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“O nome para governador em 2018 é João Alves Filho”

Juízo é do deputado estadual Robson Viana. “Não temos uma nova liderança”, diz

Robson: ciúme dos aliados 

Por Joedson Telles

O deputado estadual Robson Viana (PMDB), sem dúvida, o parlamentar mais próximo do governador Jackson Barreto (PMDB), disse ao Universo, na semana passada, que o nome para ser o próximo governador de Sergipe, a partir de janeiro de 2019, é o do prefeito de Aracaju, João Alves Filho (DEM). Segundo Robson, pesquisas apontam isso – e não surgiu nenhuma liderança nova para impedir que João governe Sergipe pela quarta vez. “Jackson não quer mais. Está saindo da política (também não teria direito a uma nova eleição). Então, vejo que não tem nenhuma liderança que possa se colocar para 2018. Como estamos longe, pode aparecer. Mas, neste momento, e tenho conhecimento de pesquisas, o nome para governador, em 2018, é João Alves Filho”, afirma. Robson Viana assegura ainda que o PMDB não desistirá do projeto de ter candidato próprio a prefeito de Aracaju. Ele lembra que o partido já apoiou todos os aliados, e merece gratidão, em 2016. “Já apoiamos muita gente. Edvaldo já foi prefeito de Aracaju, Valadares Filho disputou a Prefeitura de Aracaju, em 2012, então vamos com calma. É a vez do PMDB. Muita gente fica falando em reciprocidade, mas, às vezes, não pratica isso”, afirma Robson Viana. A entrevista:

O senhor cobrou o envio do Projeto de Lei do Poder Executivo Estadual, que regulariza o consórcio do transporte coletivo da Grande Aracaju, à Assembleia Legislativa. A matéria chegou à Casa. Agora, sua luta é para vê-la aprovada em plenário?

É preciso que a gente coloque este projeto, imediatamente, para ser votado. Convocar a Comissão de Constituição e Justiça para avaliar e depois votar em plenário. É um projeto de grande envergadura. O prefeito de Aracaju está aguardando para dar início às obras do BRT, que não são obras pequenas. A Prefeitura de Aracaju já tem a sua parte para fazer a obra em parceria com o Governo Federal.

Até porque qualquer pessoa enxerga os graves problemas do trânsito de Aracaju…

E este projeto vai ajudar muito nesta questão de mobilidade urbana. A resolver o caos que está o trânsito de Aracaju. Tenho certeza que todos os deputados têm interesse neste projeto que é coletivo.

O senhor tem destacado o esforço do Governo do Estado até para pagar a folha. E também cobrou na tribuna da Assembleia, outro dia, mais ajuda por parte do Governo Federal. Houve avanço?

Eu tenho ido a Brasília. O que a gente vê e ouve em Brasília é muita especulação. Hoje vai acontecer uma coisa, amanhã outra… Tem este pacote em nível federal, mas temos que deixar de lado a questão política. É preciso pensar no povo brasileiro.  Tem gente aproveitando a crise para fazer política. E o momento da política é no próximo ano. Agora é a gente superar a crise. Por isso que tenho cobrado do Governo Federal a questão do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) e do FPE (Fundo de Participação dos Estados). Todo mês diminui. Tivemos uma perda, no ano passado, de R$ 200 milhões. Este ano, vai ultrapassar esta cifra. Então, é preciso que o Governo Federal ajude, porque o Governo do Estado está fazendo a sua parte cortando na carne. É um momento de cautela. É preciso união de todos os partidos para tirar o Brasil da crise.

O PC do B já adiantou que a pré-candidatura do ex-prefeito Edvaldo Nogueira é irreversível. O PSB quer Valadares Filho. E o PMDB recua?

Tanto Edvaldo como Valadares Filho têm direito. São de partidos da base aliada. É legitimo. Edvaldo já foi prefeito de Aracaju, Valadares tentou na eleição passada. Mas o PMDB Nacional saiu com uma nota dizendo que o partido tem que ter candidato em todos os municípios e prefeito… Então, vamos avaliar todas as possibilidades. Eu venho colocando que o PMDB precisa ter candidatura própria. Estamos discutindo. O governador não tem participado porque o momento é focar o governo, mas, na hora certa, ele vai discutir também. Mas o PMDB tem outros integrantes que podem discutir o assunto agora. É preciso fortalecer o partido com as discussões.

Então, o PMDB também não recua?

Não recua. Mas temos que ter consenso dentro do partido. Vamos discutir. Não podemos neste momento dizer que vamos apoiar Fulano ou Sicrano. Já apoiamos muita gente. Edvaldo já foi prefeito de Aracaju, Valadares Filho disputou a Prefeitura de Aracaju, em 2012, então vamos com calma. É a vez do PMDB. Muita gente fica falando em reciprocidade, mas, às vezes, não pratica isso. O PMDB é que não teve candidato ainda. Apoiou todos. Desde Déda (quando João Gama do PMDB abriu mão do projeto de reeleição, em 2000, para apoiar o PT). Neste momento, é claro que a discussão é salutar. Cada um colocar seu nome é normal. Tentar construir seu caminho. Estou conversando com todos.

