência muito grande da presidente Dilma Roussef, porque ela tem uma fidelidade muito grande ao presidente Lula e sabe que ele não gosta de mim. Mas ele não gosta de mim não é por nada que eu fiz. É porque ele quis fazer um projeto que levaria à morte o Rio São Francisco. Na época, fiz um projeto muito mais barato, um quarto do valor do dele e que atendia um universo muito maior do que o projeto dele e não mexia com o rio. Ele ficou contrariado. Eu não fiz isso para afrontar o presidente. Fiz isso para defender os interesses do Nordeste e do nosso estado, porque se o Rio São Francisco morrer o estado que será mais prejudicado no Nordeste será Sergipe, porque fica na foz do rio. Eu conheço todos os grandes rios do mundo e, sobretudo, todos os grandes rios que tiveram pra morrer e foram salvos através de processos simples. Rio é a paixão de minha vida. Se o rio morrer, 40% da população de Sergipe terão que se mudar. Isso eu já vi em inúmeras cidades em muitos rios no mundo. Eu tenho que me preocupar. Eu não era contra a transposição, mas contra o projeto que ele levava porque provocaria a morte do rio. Agora, mesmo ele não tendo feito o projeto todo, mas o pouco que foi feito está atingindo muito o rio, que está ameaçado de morte de novo e eu fiz um projeto que salva o rio, mas a presidente da República não quis nem me receber para ver o projeto. A minha impressão é que se ela fizesse qualquer coisa que me beneficiasse estaria desagradando Lula, e ela não queria fazer isso. Então, eu não consegui uma caixa de fósforo com ela. Eu fiz projetos importantes para Aracaju e chegava lá e era vetado. Foi realmente difícil. Algumas coisas me amarguraram muito. O que mais me amargurou foi a Maternidade do 17 de Março. O projeto da 13 de Julho me deixou também. Eu penso que os dois seres mais sensíveis da humanidade são a mulher grávida e o recém-nascido. Não fazer uma maternidade está prejudicando os dois seres mais sensíveis. Conseguimos que o Ministério da Saúde apoiasse, mas só nos deu sinal e acabou. Ficamos numa situação difícil a ponto que o empresário que ganhou (a licitação para construir a obra) abandonou porque não recebeu os recursos. Isso prejudicou profundamente. Não tenho raiva nenhuma dela, mas ela prejudicou muito e não foi a mim: foi a Aracaju. Todos os nossos projetos foram bloqueados. Se ela continuasse como presidente da República, eu não seria candidato, mas como ela se afastou do governo, eu resolvi ser. Com o novo presidente eu tenho muitas esperanças. Não sou íntimo de Michel Temer, mas tenho um relacionamento muito cordial com ele e respeitoso. Acho que ele é um homem sério. Eu tenho certeza que se for prefeito terei o apoio dele. Não é que ele vá pegar as verbas do país e jogar para aqui, mas vai dar o apoio natural, tanto é que na mesma semana que a presidente Dilma se afastou eu fui convidado pelo ministro das cidades. Ele muito gentil e tal e abriu perspectivas. Eu estou agora acreditando que vamos viver novos tempos.

O senhor acha que, mesmo com as pesquisas o colocando em terceiro lugar, é possível chegar ao segundo turno?

Essas pesquisas divulgadas não me intimidam porque eu acredito que a pesquisa real é a das ruas – e nas ruas eu sinto uma afetividade muito grande. Eu diariamente estou nos bairros. Converso coma população, desço do carro e eu sinto um tratamento muito solidário de modo geral. Essa é a pesquisa que realmente me importa. A pesquisa que eu aprendi a respeitar ao longo da minha vida é a pesquisa das ruas.

O senhor acredita que terá segundo turno, em Aracaju?

Quem vai decidir, abaixo de Deus, é o povo (risos). Eu não tenho autoridade para dizer. Eu tenho a minha expectativa é que nos sairemos bem.

Como o senhor avalia aquela inesquecível declaração do seu vice, José Carlos Machado?

Foi um momento infeliz do Machado. Ele é um amigo de 50 anos. Eu não esperava aquilo e ele mesmo, quando foi dar o depoimento na delegacia, disse que foi um momento impensável. A delegada perguntou a ele se ele tinha prova e ele disse que não. Foi um momento realmente infeliz dele, mas eu não tenho raiva nenhuma dele. Eu acho que num relacionamento humano temos que ter compreensão com as pessoas. Isso pra mim morreu.

Se pegarmos as eleições 2012 notamos que muitos aliados ficaram pelo caminho. É certo que cada caso é um caso, mas o senhor já pensou por que isso aconteceu?

A natureza humana é muito volátil. Eu aprendi a ter compreensão. Nem eu me julgo perfeito nem exijo perfeição das pessoas. Só tem uma imperfeição que eu não perdôo: eu sabendo que algum assessor meu cometeu uma desonestidade demito por telefone. Essa é a única falha que eu não abro mão. Outras falhas da natureza humana, eu não sou uma pessoa inclemente.

Em vencendo a eleição, como o senhor pretende ajudar o Governo do Estado, na questão Segurança Pública?

A Guarda Municipal de Aracaju é considerada modelo no Brasil, e não sou eu quem diz. Recentemente, houve um encontro nacional no Rio Grande do Norte e foi dito isso abertamente e realmente é. Eu dei uma entrevista que mostrei uma série de ações que vamos fazer na Guarda Municipal. Vamos abrir concurso público, fazer bases nos bairros para diversificar o raio de ação, vamos implantar um projeto amplo de vídeomonitoramento, que eu já quis fazer e houve intervenção de secretários do Governo do Estado. Uma coisa que me fere muito é qualquer coisa que diga respeito à educação. Eu tenho uma paixão pela educação muito grande. Se o Brasil não corrigir a qualidade de ensino nas escolas municipais, nós não chegaremos ao primeiro mundo. Hoje, há uma questão dos pais de famílias comentando a questão da insegurança. Tem muita coisa de marginais pularem muros das escolas e roubarem os carros dos professores e fazerem violência interna. Como também ocorrem em postos de saúde. Fizemos um projeto moderno de vídeomonitoramento amplo. Teríamos câmeras de alta precisão em todas as escolas e também em postos de saúde e lugares de aglomeração maior como terminais de ônibus. Um marginal que possa entrar na escola, na hora que pular o muro, já será identificado na câmera. Dois carros partiriam para escola. O Governo do Estado ficou contra o projeto. Esse projeto seria financiado pelo Banco do Brasil, mas para financiar teria que haver uma aprovação da Câmara de Vereadores, e lá faltou um voto. O vereador que ia votar, Bigode, foi ameaçado: se votasse não seria autorizada a candidatura dele e ele ficou receoso. Esse foi um mal que atingiu as crianças das escolas, os professores e funcionários das escolas. Eu disse ao vereador que isso não aconteceria porque entraríamos com uma ação e derrubaríamos isso, mas ele ficou receoso e não quis se arriscar. Retirou o apoio. Agora no segundo governo já fizemos o projeto, já procuramos os recursos e vai ter um avanço muito grande. É uma coisa de uma modernidade enorme. Se o marginal pular o muro já é filmado e fotografado. Automaticamente, ele já fica exposto. Na hora que ele souber que tem isso na escola vai pensar umas cem vezes antes de pular, porque mesmo que ele consiga fugir está filmado e vai localizado e preso.

Quais as suas prioridades, se reeleito?

São várias áreas carentes. Uma delas é a saúde. Essa semana, lançamos o projeto do Nestor Piva, como já expliquei nesta entrevista. Outra é a segurança pública. Temos uma prioridade com a segurança também, com a mobilidade urbana. São várias nas áreas essenciais.

Modificado em 28/09/2016 12:36

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