O PMDB indicar o vice de Edvaldo ou Valadares seria um caminho?

Não. Não. O PMDB tem que ter candidato próprio. Este é o pensamento. Ninguém quer discutir vice. Todos querem o candidato a prefeito. Agora, não havendo essa possibilidade, vamos procurar outro caminho. Todos os partidos do bloco têm nomes fortes para a disputa. É preciso, neste momento, haver discussões internas em cada partido para depois iniciarmos as discussões em todo o grupo. É bom para o aracajuano que tenhamos vários nomes. Acho que teremos uma eleição atípica: o povo terá vários quadros para escolher quem vai ser o prefeito em 2017, se muda ou se continua com João Alves Filho.

Por falar em João Alves, a sua pré-candidatura está praticamente colocada. O agrupamento liderado por Jackson Barreto enfrentaria João com mais força unido em torno de um nome ou com mais de um candidato, tentado forçar um segundo turno?

Temos que respeitar os partidos. Todos têm o direito de buscar seu espaço. Acho mito difícil uma única candidatura de consenso.  Mas quando você tem vários candidatos fortes a tendência é de segundo turno. E não tenho dúvida que o prefeito João Alves estará no segundo turno. Já entra (na campanha) com 30%, tem a administração, já está no mandato… É normal ter vantagem… A gente precisa sentar e conversar. Muita água ainda vai rolar neste processo, e muita coisa ainda pode acontecer. Ou de repente nada. Existem muitas conversas de bastidores. E agente vai ver. Até porque já tem uma novidade aí: a questão Eduardo Amorim, que transferiu o título para Aracaju e pode ser candidato a prefeito. Mais um. E aí você já divide também o bloco ao qual ele pertence. Para você ver como está a eleição. Porque a gente sabe que 2016 é um trampolim para 2018. O cenário vai ser construído em 2016 para que as pessoas que têm interesse em 2018 já saiam sabendo o que vai acontecer. Então, são pessoas novas que estão surgindo, políticos novos e outros deixando. A renovação.

Mas existe muita especulação em torno de uma candidatura do prefeito João Alves Filho ao Governo do Estado, em 2018. Como Robson Viana avalia isso?

O nome do prefeito de Aracaju, que já foi governador por três vezes, ministro… Jackson não quer mais. Está saindo da política. Então, vejo que não tem nenhuma liderança que possa se colocar para 2018. Como estamos longe, pode aparecer. Mas, neste momento, e tenho conhecimento de pesquisas, o nome para governador em 2018 é João Alves Filho. A gente tem ciência disso. É um nome muito forte. Uma pessoa que tem serviços prestados no estado inteiro, como Jackson também tem – e Déda que deixou seu legado. Mas, por enquanto, não temos uma nova liderança para ser candidato em 2018. Claro que tem ainda a eleição de 2016, mas vejo o nome de João Alves muito forte para 2018.

E com Jackson fora da política, como amigo de João Alves, Robson Viana se sente à vontade para apoiar o projeto João 2018?

É verdade. Fiz todo o esforço possível para trazer Maria do Carmo para ser vice. Não fiz escondido. Não coloquei chapéu na cabeça. Tentei e não deu certo. Mas as pessoas sabem o grupo que eu acompanho. A senadora ganhou com o grupo de Amorim e nós com o grupo de Jackson. Se não der certo, é uma composição. A amizade continua. O que eu não posso deixar são pessoas que querem atrapalhar o crescimento de Aracaju. As coisas acontecem com a parceria administrativa do governo com a prefeitura. Já vimos briga do governo com a prefeitura e não foi bom para o povo de Aracaju. Temos que deixar a política de lado. Na hora certa, vamos discutir. Vou estar do mesmo lado. Agora, a amizade que tenho com o prefeito João Alves é muito tranquila. Uma pessoa que me trata com carinho. Que me respeita e eu o respeito. É assim que faço política. Não tenho problema com ninguém. Agora, nas eleições tenho meu grupo. Minhas convicções. Não sei fazer política fazendo inimizade.

Robson Viana comentou, numa entrevista prestada ao Universo, há alguns meses, o perigo do chamado “ciúme de homem”, por conta dessa amizade com João Alves… O ciúme é maior dentro do grupo de Jackson ou do prefeito João Alves?

Pelo que eu tenho percebido, a amizade incomoda mais aos nossos aliados. Até porque têm pessoas que estão ao lado do governador e têm interesses. Do lado de João Alves é normal. São pessoas que me tratam muito bem. Não incomodo ninguém do lado do prefeito de Aracaju. As minhas tratativas com o prefeito são para ajudar Aracaju. Tudo às claras. Não encontro João Alves escondido. Levei o prefeito João Alves para fazer uma visita ao governador, na semana passada.

O que eles conversaram?

Discutiram outras coisas… (risos) Política da época deles. É bom que a gente vai pegando experiência.

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